ALFREDO MORETTI PALERMO.
Milão
25, janeiro 1998Haviam se passado 1 semana desde o episódio da ponte, que curiosamente também foi o dia de seu casamento. E apesar de motivos suficientes para acreditar no fracasso de seu noivado, Fredo estava satisfeito e feliz, pelo menos naquele momento.
Ele estava a cerca de 10 minutos girando me torno de si mesmo, e da enorme rede de distribuição de drogas e recebimento de dinheiro que já viu: o subsolo do casino. Eram prateleiras enormes cheias de drogas, que logo mais seriam embaladas com mais segurança e colocadas dentro de caminhões para a exportação.
Ele já tinha conhecido o processo pouco tempo antes do Marco morrer, e se constituía em 3 passos: O primeiro era se assegurar de que os guardas da alfândega foram pagos para marcar "tudo limpo" na ficha, sem que houvessem suspeitas. Depois disso, cerca de 12 caminhões se dividiam pela cidade, entregando a mercadoria em lugares diferentes, porém para o mesmo cliente. Assim, não haveria como a polícia suspeitar de nada. O terceiro passo era o mais fácil, se consistia em guardar os pacotes de dinheiro e os trazer de volta para o casino. 75% do lucro vinha limpo para Fredo, dividindo as outras partes para Apollonia e compras de mais mercadoria.
Os 15% de sua esposa eram equivalentes à 75 milhões de dólares, o que nos olhos dele era uma mixaria. "Que tipo de pessoa comanda uma máfia com 75 milhões por mês?" se perguntou ele tentando descobrir os valiosos métodos dela. Al sabia que quando fugisse para Toscana deixaria o dinheiro para ela, mas também sabia que não poderia esperar muito para o fazer. Afinal, ela poderia pedir o divórcio a qualquer minuto.
Fredo viu naquele instante, o que pareceu ser os dois acontecimentos mais recentes de sua vida darem um flashback em sua mente. E ao se lembrar de seu casamento, juntamente com o que lhes ocorreu depois, tomou a decisão da vida dele. Chegou o dia de dar adeus.
Mas antes, decidiu se certificar com Sérgio de que realmente era a hora certa para isso. De certa forma ele torcia para que não fosse, mas o sorriso largo do jovem sentado à sua frente não lhe dava muitas esperanças.
- Bom, aqui nós temos 497.6 milhões este mês, mas juntando com os adicionais das outras facções e o dinheiro do mês passado dão exatos... 1.7 bilhão...
- Ótimo- ele disse um tanto quanto aliviado-, não batemos a meta de liras ainda, Sérgio. Vamos continuar trabalhando e...
- Não, senhor... Esse valor é em dolar.
Fredo estava prestes a sair da sala de seu funcionário quando ouviu isso, e por pouco não desmaiou.
- O que você disse?
- Don, temos 5 bilhões de liras na sua conta. Nós... É, na verdade nós batemos a meta sim.
X
O fim da vida em Milão já estava perto de seu fim, então fez o que estava planejando desde dar seus primeiros em Roma.
Al juntou todos os pequenos cadernos que carregou consigo na viagem, tirou as folhas de cada um deles, as jogou no chão e organizou-as por ordem. Don se encontrava trancado no quarto, o mais concentrado possível para decifrar ou tentar adequar uma ordem a todos os passos que montou a si mesmo. Consequentemente juntou um papel e uma caneta nas mãos, e foi empurrando a si mesmo para que montasse o real plano.
Ele levava em consideração até mesmo a observação e o passo mais simples que nem lembrava de ter escrito, mas que em determinada situação faria todo sentido. Com medo de se confundir nas próprias anotações, marcou em seu braço com uma caneta dois lembretes, dentre os outros largados ao chão.

VOCÊ ESTÁ LENDO
Os Solitários de 1997
RomanceEsse livro é o primeiro da série "Solitários" e conta a primeira versão da história. Al ou para os mais próximos, Fredo, foi praticamente forçado a tomar frente dos negócios da família quando seu pai morreu, por conta da culpa que sentia dentro de...