39-Capítulo

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ARES

Estou com uma dor de cabeça terrível. Não consegui arranjar qualquer que seja solução para o problema que Katrina me trouxe agora.

—Ivy? Como ela está? — Ruby pergunta, brincando com a arma descarregada em suas mãos. Tinha um cigarro nos lábios e tragava, soltando a fumaça sensualmente. — Ela está bem com isso?

— Parece estar chateada com algumas merdas que Katrina e minha mãe disseram. — Digo, suspirando cansado. — Tenho que contar para ela sobre o que eu sou...

— Melhor fazer isso antes que alguém o faça! — Ruby joga o cigarro no cinzeiro. — É o correcto a fazer, Ares. Ela pode não confiar em você e também tem essa história do contrato... — murmura mal-humorada.

— Tudo bem, eu conto! — sussurro, olhando para a janela. O sol já estava se pondo. — Mande mais soldados para minha casa, preciso de máxima vigilância! — Digo, levantando-me da cadeira. Saio da sala, caminhando pelo corredor. Consigo ouvir alguns gritos histéricos e horrorizados por algumas portas que passo. Saio do galpão, vendo Daniel ao lado do meu carro.

— Senhor... — diz, abrindo a porta do carro. Entro, esperando ele falar alguma coisa. — A senhorita Ivy ainda está em casa, ela não saiu nem para almoçar. — Fala, dirigindo o carro em direcção à minha casa.

— Compre flores! — Falo, olhando para ele pelo espelho retrovisor.

— Sim, senhor!

***

Quando chego em casa, vou directamente para o meu quarto. Faço um banho longo para aliviar um pouco a temperatura do meu corpo e relaxar. Assim que saio, visto uma calça de moletom, ficando sem camisa mesmo. Ouço leves batidas na porta e vou abrir, vendo Simone com um grande buquê de rosas nas mãos.

— Obrigado! — Digo. Ela concorda e saio andando pelo corredor. Suspiro profundamente, olhando para o tecto branco do meu quarto. Não sou bom em demonstrar sentimentos, mas com Ivy eu tenho que mostrar. Mostrar que já a amo e que ela é uma das pessoas mais especiais para mim e Sam. Caminho até o quarto do meu filho, que está com a porta entreaberta. Abro lentamente, vendo Ivy amamentando Sam com um lindo sorriso no rosto.

Ela olha para minha direcção e revira os olhos verdes.

— Como você está? — Pergunto.

— Boa noite! — diz séria, terminando de alimentar Sam, que ri baixinho. Ivy se levanta da poltrona em que estava sentada e deixa Sam, quase sonolento, no berço. Cobre-o com o cobertor fofinho de golfinhos e dá-lhe um beijo na testa. Admiro a cena silenciosamente. Ivy vem até mim com os braços cruzados e um olhar penetrante, nem parecia a garota tímida que conheci dias atrás.

— Onde esteve? — pergunta com a voz séria.

— Trabalhando! — Falo. Seu olhar passa pelo meu corpo discretamente.

— Liguei para a empresa e Mei me disse que você não estava lá! — Fala. — Onde esteve, Ares? — Eleva um pouco o tom da voz. Olho para ela surpreso e sorrio de canto.

— Estava trabalhando, Ivy... Por quê? Está com ciúmes? — Pergunto, não deixando de sorrir ao notar suas bochechas ficarem rubras.

— Não sou sua esposa agora? — Diz, ficando à minha frente e lançando-me um olhar indiferente.

𝑶 𝑪𝑶𝑵𝑻𝑹𝑨𝑻𝑶Onde histórias criam vida. Descubra agora