𝑶 𝑪𝑶𝑵𝑻𝑹𝑨𝑻𝑶

44-Capítulo

ARES

— Acha mesmo que ele vai nos ajudar? — Ruby pergunta. — É o irmão dele! — Resmunga.

— Pode ser o irmão dele sim, mas isso não o impede de nada! — Falo tragando o cigarro.

— Eles são sangue do mesmo sangue, Ares! — Insiste no assunto. — Ferna... — Antes mesmo que ela terminasse de falar, a interrompo

— Ele vai ajudar! — Digo sério, deixando o cigarro no cinzeiro. Me levanto da poltrona e vou até a janela suspirando. Já passaram duas semanas desde que tive a conversa com o irmão de Luigi. Estávamos com um plano em mente e eu quero que dê certo. Katrina e minha mãe não pisaram na minha casa nesses últimos dias e eu espero que continue assim, não gostaria de ver Ivy desanimada.

Falando em Ivy!

As coisas entre nós estavam óptimas, mesmo com seu comportamento estranho quando me vê. Nesses últimos dias ela tem me evitado, não fala comigo direito e esquiva quando quero beijá-la. É muito estranho, preciso conversar com ela sobre isso, estou começando a ficar irritado.

— Eu já vou! — Ruby se levanta do sofá, pega no seu tablet e alguns envelopes que estavam na minha mesa. — Vai almoçar com a Ivy? — Pergunta.

— Não sei! — Digo. Não fazia ideia mesmo. — Talvez ela vá querer almoçar com as amigas. Por que? — Olho para ela colocando minhas mãos nos bolsos da calça. Ruby passa a língua pelos lábios e ri.

— Silvie quer uma reunião e como não tivemos tempo mais cedo, reservou um restaurante para nós a uma da tarde! — Diz. — Vamos? — Olha para mim.

— Trate você disso! — Falo me virando para a janela. — Eu vou almoçar em casa, ficar com meu filho! — Suspiro.

— Tudo bem! — Sai do meu escritório fechando a porta.

***

Chego em casa, Simone vem até mim assustada.

— Senhor? — Diz ofegante. — Devia ter avisado que vinha almoçar aqui em casa! — Pega no meu paletó.

— O almoço está pronto? — Pergunto, ela olha para os lados e abana a cabeça negativamente. — Tudo bem, eu espero. — Falo subindo as escadas

— Até às três da tarde o almoço estará pronto, senhor! — Fala sorrindo, aceno e continuo subindo as escadas. Vou até o quarto do meu filho, vendo ele dormindo tranquilo. Seu rosto está sereno e suave. Me aproximo do berço tocando sua bochecha com cuidado para não acordá-lo.

— Meu filho! — Sussurro. — Meu lindo Sam! — Beijo sua testa levemente molhada pelo suor, está quente hoje, o bom é que as janelas de seu quarto estão abertas. — Meu menino! Papai não vai deixar nada te acontecer! — Olho para seu rostinho lindo. — Nem a você e sua mamãe, meu bebé! — Falo sério. Sam se remexe na caminha, mas não acorda. Saio do quarto do meu filho depois de verificar se ele está bem e confortável, vou para o meu quarto e me jogo na cama, olhando para o tecto.

Quero que todos os problemas acabem, que tudo esteja bem e calmo. Quero aproveitar meu casamento, mesmo que por contrato

Não seria cedo demais se eu admitisse para mim mesmo que gosto da Ivy

Eu demonstro isso todos os dias. Com meus gestos e palavras que são poucas.

Eu sou louco por aquela mulher, louco!

Soa obsessivo, mas eu a amo!

E não vou deixar nada acontecer a ela e Sam. Nada!