Eᴍ ᴀʟɢᴜᴍ ʟᴜɢᴀʀ, um plano era formado.Pela primeira vez em 154 dias, um plano era formado.
Um verdadeiro plano.
Os outros "planos" foram, na verdade tentativas falhas e desesperadas de sair de lá. Mas não, aquele era um plano verdadeiro.
- Ok, então vamos fazer assim. - Começou Mary. - Um de nós fingirá estar machucado, quando ele tentar "ajudar" - Vance faz aspas com os dedos e ela sorri -, vamos atacá-lo.
- Se precisarmos, o mataremos.
A frase deixou Mary estranhamente incomodada.
A ideia de matar alguém não a agradava nem um pouco.
Já Vance, sonhava com aquilo.
Sonhava com o dia em que meteria uma bala em sua cabeça.
Ou um pedaço de vidro, tanto faz.
O mataria por sequestrá-la.
O mataria por sequestrá-lo.
O mataria por tocá-la.
O mataria por tocá-lo.
O mataria na primeira oportunidade.
- Enfim, nós o derrubamos e subimos as escadas. Quando chegarmos lá em cima, damos um jeito de sair daqui.
- Mas... E se ele tiver trancas nas portas? Ou nas janelas? - Questionou Vance.
Então, por mais inacreditável que pareça, o telefone preto tocou.
Tocou, tocou, e tocou de novo.
Vance ainda encarava Mary em busca de respostas.
- Mary?
A garota se levantou e se direcionou ao telefone.
Ele tocava insistentemente.
- Está tocando? - Perguntou, nervoso e confuso.
Mary assente com a cabeça.
Vance se levanta rapidamente e fica ao lado dela.
A garota caminha até o telefone e o atende.
- Alô?
Ninguém responde.
Vance coloca seu ouvido perto do de Mary na esperança de ouvir algo, mas ele não escuta nada.
- Oi. - Diz alguém do outro lado. A voz desanimada.
- Quem é você?
- Eu não sei.
- Não sabe?
- Não...
- Bruce Yamada?
- É um nome legal.
- Billy Showalter? Griffin Stagg?
- Talvez seja isso.
- Griffin?
- Sim. Eu não estou aqui para falar sobre o meu nome.
- Que coincidência. Estávamos falando sobre um plano agora. - Diz Mary, irônica.
- Vocês precisam, eu ligo.
- O que você quer me contar, Griffin?
- Vance perguntou sobre trancas. Ele não tem trancas. O mascarado tem um cadeado. Ele costumava ser meu.
- Um cadeado... Você tem a combinação? - Perguntou Mary, aflita.
Ela se virou para Vance. Ele a olhava confuso, assustado.
- Eu não me lembro. - Ele lamentou.
- Griffin.
- Mas eu anotei a combinação para não me esquecer.
- Onde? Onde você anotou a combinação?
- Na parede.
- Parede? Qual delas? - Perguntou nervosa, porém paciente.
- A da direita. Na altura do seu ombro quando está abaixada.
Mary jogou o telefone na cama e correu até a parede. Vance a seguiu.
- O que é?
- Griffin. Griffin Stagg. Ele anotou a combinação do cadeado que mantém a porta fechada.
- Qual porta?
- A porta que vai nos libertar.
Por sorte de Mary, estava de dia.
Isso melhorava sua visão.
- Cadê essa merda... ?
- Aqui! Aqui! - Disse Vance.
- Onde?
- Aqui. 23 317.
- Espera, é 2-33-17, 23-3-17 ou 23-31-7?
- Se eu soubesse, já estaríamos fora daqui há muito tempo.
- Claro que estaríamos. - Ela se levanta e pega o telefone novamente.
- Griffin, a combinação é 2-33-17, 23-3-17 ou 23-31-7?
- Eu não me lembro.
- Griffin, por favor!
- Eu não me lembro! Você precisará testar todas.
- Tá, tá. Griffin?
- Hm?
- Obrigada. Eu vou me lembrar disso.
- Se lembre, você não tem muito tempo. Tenha pressa.
- Certo. Obrigada, novamente.
O telefone é desligado.
- Precisamos reformar nosso plano.
Vance assente com a cabeça, determinado.O plano foi construído.
- Ok. Está pronto.
- Está. Assim que subirmos as escadas, vamos colocar a combinação no cadeado e vamos sair daqui.
- Sim. - Mary assentiu com a cabeça. Estava preocupada.
- Vamos sair daqui.
- Tenho certeza de que vamos.
Mary prensa seus lábios um ao outro, claramente angustiada.
- Mary, nós vamos ficar bem.
- Eu acredito em você. Eu só... Estou com medo.
- Sabe... E-Eu não tenho medo de morrer.
- Não?
- Não. Eu tenho medo de perder você. É tudo o importa. Você é o que realmente importa.
- Ah, Vance... Eu...
- Você não precisa dizer nada.
Mary o puxa para perto, o beijando.
Ela segura em sua nuca, o trazendo para si.
Vance segue seu instinto e leva seu corpo à cima do de Mary, sua cintura entre as pernas dela.
- De novo? - Pergunta ela, sorrindo.
- Quantas vezes você quiser.
- Seria bom se não precisássemos nos preocupar com sermos vistos.
- Eu não acho que ele vá vir aqui tão cedo.
Mary ri e o beija novamente.
O garoto pede passagem com sua língua, Mary não hesita em ceder.
Ela o ajuda a tirar sua blusa, ele está ofegante.
É então que as luzes se acendem.
Os dois se afastam, assustados.
Vance alcança sua blusa e a veste com a maior rapidez possível.
Mary se levanta, seu coração a mil.
- Você acabou de ser refutado. - Ela disse tentando não perder o bom humor, mas dificilmente conseguindo.
- Cala a boca. - Ele faz o mesmo.
Vance a puxa para perto e segura sua cintura.
A porta é destrancada e aberta.
- Estão com fome? - Perguntou o mascarado. Sua voz exalava felicidade.
- Claro que estamos. - Vance retruca.
- Isso, seja grosso. Desse jeito, ficará sem comer por três dias, de novo.
Mary sente Vance tremer.
- Você colocou algo em nossa comida? De novo?
- Ah, querida. Isso foi há muito tempo. - Ele responde, sua voz está rouca e doce.
Por sua máscara, eles percebem ser Perigo. Suas mãos tremem agarradas uma à outra.
- Não me chame assim.
- Por quê? - Ele se aproxima. - Se afaste. - O homem sinaliza para Vance.
O garoto hesita em se afastar.
Mary assente com a cabeça, não querendo que ele se machuque.
- Você não gosta, querida? - O homem leva uma de suas mãos ao rosto da garota. Ela tenta se afastar, mas ele não permite.
- Não. Na verdade, não.
- E o que você vai fazer sobre isso?
Mary engole seco.
- Nada.
- Exato. Nada.
Vance fecha suas mãos. Está pronto para socá-lo.
Está tão nervoso quanto Mary.
- Bom, comam, não comam. Não será eu quem passará fome. Para mim, você deveria comer, querida. - Ele se afasta.
- Por que insiste em me chamar de querida?
- Você é especial.
- Por quê?
- Somos parecidos. Próximos. - Ele diz sem pensar. Se arrepende no mesmo segundo.
Mary ficou irada.
Ele acabou de comparar os dois?
- Nós não somos parecidos. Nunca seremos. Nunca seremos próximos.
- Isso é o que você acha. Somos mais próximos do que você pensa.
- Nós não somos próximos!
Mary tentou ir para cima do homem, mas Vance a segurou.
Ele tentava alcançá-lo, mas o garoto a impedia.
- Bravo! - Ele bateu palmas, rindo. - Bravo... Quanto quer pelo espetáculo?
- Quero que você saia. Saia! - Grita ela, lágrimas de ódio escorrem de seus olhos.
O homem fecha a porta, rindo alto.
Poderia ter quebrado seu pescoço apenas por confrontá-lo, mas ela ainda tinha valor.
De algum jeito.
- Calma, calma.
Vance a abraçou por trás.
Mary estava sem ar.
O corpo se Vance se curvava para cobrir o de Mary.
Ela abaixou sua cabeça, seu cabelo formava uma cortina ao redor de seu rosto.
- Por que ele está fazendo isso? - Perguntou.
Vance escondeu seu rosto nos cabelos de Mary.
A garota estava se afogando em suas lágrimas.
- Eu não sei. Eu juro que não sei.
Vance se afastou e a virou para ele.
Seus cabelos estavam grudados em seu rosto por conta das lágrimas.
- Eu não sei qual é a dele, mas nós vamos descobrir, ok?
Ele segurou em cada lado de seu rosto.
Mary assentiu com a cabeça.
Ela se aproximou e juntou seus lábios por um momento.
Vance a puxou para perto, a envolvendo em um abraço.
Ele colocou seu queixo no topo na cabeça da garota. Os dois se encaixaram perfeitamente.
Como tudo neles.
Gostos musicais.
Sentimentos.
Tudo.
Como se fosse para ser assim.
VOCÊ ESTÁ LENDO
𝐁𝐄𝐋𝐈𝐄𝐕𝐄 𝐔𝐒, Vance Hopper
Fanfiction[+16] 𝐌𝐀𝐑𝐘𝐀𝐍𝐍 𝐁𝐋𝐀𝐊𝐄 acaba por presenciar o sequestro de seu colega de sala, Vance Hopper. Para manter seu testemunho em segredo, Maryann também é levada. Agora, ela precisa lutar por sua vida. - Plágio é crime! - Sem hots...