TW: ASSÉDIO.
Eᴍ ᴀʟɢᴜᴍ ʟᴜɢᴀʀ, Albert pensava no que faria.
Maryann e Vance estavam desmaiados no chão e ele não sabia o que fazer.
Sua mente estava a mil.
Ela.
Ele.
Ela.
Ele.
Ela.
Ele.
Vamos, Albert.
Escolha um deles.
Você precisa.
Talvez ele sobrecarregasse Mary.
Albert queria que ela continuasse submissa.
Queria que ela continuasse o obedecendo.
Talvez ela se rebelasse contra ele caso ele fizesse aquilo novamente.
Albert queria Mary.
Tanto quando queria Vance.
Era a vez de Vance.A respiração de Albert estava cortada.
A máscara dificultava sua respiração.
Ele tirou a parte debaixo da máscara para conseguir respirar melhor.Ele se abaixou ao lado de Vance.
Albert precisava vê-lo.
Precisava tê-lo.
Em sua cabeça, os dois estavam ali para ele.
Albert estava violando seus princípios, mas não era mais capaz de se controlar.
Ele levou seus dedos até os lábios de Vance.
— Queria que você estivesse acordado. — Sussurrou.
Albert sabia que se Vance estivesse acordado nunca permitiria que isso acontecesse.
Talvez ele até vencesse uma briga corpo a corpo contra ele.
Vance era mais velho que Mary.
Vance era forte.
Vance era alto.
Talvez ele conseguisse derrubar Albert.
Porém, ele não quer deixar Mary sozinha.
Ele sabe que se tentasse algo, morreria.
Vance nunca deixaria Mary sozinha.
Vance morreria primeiro a todo custo. Nunca conseguiria viver sem Mary.
O garoto sempre se colocava a frente dela. Se algo acontecesse com ela, teria que acontecer com ele primeiro.Mas isso não importava.
Não agora.
Agora Albert passava suas mãos pelo corpo do garoto.
Sentia nojo de si mesmo, mas não conseguia parar. Era impossível.
Qual é, Albert? Você sabe que você gosta deles.
Ele tirou o cabelo do rosto do garoto para poder o ver melhor.
Ele era tão lindo.
Tão lindo...
Albert fez tudo o que quis.
Mas não era o suficiente.
Albert queria que Vance soubesse que aquilo havia acontecido.
Ele cobriu suas mãos com a tinta que havia usado para enganar Bruce Yamada poucos meses antes e sujou o garoto.
Agora havia suas mãos por todos os lados.
Albert se levantou e limpou suas mãos.
Havia feito o suficiente.
Por agora.
Ele deixou Vance e Mary lá e foi embora.
Albert trancou a porta e subiu as escadas.
Quando chegou em seu quarto, tirou suas roupas e tomou um longo banho.
Sua mente estava a mil.
Albert estava feliz.
Seu corpo arrepiava quando ele pensava nos dois.
Ele adorava pensar que poderia ter qualquer um dos dois quando quisesse.
Só precisava colocar sonífero em suas comidas.
Ou não.
Albert sabia que Mary tinha medo dele.
Sabia que ela faria qualquer coisa que ele mandasse.
Era o suficiente.
Vance acordou algumas horas depois.
Mary estava sentada ao seu lado.
Ela abraçava as próprias pernas.
Os olhos marejados e o rosto úmido.
— Mary? — Questionou, a voz fraca.
Ela não respondeu.
Ela tentou, mas não conseguiu.
Mary apontou para seu peito.
Vance olhou para onde ela apontava.
Haviam tantas marcas... Tantas.
O garoto se levantou com pressa.
Uma falta de ar fazia seus dedos formigarem.
Mary o acompanhou, se levantando.
Ela não podia acreditar que aquilo também havia acontecido com ele.
Suas mãos tremiam.
Vance estava entrando em pânico.
O mascarado estava por todos os lugares.
Estava em suas respirações e em seus passos.
Estava em seu olhar e corpo.
Estava em seus pensamentos, em sua cabeça.
O garoto se virou para o vaso e andou até ele.
Vance tirou a tampa da caixa acoplada.
Ele colocou suas mãos na água limpa e a usou para limpar seu corpo.
Agora seu corpo estava inteiramente vermelho.
— Merda, merda, merda!
— Vance... — Mary se aproximou.
O garoto olhou em seus olhos.
Estava prestes a desabar.
Ele não podia.
Você precisa ser forte por ela, Vance.
Mas ele era apenas um humano.
Era apenas um humano miserável.
Apenas isso.
— Sinto muito.
Aquela frase.
Aquela frase fez com que ele desistisse.
Vance desabou.
Vance desabou na frente de Mary.
Não suportava mais manter sua barreira de pé.
Aquele muro de força e ira havia caído por terra.
O garoto se curvou e apoiou sua cabeça no ombro da garota, que o abraçou.
Mary não queria, mas o entendia.
— Sinto muito. — Ela repetiu.Era muito para Vance.
Era muito para Mary.
Eram novos demais.
Eram apenas adolescentes.
Não tinham nem 18 anos. Nem sequer possuíam carteiras de motorista.
Vance e Mary nunca haviam viajado de avião.
Nunca haviam saído de sua cidade.
Eles estavam cansados.
Estavam cansados daquelas paredes.
Estavam cansados daquelas comidas.
Estavam cansados de viver daquele jeito.
Estavam cansados de não falar sobre o que sentiam.
Estavam cansados de fingir serem fortes.
— Eu não sou forte. Eu passei muito tempo fingindo que não me importava, mas Mary, eu estou com medo. Eu estou com muito medo. — Ele admitiu. Suas palavras estilhaçaram o coração de Mary, assim como fizeram com o coração de Vance. — Eu estou cansado de fingir.
Mary sabia precisar ficar em silêncio naquele momento.
Mary sabia que Vance precisava de seu silêncio.
Mary sabia que Vance precisava que ela estivesse ali por ele.
Ela estava.
Mary permitiu que Vance chorasse em seu ombro como ele fez com ela.
Vance se afastou da garota.
Seus olhos estavam vermelhos.
Vance olhou no fundo dos olhos de Mary.
Ele queria dizer aquelas três palavras, mas simplesmente não conseguia.
Ações não eram necessárias.
Palavras não eram necessárias.
Mary sabia.
— Eu sei. Eu sei. — Ela secou seu rosto. — Eu também.Vance a abraçou novamente.
Era seu único apoio.
Mary era seu único apoio.
Seu apoio preferido.
Amar Mary era mais fácil do que respirar.Vance nunca quis tanto sair de um lugar.
Mary nunca quis tanto sair de um lugar.Eles já quiseram fugir de suas casas, mas aquilo era diferente.
Mary caminhou até o colchão.
Vance se recusava a soltá-la.
— Deite-se. — Disse ela.
Vance fez o que ela disse.
Ele realmente precisava se deitar.
Vance se esforçou para respirar fundo.
— Você ainda a usa.
— Oi? — Ela se aproximou para ouvi-lo melhor.
— A aliança.
Mary levou seu olhar até seu anelar e percebeu o anel ali.
Ela sorriu levemente e assentiu com a cabeça.
— Eu uso. — Confirmou.
— Eu também.
Vance puxou a gola de sua camisa para baixo.
Lá havia um colar, sua aliança era usada como pingente.
— Você é viciante, Maryann Blake. Como uma droga.
— Então... Eu precisarei te levar para a reabilitação. Amar não é precisar para viver, Vance.
— Eu sei. Eu não preciso de você para viver... Só para conseguir aguentar tudo isso.
Mary sentiu seu corpo queimar, na verdade, aquilo era triste.
O que não era?
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𝐁𝐄𝐋𝐈𝐄𝐕𝐄 𝐔𝐒, Vance Hopper
Fanfic[+16] 𝐌𝐀𝐑𝐘𝐀𝐍𝐍 𝐁𝐋𝐀𝐊𝐄 acaba por presenciar o sequestro de seu colega de sala, Vance Hopper. Para manter seu testemunho em segredo, Maryann também é levada. Agora, ela precisa lutar por sua vida. - Plágio é crime! - Sem hots...