Sᴇᴜs ᴘᴇ́s ᴘɪsᴏᴛᴇᴀᴠᴀᴍ o chão em uma velocidade anormal.Finney Blake corre rápido, sempre correu. Mas agora era diferente. Estava correndo por sua vida. Não estava correndo porque seu professor de educação física mandou.
Albert alcançou suas chaves e correu para sua garagem.
Entrou em sua van preta e dirigiu pela rua.
Finney olhou para trás, rapidamente. A van se aproximava.
Mary correu até o meio da rua, os garotos a seguiram.
Estavam enfileirados no meio da rua, sem saber o que fazer, sem ter o que fazer.
— Socorro! — Gritou.
Não conseguiam passar do terreno da casa. Estavam presos lá.
O nervosismo e o desespero consumiam Mary de dentro para fora. E mesmo assim, não podia fazer nada.
Nem sequer estava viva. A única coisa que podia fazer era assistir.
Um déjà vu.
Um déjà vu a atingiu.
De repente estava no lugar de Finney novamente.
Estava correndo correndo correndo correndo e correndo mais um pouco.
Gostaria de sentir o ar em seus pulmões sem precisar obrigá-los a funcionar.
Gostaria de sentir seu coração acelerado, mas era impossível.
Sua morte era o resultado de sua espera.
Esperaram por tempo demais por pessoas que nem chegaram.
Finney precisava correr.
Finney precisava correr por Gwen.
Finney precisava correr por Robin.
Finney precisava correr por seu pai.
Finney precisava correr por sua m̶ã̶e̶.
Finney precisava correr por Mary. Pela lembrança de sua existência.
Precisava correr para viver.
Precisava correr para contar o que aconteceu.
Precisava correr.
Mais e mais.Se quisesse viver, precisava correr por eles.
Seus músculos queimavam e suas mãos soavam.
— Socorro! — Repetiu, desesperado.
A van virou na rua a sua frente, parando.
Sua testa se chocou contra o vidro do veículo, o fazendo cair.
Finney se virou de costas, e quanto se levantou, avistou ao longe pessoas lhe observando.
Ou melhor, coisas que pareciam pessoas. Possuíam as formas de pessoas, mas simplesmente não possuíam um corpo físico.
Eram sombras. Sombras escuras que o observavam.
O ar fugiu de seus pulmões, mas não o impediram de correr.
Ele se levantou, tropeçando.
Albert desceu da van.
A máscara em seu rosto e seu suéter azul aberto.
Finney se virou rapidamente para trás, o cabelo em seus olhos.
O mascarado o encarava. Os cabelos bagunçado e os olhos esbugalhados.
— Socorro! O sequestrador!
Albert se jogou em cima do garoto, o agarrando pelo pescoço e o fazendo cair no chão.
Os dois caíram no chão.
Finney caiu por cima de seu ombro, gritando de dor.Tentou se soltar, porém, Albert pegou sua faca e a colocou em seu pescoço.
— Se você se mexer, eu te abro inteiro aqui na rua e te enforco com o seu intestino. — Ameaçou.
Finney parou de se mexer, assustado e aflito.
A sua respiração acelerada e seu coração a mil.
Algumas luzes de algumas casas foram acendidas pelos vizinhos curiosos.
Acenderam suas luzes como fizeram há meses antes, no dia em Mary gritou.
Se fosse descoberto, tudo estaria acabado.
Todos os seus planos e prazeres.
Nunca permitiria que isso acontecesse.
Jamais.
Faria de tudo para impedi-lo. Se precisasse, o mataria.O mascarado o manteve parado até que as luzes se apagassem.
Quando se sentiu seguro, se levantou.
Olhou para Finney, que o encarava amedrontado.
— Boa noite, menino levado. — Disse antes de o socar no rosto.
Finney desmaiou.
Assim que o soco atingiu seu rosto, os fantasmas sentiram o impacto. Porém, muito mais forte.
Caíram para trás, as costas caindo antes de seus pés.
Quando abriram seus olhos, estavam no porão novamente.
Estavam presos novamente.
Levantaram-se do chão frio. Seus narizes doíam.
Mary se sentia tonta. Os outros estavam atordoados, confusos.
Havia acontecido muita coisa em pouco tempo.
— Puta merda! — Vance xingou, decepcionado.
— Não, não, não, não. — Mary observou Finney ser jogado no colchão.
Vance notou Albert jogando algo no chão, mas aquilo não era a coisa mais importante agora.
Mary estava entrando em desespero.
O pensamento de achar que conhece o garoto e de se importar com ele a perturbava.
O pensamento de perdê-lo novamente é agonizante.
— Mary, Mary. Calma, nós vamos tirá-lo daqui. — Bruce tranquilizou.
Billy mantinha suas mãos em sua cabeça, inquieto.
Griffin se manteve imóvel.
Vance se aproximou da garota, sabendo estar prestes a desabar.
— Não, ele não vai sair! — Ela disse, chorosa.
Seu corpo continuava do mesmo jeito de quando ela morreu, portanto, ainda podia chorar.
Seus olhos se encheram de lágrimas.
Mary viu Albert passar por ela.
— Ele não pode ficar! — Gritou, desesperada.
Vance a abraçou.
— Mary, calma. — Tentou acalmá-la, sem sucesso.
As pernas da garota cediam mais a cada momento, a obrigando a se ajoelhar no chão.
Vance a acompanhou, dando apoio a ela.
Segurou sua cabeça e passou sua mão pelo seu cabelo, fazendo carinho em suas costas.
— Vamos tirar ele daqui. — Ele a afastou, segurando seu rosto. — Mary. — Chamou sua atenção.
Ela o olhou, desnorteada.
Os olhos começando a ficar vermelhos.
— Eu prometo que vamos tirar ele daqui.
— Promete? — Indagou.
— Sim, eu prometo.
A garota jogou seus braços ao redor de seu pescoço e o abraçou forte.Naquele momento lembrou-se rapidamente de algo.
Lembrou-se de conhecer Finney antes de tudo.
Lembrou-se de seu cabelo dourado e os olhos escuros.
C̶o̶m̶o̶ o̶s̶ o̶l̶h̶o̶s̶ d̶e̶ s̶u̶a̶ m̶ã̶e̶.
Como os olhos de sua irmã.
Mary começara a se lembrar.
Começara a se lembrar lentamente.
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RecadoGente, esse capítulo foi menor porque é agora que o circo pega fogo.
É provável que o próximo capítulo tenha mais 1.500 palavras, então vai ser maior que esse que teve mais ou menos 880.
Só vim explicar isso porque sei que vocês vão notar que o capítulo está menor.
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𝐁𝐄𝐋𝐈𝐄𝐕𝐄 𝐔𝐒, Vance Hopper
أدب الهواة[+16] 𝐌𝐀𝐑𝐘𝐀𝐍𝐍 𝐁𝐋𝐀𝐊𝐄 acaba por presenciar o sequestro de seu colega de sala, Vance Hopper. Para manter seu testemunho em segredo, Maryann também é levada. Agora, ela precisa lutar por sua vida. - Plágio é crime! - Sem hots...