MARY B. | VANCE H.
3 MESES ANTES.- Eu te amo. - Vance me beija.
- Eu também te amo.
- Eu te amo.
- Eu também te amo.
- Eu te amo.
- Ah, chega. - Me levanto rindo. Sinto calor. Vance me segura.
- Você não me ama?
- Vance, você está de TPM?
- Fala, por favor.
- Eu te amo.
Vance sorri.
- Você sabe que são 07:03h da manhã, né? - Questiona Vance.
- O quê?!
Desvencilho-me dele e vejo o relógio.
- Puta merda, Vance, levanta! - Digo nervosa.
- A gente pode faltar hoje. - Ele diz com tranquilidade.
- Hoje tem prova de matemática, idiota.
- O quê?! - É a vez dele de gritar.
Vance se levanta mais rápido que eu.
Abrimos a porta de meu armário.
O cheiro de nossos perfumes misturados.
Há algumas roupas de Vance no meu armário. Ele passa mais tempo em minha casa do que na dele.
- Cadê a minha blusa? - Pergunto, ao me lembrar que só uso meu sutiã e uma calça.
- Ali. - Ele aponta para minha blusa que está no chão.
Corro até ela, a pego e depois a visto.
Vou até o meu banheiro. Vance está escovando seus dentes.
- Põe uma camisa. - O empurro com meu quadril para conseguir usar a pia.
Lavo meu rosto.
Levo minha mão até a torneira.
- Eu vou cos...
Vance cospe a pasta de dente na minha mão.
Viro minha cabeça devagar para ele.
- Foi mal. - Ele diz. A boca cheira de pasta.
Tento não rir e lavo minha mão.
Saio do banheiro assim que escovo meus dentes.
Colocamos nossos sapatos e os materiais em nossas bolsas.
- Mãe, nós já estamos saindo.
- Tá bom, filha. Eu amo vocês! - Ela grita do quarto.
- Também te amamos! - Eu, Finney e Gwen dizemos uníssono.
Vamos para a escola apressados.
Vance coloca sua mão em um de meus bolsos traseiros para me acompanhar pelos corredores.
Eu o paro no corredor das salas.
- Preciso ir para a aula de História.
- E eu para a de Geografia.
- Tá... Não brigue com ninguém.
- Ok... Eu te amo.
- Eu te amo.
Eu o beijo.
Vance sorri e desce uma de suas mãos pelo meu corpo antes de se afastar.
A frase "não brigue com ninguém" se tornou recorrente desde que ele prometeu que não bateria em ninguém.
Prometeu que não bateria em ninguém por mim... Na verdade, porque sabe que eu fico chateada quando ele se dá mal.
Vou para a aula.
Tento prestar atenção nela, mas só penso em Vance.
Em sua voz.
Em seus olhos.
Em seu cabelo.
Em seu jeito.
- Algum problema, senhorita Blake? - Pergunta o professor O'Connell.
- Hm?
- Você está sorrindo para o nada.
- Não é nada... Eu lembrei de uma piada que meu irmão me contou.
- Entendi. - Ele diz e volta a dar aula.
Engulo seco.
Sinto os olhares pesando em minhas costas.
Eles sabem que eu estou pensando em Vance.
Sabem pois, passamos noventa e oito por cento dos nossos dias juntos.
AUTOR.Mary já estava na aula de Química.
Ela e Vance já haviam feito a prova de matemática e não tinham mais com o que se preocupar.
No relógio marcavam 10:47h da manhã.
A garota acabara de voltar para sua sala após o intervalo.
- Então o Vance Hopper não se mete em nenhuma briga há 4 semanas? - Pergunta uma de suas amigas.
- Exatamente. - Afirma Mary.
Cedo demais para dizer.
Ao longe as garotas ouviram várias pessoas gritando "briga" em uníssono.No corredor, estava Vance.
Há alguns minutos, Jack - ex de Mary - dissera algo sobre a aparência de Vance.
- Eu não sei o que ela viu em você. - Diz Jack. - Você não é bonito.
Vance cruzou seus braços e se permitiu rir.
- E muito menos inteligente.
- Jack, você pode falar o que você quiser. Você apenas não supera o fato de que ela nunca te amou. Você precisa seguir em frente, cara. - Vance se aproximou enquanto gesticulava com as mãos. - Ela me ama.
Mary chegou no local, confusa.
Vance estava de costas para ela.
- E ela é minha. Você sabe disso.
- Eu não tenho tanta certeza... Eu ainda me lembro do que tem debaixo daquelas roupas. Do jeito que Mary é, muitos garotos devem se lembrar. Não é, Mary?
Vance se virou para trás e lá viu sua namorada.
Mary não sabia como reagir, o que dizer.
- Você dormiu com ele? - Sua voz estava indecifrável.
Ela não sabia se ele estava bravo, se estava triste.
- Não.
- Ah, dormiu sim. - Jack diz. Estava de divertindo. - Ela não é sua, Hopper.
Estava se divertindo, pois sabia que aquilo era mentira.
- Pare de mentir! - Gritou Mary. - Eu nunca dormiria com você. Nunca gostei de você o suficiente para isso. - Revela a garota.
Vance sorriu de canto.
Os dois sentiam seus corpos fervendo.
Suas mãos formigavam. Prontas para socarem o rosto de Jack
- Viu?
- Eu não acreditaria nela se eu fosse você. Uma puta igual Maryann Blake não é digna de confiança.
Vance não pensou duas andar de dar um soco na boca de Jack.
Jack por sua vez, agarrou sua roupa.
Mary observava os dois sem saber o que fazer. Estava em choque.
- Vance! - Mary gritou.
Por mais que Vance quisesse parar, não conseguia.
Não queria que Mary ficasse chateada, mas seu ódio gritava em sua mente.
Não conseguia pensar em outro garoto beijando Mary, sequer a tocando.
Vance deu uma joelhada em sua barriga. Jack agarrou sua gargantilha e a puxou, a rasgando.
Jack parou para ver a reação de Vance.
O garoto empurrou Jack ao chão e subiu em cima de seu corpo.
Ele o atingia repetidas vezes. Jack já cuspia sangue.
Vance segurou sua cabeça e a bateu contra o chão, o deixando zonzo.
Alguns professores chegaram.
Foram necessários dois homens adultos para segurar Vance.
Ele limpou o sangue de Jack de seus punhos na roupa dele.
Sua respiração estava desregulada. Os punhos vermelhos e doloridos.
Estava alucinado.
Mary nunca tinha o visto assim.
Estava mais irritado que nunca.
Eles o levaram para a diretoria.
Vance e Jack levaram uma suspensão de 3 dias.
Os dois saíram da sala.
Estavam se encarando do lado de fora do cômodo.
Todos esperavam que eles se socassem novamente. Mas não.
- Vamos para casa. - Diz Mary, desanimada.
Vance se abaixou e pegou sua bolsa que estava no chão do corredor.
Vance não concordou e muito menos discordou.
Ainda haviam algumas aulas, mas aquilo acabou com o dia dos dois.
Eles voltaram para casa em silêncio.
Sabiam que teriam que falar sobre aquilo.
Os pais de Mary só chegariam depois das seis da tarde.
Ela abriu a porta e entrou na casa.
Vance a seguiu.
Mary trancou a porta e jogou sua mochila no canto da sala.
A sala estava escura, mas eles não ligaram as luzes.
Uma luz entrava através das cortinas amarelas.
Os dois tiraram seus sapatos e se sentaram no sofá.
Mary se permitiu olhar para Vance durante poucos segundos.
Jack usava vários anéis, então acabou por machucar bastante Vance.
Seu supercílio e sua boca estavam com cortes.
Escorria um pouco de sangue de seu nariz.
Isso não era nada em comparação a como Jack ficou.
Mary se levantou e buscou o kit de primeiros-socorros em seu banheiro.
Ela comprou o kit assim que Vance a pediu em namoro. Era útil.
Ela se sentou ao lado de Vance. O pés descalços em cima do sofá.
O garoto olha para o chão. As pernas abertas e as mãos entre elas.
Mary segura em seu rosto para virá-lo para ela.
Vance continua olhando para baixo. Não quer olhar nos olhos dela.
Mary se sente agoniada.
- Vance. - Chama ela.
Ele sobe seu olhar até a garota.
- O quê? - Sua voz está rouca.
- Por que fez aquilo?
- Ele estava falando de você, Mary.
- Eu posso resolver meus próprios problemas. Jack é um babaca, mas é um só.
- Eu fiquei bravo porque você não me contou que dormiu com ele e...
- Eu não dormi com ele. - Mary interrompe.
- Mas ele disse que já viu você sem roupa...
- Ele dizia que terminaria comigo se eu não mandasse fotos para ele. Quando nós terminamos, fui à casa dele, peguei as fotos e as queimei. -Ela revelou, lamentando.
- Ah... Eu entendi agora. Sinto muito.
Mary aperta seus lábios e assente com a cabeça.
Ela começa a cuidar de seus ferimentos.
- Ai!
- Desculpa.
- Não, eu... Eu mereço. Não deveria ter brigado com ele. Eu prometi que não brigaria com ninguém.
Mary apenas assente com a cabeça, novamente.
- Ei, vem cá. - Vance a chama para seu colo.
Ela se senta nele e ele abraça sua cintura.
Em suas mãos, ela segura a gargantilha rasgada.
Ela aperta seus lábios em lamentação.
"Uma puta igual Maryann Blake não é digna de confiança."
A frase perturba sua mente.
Nunca achou que Jack seria capaz de dizer algo daquele tipo.
Mary nunca se sentiu tão ofendida como naquele dia.
A garota sentia seus olhos marejados.
Vance segura seu queixo.
Mary ignora o ato e limpa o sangue que escorre de seu nariz com um paninho.
- Sinto muito, Mary.
As palavras sumiram do pensamento de Mary quando Vance a abraçou.
Vance não é o tipo de pessoa que gosta de ficar abraçado com alguém durante muito tempo, mas ficar abraçado com Mary não era um problema.
- Ele estava mentindo, Vance. - Insiste Mary, a voz trêmula, consumida pelas lágrimas.
- Eu sei, amor. Eu acredito em você.
- Eu não quero que você se machuque nessas brigas.
- Não se preocupe comigo. Eu estou grandinho. Consigo me cuidar sozinho. - Vance limpa as lágrimas de garota.
- Jack foi idiota em brigar com você. Ele é mais velho que nós dois. - Ela tenta sorrir.
- Sim... Mesmo que eu tenha repetido o segundo ano. Eu repeti por faltas, sabia? Estava ocupado demais sendo preso.
- Ah, sim. É mais importante. - Ela é irônica.
- Claro, claro. - Vance a olha de canto de olho, sorrindo.
Então, várias coisas se passavam pela mente de Vance.
Por mais que Vance desmentisse esse fato: ele era inseguro.
Precisava que Mary reforçasse seu amor a todo momento.
E se Jack estivesse certo?
Seu sorriso se dissipou, fazendo a garota estranhar.
Vance abaixou sua cabeça.
- Eu sou bonito... Não é?
Mary se sentiu mal por Vance.
- Você é a pessoa mais bonita que eu já vi. - Respondeu Mary.
Ela segurou no queixo do garoto e o fez olhar para ela.
Mary o beijou.
Vance relaxou ao seu toque.
Eles eram completamente opostos.
Eles se amavam, sim, mas não era completamente fácil.
Nenhum relacionamento verdadeiro é.
Ela juntou suas testas.
- Vance, eu amo você. Ok? - Disse Mary.
Ele assentiu com a cabeça, apertando seus lábios.
Vance colocou sua cabeça no coração de Mary, abraçando sua cintura o mais forte que conseguia. Podia o ouvir batendo forte e veloz.
Mary abraçou o garoto.
- Eu te amo. - Ela sentia a necessidade de reforçar a frase.
Eles ficaram ali por algum tempo.
Os músculos de Vance continuavam rígidos. Ele estava ansioso.
- Você... Ainda está nervoso?
- Só um pouco.
- Você precisa se distrair com algo. - Conclui Mary, procurando algo para distrai-lo.
Vance a olhava sorrindo.
Mary olhou para ele confusa.
Vance a beijou e riu.______________________
Recado.
Galera, eu vim falar sobre o capítulo 24.
Eu vou falar sobre isso mais para frente na história.
O Vance (na história) tem 16 anos em 1977(nessa capítulo, por exemplo) e 17 em 1978.
Vance repetiu um ano por faltas, o que torna ele um ano mais velho que Mary, que tinha 15 em 1977 e 16 em 1978.
Mesmo que a idade deles seja mais avançada do que a de Finney e Gwen (11,12 em 1977), não vai ter hot! Eles não deixam de serem menores de idade.
Inclusive, isso está escrito na descrição da história.
Bom, só vim escrever isso pois li os comentários de vocês e notei que vocês ficaram nervosos KKKKKKK.
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𝐁𝐄𝐋𝐈𝐄𝐕𝐄 𝐔𝐒, Vance Hopper
Fanfic[+16] 𝐌𝐀𝐑𝐘𝐀𝐍𝐍 𝐁𝐋𝐀𝐊𝐄 acaba por presenciar o sequestro de seu colega de sala, Vance Hopper. Para manter seu testemunho em segredo, Maryann também é levada. Agora, ela precisa lutar por sua vida. - Plágio é crime! - Sem hots...