Prólogo I.

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TW: SUICÍDIO

ᴇᴍ 1977, ɴᴏ ᴄᴏʀʀᴇᴅᴏʀ ᴅᴀ ᴇsᴄᴏʟᴀ, Maryann guardava suas coisas em seu armário.

Quando ela fechou seu armário, levou um susto ao perceber Vance Hopper ao seu lado.
— Oi. - Disse ele, seco.
— Oi, Vance. — Ela disse, tentando recuperar seu fôlego. - Você me assustou.
— Hm... Eu preciso falar com você. — Ele se recostou no armário ao seu lado.
A garota, nervosa, olhou para os lados e notou os olhares das pessoas que passavam pelo corredor.
— Não olhe para eles, olhe para mim. — Vance segurou seu pulso, a puxando para perto.
Mary sentia que seu coração sairia pela boca a qualquer momento.
— Do que você precisa?
— Da sua ajuda. — Ele diz simples.
— Vance. — Ela larga os braços ao lado do corpo, já suspeitando sobre o que seria.
— Eu preciso que você me passe as respostas da prova de Química.
— Ah, Vance! — A garota reclamou.
— Se eu tirar menos que B, vou ficar de recuperação. Quem fica de recuperação em Química?
— Muitas pessoas.
— Mas não eu. Mary. — Ele quase disse "por favor", mas é orgulhoso demais.
As sobrancelhas dele se levantaram, esperando por uma resposta.
Mary bufou alto e se aproximou mais dele, apontando em seu peito.
— Eu vou te ajudar, mas se eu me der mal, a culpa é sua! — Disse ela, decisiva.
— Tudo bem, tudo bem. — Ele levantou as mãos ao ar, fingindo se render.
— Tá, tchau. — Ela deu um pequeno sorriso e se virou, porém, Vance segurou sua mão, a obrigando a se virar.
- Você quer ir a algum lugar hoje a tarde?
- Algum lugar? - Ela repetiu, achando graça.
- É, algum lugar. Talvez ao Arcade?
- Tá, claro. Arcade. Te vejo lá às 14:00h?
- Sim. Às 14:00h. - Ele sorriu e deixou seu corpo ereto, ficando mais alto.
- Ok, então. Tchau, Vance. - Ela riu e se afastou.

Mary foi para sua sala e participou das últimas duas aulas.
Então, quando as acabaram, ela seguiu até a outra parte do colégio, onde ficavam os alunos do 5° ao 9° ano.
A garota se aproximou da entrada, onde saiam os alunos e esperou por seus irmãos.
Sem demorar muito, ela viu Gwen chegar.
- Oi, Mary. - A menina disse sorrindo.
- Oi, Gwen. Onde está o Finney?
- Ah... - Ela olhou em volta. - Eu não sei.
- Bichinha! - A palavra foi gritada ao fundo.
Maryann se virou e ao longe, viu três garotos em pé, ao redor de alguém que estava deitado no chão.
- Mas que... - Ela começou a se afastar de Gwen, mas a garota a seguiu.
De longe, vinha Robin Arellano.
Mary correu até os garotos e percebeu que no chão estava Finney.
Os garotos o chutavam e socavam.
Finney cuspiu sangue.
- O que acham que estão fazendo? - Questionou Mary, brava.
- Eu já falei para vocês não mexerem com o Finn. - Disse Robin.
- Fiquem longe do meu irmão! - Gritou Gwen
Mary puxou um dos garotos e deu um soco em seu rosto, o fazendo cair.
Robin foi para cima de um garoto ruivo, dando socos em seu rosto.
Gwen pegou uma pedra e jogou no rosto do último garoto, que caiu. Um corte fundo em seu nariz, agora quebrado, o faz sangrar.
- Vamos, Finn. - Mary o ajudou a levantar.
Ele se levantou e pegou sua mochila.
- Vem cá. - Mary o parou e puxou seu lábio. - É, cortaram a parte interior dos seus lábios. - Ela se referiu ao seus dentes.
- Vou ficar bem. - Finney disse, e de sua boca escorreu mais sangue.
- Eles não vão. Da próxima vez eu mato eles. - Ameaçou Robin.
- Deixe-me ter a honra. - Ironizou Mary.
Os quatro andaram juntos para casa.

Finney ficaria na casa de Robin para ajudá-lo a estudar e Gwen iria para a casa de Susie.
Mary voltou sozinha para casa e deixou suas coisas na sala.
- Mãe, cheguei. - Avisou ela.
A garota chegou na cozinha e sua mãe estava sentada, tomando café.
- Oi, filha. - Ela disse, a voz cansada e fraca.
- Você está bem? - Perguntou Mary, preocupada.
- Estou sim, meu amor. É só um mal estar.
- Quer que eu ligue para o papai?
- Não, não precisa.
- Eu fico com você. Posso ligar para Vance. Podemos sair outro dia. - Ela começou a mexer nos armários enquanto fazia um chá.
- Não, filha. Não quero atrapalhar. Eu vou ficar bem. É só uma dor de cabeça.
- Mas mãe...
- Eu vou ficar bem. - Ela segurou na mão de Mary.
- Ah. Tudo bem, então. Aqui. Beba esse chá. Vou pegar um remédio para você.
- Tá. - Ela respondeu, calma.
Mary foi para o banheiro e buscou um remédio para dor de cabeça.
Ela entregou o remédio à sua mãe, que o engoliu sem reclamar.
- Filha, seu pai pediu que você compre lâminas para o aparelho de barbear dele.
- Tá. Vou tomar banho e vou no mercado comprar.
- Obrigada. - Ela agradeceu.
Seus olhos pareciam marejados, mas Mary tinha certeza de que era algo de sua cabeça.
A garota tomou banho e se arrumou.
Ela fez a maquiagem mais básica que conseguiu e se arrumou.

𝐁𝐄𝐋𝐈𝐄𝐕𝐄 𝐔𝐒, Vance HopperOnde histórias criam vida. Descubra agora