II.

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Pᴇʟᴀ ᴍᴀɴʜᴀ̃, o telefone de Terrance Blake tocou.

    Seu dia estava bom. Nada fora do comum.
    Ele atendeu e ali estava: a pior notícia que poderia receber.
    "Maryann" e "sem paradeiro" na mesma frase.
    — Finney! — Ele gritou, nervoso.
    — Sim? — O garoto apareceu rapidamente.
    — Onde está Mary?
O ar fugiu dos pulmões de Finney.
    — Eu não sei. — Ele confessou.
    Os joelhos de Terrance cederam.
    — Não. Eu não sei onde ela está. — Ele disse para quem fosse que estivesse ao outro lado no telefone.
    — Pai! — Gwen entrou na cozinha, animada. — Onde a Mary está? Preciso mostrar para ela o desenho que fiz na aula.
    Terrance sentiu seu coração se despedaçar um pouco mais.
    Finney se encontrava em choque.
    Nenhum dos três se moviam.
    — Dois quarteirões depois da escola. — Terrance repetiu a informação que ouviu ao telefone. Era tudo o que Finney precisava.
    O garoto puxou sua irmã para longe de casa e gritou para que ela não parasse de correr.
    Não era longe. Não mesmo.
    Em poucos minutos, ali estavam.
    Estavam no lugar que odiariam para sempre.
    No lugar onde Maryann desapareceu.

    Haviam policiais, viaturas, pessoas curiosas e sangue.
    Havia sangue.

    Gwen correu para longe de Finney e se abaixou ao chão. Dele, ela pegou um colar. O colar de Mary.
    O desespero tomou conta de Mary e congelou o corpo de Finney.
    Ele havia se tornado um robô.
    Incapaz de sentir qualquer coisa.
    Ele se abaixou e de lá pegou um anel, o anel.

    Finney se sentou em um pequeno muro e começou a observar o local.
    Alguns peritos recolhiam coisas do chão.
    Perto da grande poça de sangue, havia uma chave-inglesa ensanguentada.
    — Parece que o delinquente, Vance Hopper, foi levado junto à garota. Foram vistos saindo quase à mesma hora da escola. Ela o estava seguindo, mas pareciam estar juntos. — Anuncia um policial.

    Vance e Maryann juntos novamente. Seria engraçado se o contexto não fosse trágico.

    Gwen não sabia o que fazer.
    Simplesmente não sabia.
    Como poderia?
    Ah. Poderia.
    Poderia ter visto isso em seus sonhos.
    Jesus deveria ter mostrado a ela. Deveria ter mostrado que sua irmã seria sequestrada.
   
    Gwen e Finney precisavam culpar alguém. Algo.
    Era mais fácil.
    Mas... Droga. Não havia ninguém para culpar.

    Exceto, por uma pessoa a qual nem sequer sabem o nome.

𝐁𝐄𝐋𝐈𝐄𝐕𝐄 𝐔𝐒, Vance HopperOnde histórias criam vida. Descubra agora