Eᴍ ᴀʟɢᴜᴍ ʟᴜɢᴀʀ, Vance pensava em Mary.A garota estava sentada ao seu lado, em silêncio.
O clima entre eles está estranho e confuso.
Mesmo com ela ao seu lado, Vance não consegue falar com ela. Sua língua se enrolava sempre que ele tentava.Já Mary, pensa em Finney.
Não, pensa em Robin.
Há algumas semanas, ela sonhou com o mascarado.
Os garotos diziam que eles não poderiam subir as escadas.
Porém... O mascarado usava o cinto de Robin.
Pelo que Mary sabia, Robin estava bem, mas ela estava lá há tempo demais para saber.
— Mary.
— Hm?
— Eu quero falar com você.
— Ah... Tá.
Vance se vira para ela.
— Eu queria pedir desculpas por ter beijado aquela garota naquela festa... Nós tínhamos terminado a pouquíssimo tempo. Você não merecia ter visto aquilo. — Ele é sincero.
— Vance, não tem porque se desculpar. Como você mesmo disse, nós tínhamos terminado. Você tinha o total direito de beijá-la. Eu errei. Eu não deveria ter terminado com você por uma carta. Deveria ter falado com você pessoalmente... Eu acho que eu me expresso melhor através da escrita.
— Ah... Aquilo.
— É... Aquilo.
— Eu fiquei triste quando você terminou comigo. Eu gostaria que você tivesse falado comigo, assim eu poderia responder.
— Eu sei, eu sei. É que minha mãe acabara de morrer... Acho que eu precisava de um tempo... Para você sabe, colar os cacos da minha família.
— Sim, eu entendo. Naquele tempo eu pensava que você achava que eu não poderia te consolar, que talvez eu não fosse o suficiente. Agora eu vejo que eu estava pensando só em mim. Você tinha o direito de terminar comigo.
— Não é bem assim...
— É, sim, Mary. Além de que eu era extremamente ciumento. Eu chegava a ser possessivo.
Mary não consegue discordar.
— Eu não terminei com você porque eu não te amava mais. Eu nunca deixei de te amar, Vance. Nunca vou deixar. — Confessa.
Mary se aproxima mais de Vance.
Ele não sabe como reagir.
— Como você sabia que eu ouviria Can't Help Falling In Love pensando em você?
— Porque eu ouvi pensando em você.
— Se levante.
— O quê?
— Vamos dançar.
— Dançar? — Ela repete rindo.
— Exato, dançar.
Vance se levanta da cama e caminha até o lado de Mary.
Ela está sentada no colchão, rindo confusa.
— Me concede a honra desta dança?
— Sim. — Ela afirma, ainda rindo.
— Que bom, você teria que dançar mesmo não querendo.
— Ah, claro.
Vance pede permissão com o olhar antes de segurar na cintura de Mary, ela assente com a cabeça.
Ele a puxa para o canto esquerdo do cômodo para poderem ser iluminados pela luz do luar.
— Segure minha cintura e minha mão, como sempre. — Ordena Mary.
Vance obedece novamente.
— Não temos música. — Lembra Vance.
— Eu devo ficar? Seria um pecado? — Começa Mary.
— Se eu não consigo evitar me apaixonar por você?
— Como um rio que corre. Certamente para o mar.
Vance sorri.
— Querida, é assim... Algumas coisas estão destinadas a acontecer.
— Estávamos destinados a nos conhecer. — Conclui Mary, cortando a música.
— Certamente.
— Pegue minha mão. — Mary aperta a mão de Vance.
— Pegue minha vida inteira também. — Continua Vance.
— Porque eu não consigo evitar...
Mary encosta sua cabeça no ombro de Vance.
— … me apaixonar por você.
A garota beija a mandíbula de Vance.
Ele coloca leva uma de suas mãos ao rosto da garota.
Vance tira o cabelo de seu pescoço e o beija delicadamente.
Ele sobe seus beijos até o rosto de Mary, e então se afasta antes de beijar seus lábios.
A garota olha no fundo dos olhos de Vance.
Os olhos dele brilham. Brilham muito.
São lágrimas.
Os olhos de Vance estão marejados assim como os de Mary.
Vance nunca sentiu tanta saudade de alguém.
Vance foi a quarta pessoa a qual Mary mais sentiu falta.
A quarta.
— Quando nós sairmos daqui... Eu vou pedir você em casamento. Não adianta dizer que não irá aceitar, eu sei que vai.
Mary ri. Em meio à aquilo tudo, ela estava mais feliz que nunca.
— Nós só temos 16 e quase 17 anos, Vance.
— Depois — ele a ignorou —, vamos arranjar empregos e comprar uma casa nova. De alguma jeito, quando formos maiores de idade, conseguiremos a guarda de seus irmãos. Provaremos que Terrance não pode cuidar dele.
— Antigamente, era você que não pensava no futuro.
— Eu acho que eu penso até demais.
— Antes era eu.
— É... Era sim, mas agora eu sei que quero passar até o último dia da minha vida com você.
Não havia porquê enrolar mais.
Mary disse o que deveria ter dito há muito tempo.
— Eu te amo, Vance. — Ela desenterrou a frase.
Aquela frase estava enterrada no cemitério o qual eles chamavam de relacionamento.
— Eu te amo, Mary.
Ali.
Em um porão de um psicopata.
Mary e Vance lembravam a si mesmo seu amor.
O garoto a puxou para perto e sussurrou em seu ouvido:
— Eu não posso evitar me apaixonar por você, Maryann Blake.
Ela sorriu.
Ele se afastou.
Mary segurou em seu rosto e então, tudo era como antes.
Os corações acelerados.
Os estômagos completos de borboletas.
As bocas secas e sem palavras.
Vance não hesitou em beijá-la.
Tudo era como antes.
Mary interrompeu o beijo para abraçá-lo.
Uma lágrima escorreu de um de seus olhos.
— Eu jurei para mim mesmo que nunca mais me apaixonaria de novo até reencontrar você. — Confessou Vance.
— Eu jurei para mim mesma que nunca mais me apaixonaria ao não ser que fosse por você.
Eles estavam lá.
Abraçados no escuro.
A luz do luar os iluminavam, deixando suas peles azuladas e acinzentadas. Apenas isso.
A lua refletia no olhar de Mary.Depois daquele tempo todo, seus corações batiam fortes novamente.
Naquele dia, Mary e Vance juraram um para o outro que sairiam de lá, juntos.
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𝐁𝐄𝐋𝐈𝐄𝐕𝐄 𝐔𝐒, Vance Hopper
Fanfic[+16] 𝐌𝐀𝐑𝐘𝐀𝐍𝐍 𝐁𝐋𝐀𝐊𝐄 acaba por presenciar o sequestro de seu colega de sala, Vance Hopper. Para manter seu testemunho em segredo, Maryann também é levada. Agora, ela precisa lutar por sua vida. - Plágio é crime! - Sem hots...