Epílogo V.

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Mᴇsᴍᴏ ǫᴜᴇ ᴇsᴛɪᴠᴇssᴇ ᴘᴇʀᴛᴏ, tudo parecia distante.
 
    O vestido branco. As flores. As pessoas.
    Finney assistia o casamento de sua irmã acontecer. Ele a levava até o altar, calmo.
    A música não poderia ser outra.
    Can't Help Falling In Love era a música certa.
    Por um segundo, se viu no lugar de seus pais. Primeiramente, Terrance e depois, Vance. Um deles deveria estar levando Gwen até o altar, não ele.
    Robin estava junto dos outros padrinhos. O cabelo preso para trás em um coque.
    Finney beijou a testa de sua irmã e depois se aproximou de Robin, sendo recebido por um beijo.
    Eles estavam casados há anos, mas apenas seus amigos e familiares sabiam.
    Aquilo era lindo, e injusto.
    Era o ano de 1990 e eles não podiam se casar. Não era permitido.
    O aperto no peito que eles sentiram ao descobrir que não poderiam se casar com quem amavam era indescritível.
    Mesmo assim, casaram-se em segredo. Gwen virou um padre por um dia, fazendo a cerimônia. Era pouco, mas era o suficiente.
    Eles estavam casados, era o que importava.
    Dereck era uma pessoa boa. Havia sido testado por Finney e Robin milhões de vezes. E o mais importante, ele amava Gwen.
    A garota sabia, que onde quer que eles estivessem, estavam a assistindo. Seus 4 pais e os garotos desaparecidos. Estavam lá para desejar felicidade.
    Havia um motivo para ela acreditar nisso. Ela tinha os visto.
    Matilda, a pequena filha adotada dos Arellano carregava as alianças. Hakim, já com seus belos 13 anos, o acompanhava. Seus pelos estavam brilhosos e escovados.
    A garotinha de cabelos ruivos sorria contente, feliz por seus tios estarem se casando.
    Assim que entregou as alianças, correu até seus pais, pedindo que Robin segurasse-a.
    Seu nome era perfeito. Forte combatente, guerreira forte. A menina havia passado por tantas coisas, mesmo tendo apenas 2 anos.
    Ela era forte, como todos na família Blake — incluindo os Arellano.
    Os olhos azuis eram os mesmos de Mary, inconfundíveis, apesar de ser uma grande coincidência.
    Talvez, uma coincidência.

    Tudo havia acontecido há 12 anos, mas era como se fosse ontem, mesmo que Finney não tivesse visto o que havia acontecido com os que faleceram.
    Albert estava preso em seu próprio porão, junto de Dener e Malcolm. Eles não ficarão lá por pouco tempo, não mesmo.
    Eles sabem o que fizeram, mas não sabem quem são, e não há ninguém para lembrá-los disso.
    Albert sequer pode falar. Suas cordas vocais foram completamente cortadas por Mary.
    A bala do revólver de Malcolm ainda está em seu crânio. Se suicidou assim que descobriu que Albert era quem tinha feito todos aqueles sequestros e vítimas.
    Dener ficará para sempre decepcionado com si mesmo. Ele sabe que todos os seus planos falharam e sabe que não há nada que ele possa fazer sobre.
    Eles ficarão lá por bastante tempo.

    Em um dia qualquer, eles decidiram visitar uma praia em outra cidade. A praia em que Billy conheceu Sophia.
    Terrance e Corine preferiram ficar em Denver, juntos.
    Não estavam mais juntos como um casal, mas sim como amigos. Era o que ambos haviam concordado em ser.
    Corine havia o perdoado, era tudo o que ele queria e precisava.
    Usaram o carro antigo do pai de Vance.
    Ele estava na frente de sua casa, não usado há semanas.
    A casa de Vance havia sido vendida, totalmente vazia.
    A maior parte das coisas das crianças desaparecidas haviam sido entregues a Finney. Incluindo a bateria de Vance.
    Eles sabiam que não estavam realmente pegando o carro. Na verdade, o carro sequer se moveu. É como se houvessem dois, um no mundo dos vivos, e outro no dos mortos.
    Vance dirigiu até praia, sendo acompanhado por Mary.
    Em outro carro, Bruce era quem dirigia. Levava Griffin e Billy nos bancos de trás.
    O loiro mantinha sua mão sobre a coxa de Mary, a observando de canto se olho.
    O sol do início da tarde brilhava e fazia seus cabelos se transformarem em fogo. Estava mais bonita do que nunca.
    Assim que chegaram à praia, Billy foi o primeiro a descer do carro.
    Estava surpreso demais. Surpreso por ver uma garota na água do mar.
    Ela usava um vestido florido e cabelos loiros no meio das costas.
    Os outros desceram dos carros, o seguindo.
    Ela era inconfundível, e Billy não pensou duas vezes antes de correr até ela.
    — Sophia! — Gritou, explodindo em emoções.
    Ela se virou, sorrindo.
    Billy correu até a garota, molhando-se na água fria e salgada.
    Assim que ele a alcançou, a abraçou o mais forte que pôde.
    — Billy! — Exclamou, retribuindo o abraçou.
    — Eu te amo. — Disse, sem hesitar.
    Ela sorriu mais ainda, colando seus lábios em um beijo rápido.
    — Deus, esperei tanto para te encontrar de novo. — Ela revelou, o abraçando.
    — Eu estou aqui. É isso que importa, certo?
    — Certo.

    Os 6 decidiram jogar vôlei para passar tempo.
    Em um time, estavam Griffin, Billy e Sophia. No outro, Mary, Vance e Bruce.
    O Hopper insistia em beijar Mary a cada ponto marcado.
    Quando se cansaram, sentaram-se em algumas cadeiras reclináveis que estavam no local.
    — Eu vou nadar. — Anunciou Vance, tirando sua camisa.
    — Hm... Eu também. — Mary tirou sua saída de praia, indo atrás de Vance, que a abraçou e a girou.
    — Eu vou com eles! — Griffin disse, se levantando.
    — Ah... — Murmurou Bruce. — Griffin, por que você não vai comigo depois, eu não quero ficar sozinho, por favor. — Ele deu uma desculpa qualquer.
    — Tudo bem, então. — Ele deu de ombros.
    Os dois colocaram seus pés no mar, ele estava gelado como sempre.
    — Nossa Senhora! — Mary voltou até a areia.
    — Meu senhor, está frio para cacete! — Vance a seguiu.
    Depois de alguns segundos, os dois voltaram para a água, entrando lentamente no mar. A água já passava de seus joelhos.
    Quando o loiro se distraiu, virando-se para o horizonte, Mary se abaixou e encheu suas mãos com a água salgada, a jogando nas costas nuas do garoto.
    — Sua... — Ele se virou, sorrindo indignado.
    Mary ria a mais que conseguia.
    — É assim, é? Beleza. — Ele correu até ela.
    — Vance, Vance, não! — Gritou, antes dele a empurrar para a água como um jogador de futebol americano.
    Mary se desvencilhou dos braços de Vance, subindo até a superfície.
    — Seu idiota! — Xingou, rindo e tirando a água de seu rosto.
    — Você que começou.
    Ambos riram, nadando até mais longe. Onde pararam, Mary precisava ficar na ponta de seus pés.
    Vance a agarrou, fazendo com que Mary instintivamente colocasse suas pernas ao redor da cintura dele.
    A água está calma, o que não era comum. Aquela praia era uma das praias com mais ondas na cidade.
    A garota escondeu seu rosto no pescoço de seu noivo e ele colocou seu queixo no ombro dela.
    — Pegue minha mão, pegue toda a minha vida também. — Começou em inglês, sorrindo.
    Mary riu, afastando seu rosto.
    — Porque não consigo evitar me apaixonar por você. — Completou — também em inglês —, sentindo-se leve.
    — Ah, garota, eu te amo tanto. — Murmurou, completamente apaixonado.
    — Eu sei... E eu te amo mais. — Ela o beijou lentamente, aproveitando aquele momento de paz, então sussurrou entre seus lábios: — Eu te amo mais.

Fim.

   

𝐁𝐄𝐋𝐈𝐄𝐕𝐄 𝐔𝐒, Vance HopperOnde histórias criam vida. Descubra agora