Sempre

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Pete

Acordo sentindo o meu corpo leve como uma pena, dormir tão bem a noite passada e ao abrir os olhos percebo que não estou no meu quarto, me sento na cama tentando reconhecer o ambiente estranho? Mas não consigo me lembrar de como cheguei até ali, flashbacks da noite passada me fazem apertar o lençol da cama e respiro devagar, sentindo a fúria descer como lava quente pelas minhas veias, se o que os pais do Sam disseram for verdade, então ele ultrapassou todos os limites existentes e isso iria custar muito caro para ele.

Me levanto da cama e a arrumo, vejo que tem pantufas no chão, as coloco, ando para onde acho ser o banheiro e ao entrar vejo uma escova nova ainda na embalagem sobre ela, roupas do meu tamanho, desodorante, sabonete e até mesmo o creme que eu usava estava ali, quem quer fosse que me trouxe até ali, merecia um muito obrigado e uma recompensa, fecho a porta do banheiro, tomo um banho e faço a minha higiene pessoal, enquanto penso no tempo que perdi do Noah? A dor e a raiva fazem com que eu planeje destruir o resto da vida do Sam, aquele desgraçado, mentiroso e se aquele bebezinho fosse meu, ele nunca mais o veria na vida, saio do banheiro com as minhas roupas em uma sacola e vejo Victor ali, ele sorri para mim e me analisa para ver se estou bem? Me lembro da voz dele na noite passada e de como ele me tirou do jardim, agradeço sentindo as minhas bochechas vermelhas. Era a segunda vez que ele me ajudava.

_ Muito obrigado por te me tirado de lá Victor e me trazido para esse quarto, não teria condição nenhuma de sair dali sem causar um tumulto e atrapalhar o seu evento, eu nem sei como agradecer você e estou até mesmo envergonhado com a minha postura, eu não trago os meus problemas pessoais para o trabalho e vou entender se...

Ele me corta quando percebe que estou me perdendo nas palavras, eu tinha falhado no meu trabalho e seria justo ele me demitir, ele diz sorrindo para mim divertido, ele estava se divertindo com o meu desespero? Era só o que faltava.

_ Respira Pete, não precisa fica envergonhado com nada, o evento foi um sucesso e muito dos convidados vão contratar a sua empresa, sobre te tirar do jardim, soube que tinha desmaiado e fui até você, eu não podia te deixar lá e te trouxe para o meu quarto na mansão.

Ando até a janela percebendo que ainda estou na mansão, nunca tinha subido até aquele andar e Victor anda até a varanda, o sigo vendo uma mesa com café da manhã e ele explica.

_ Sente e se e coma comigo, mandei preparar para você e imaginei que você fosse acordar faminto.

Minha barriga ronca como se respondesse ao Victor, me sento envergonhado e ele começa a me servir, olho para o meu prato que tem pães com ovos mexidos, pães doces, me sirvo de chocolate quente e ele diz, enquanto bebe o seu café.

_ Eu tive que odorizar você ontem Pete, me desculpe por isso e sei como pode soar invasivo, mas eu sabia que você precisava se sentir confortável e confiar em mim, foi a única forma de te fazer descansar.

Isso explicava porque dormir tão bem, ele tinha me odorizado com o seu cheiro para me acalmar e era algo estranho que tivesse funcionado já que eu era um beta, imune aos odores de alfas e ômegas, ignoro essa informação e agradeço por ter dado certo, quanto mais o Victor falava, mas a minha divida de gratidão aumentava com aquele homem e digo.

_ Não precisa pedir desculpas Victor, eu agradeço por você te feito isso por mim, eu precisava mesmo te apagado ou teria cometido alguma loucura e a minha divida com você só aumenta.

_ Não pense nisso como divida como se eu quisesse algo em troca, eu te ajudei e faria novamente se precisasse Pete – Havia uma intensidade verdadeira nas palavras dele que me arrepia e digo mudando de assunto olhando para o meu prato.

_ Acredito que você saiba o que aconteceu comigo a um ano atrás?

_ Sei por cima não nego, mas não comento sobre a vida intima dos meus funcionários Pete – Ele diz sério enquanto mantém os olhos nos meus, Victor era um homem bom e digo enquanto respiro fundo, ele merecia saber o que tinha acontecido na noite anterior.

_ Tudo bem Victor e agradeço por isso, a maioria das pessoas não teria o mesmo respeito que você e como você me salvou ontem, vou te contar o que aconteceu para que eu desmaiasse no jardim.

_ Só me diga se sentir confortável em contar Pete, não se sinta obrigado – Ele diz e assinto com a cabeça, digo enquanto brinco com o garfo no prato.

_ Ontem os pais do meu ex marido vieram até aqui e me contaram que o Sam mentiu sobre a paternidade do Noah, que eu sou o pai do bebê e que ele forjou exames junto com a Doutora Clary, foi demais para mim saber que ele tinha me enganado daquele jeito, era o meu sonho ser pai e ele sabia disso. – Tento não chorar, mas era difícil pensar em como o homem que amei tinha me enganado e sido sujo, sinto a mão de Victor segurar a minha e ele diz quando olho para ele.

_ Sinto muito por isso Pete e imagino que seja dolorido para você, mas pense que agora você vai ter o seu bebê para você criar e amar, aliás o casal de ontem deixaram um envelope para você.

_ Obrigado pelas palavras e pela ajuda Victor, mas eu preciso ir e vou te desocupar, já te ocupei muito. – Digo enquanto me levanto da mesa, ele faz o mesmo e anda comigo até a porta em silêncio, pega um envelope amarelo e me entrega, antes que eu vá embora ele diz segurando a minha mão.

_ Se precisar de qualquer coisa, não hesite em me procurar Pete, estou a sua disposição em tudo que precisar, sempre.

Ele aperta a minha mão ao dizer essas palavras, tento não gaguejar e digo antes de praticamente correr dali.

_ Obrigado por tudo Victor.

Puxo a minha mão, a mão do Victor é quente e macia e me afasto dele, abro a porta e ando decidido para fora da mansão, eu tinha algumas contas para acertar.

Meu BetaOnde histórias criam vida. Descubra agora