Surtar

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Pete

Ir embora depois de ouvir as palavras do Victor foi no automático e me questionava como conseguir chegar em casa sem bater em algum poste ou arvore? Ele tinha conseguido mexer comigo, me arrepiava lembrar da sensação dos dedos dele nos meus lábios e no meu rosto, do jeito sincero que ele se declarou para mim e sem nem ao menos pestanejar ou gaguejar, com os olhos fixos nos meus, Victor era um homem perigoso para mim e para o meu coração.

Estaciono na rua vazia e percebo que fiz o caminho do meu antigo apartamento, lugar onde eu não vinha a quase um ano, olho o prédio alto, eu tinha mandado reformar aquele lugar seria onde eu criaria o Noah e sinto as minhas mãos tremerem, aquele apartamento tinha sido onde todo o meu conto de fadas foi destruído e me perguntava agora, se querer morar ali novamente foi uma boa ideia? Minha vontade é pegar o carro e sair dali, mas ignorando os alertas na minha mente, eu saio do carro e entro no prédio, iria lidar com os meus demônios.

E seria melhor do que ter uma crise nervosa com o Noah comigo, não me perdoaria se o meu bebê me visse perdendo o controle e era nisso que eu me apegava, enquanto entrava no elevador e me encosto na parede e fecho os olhos depois de apertar o andar da cobertura. Repito baixinho como em um mantra.

_ É a minha casa dos sonhos, a minha realização pessoal e Sam não vai estragar isso.

Saio do elevador, andando até a porta e a fechadura tinha a senha, a data do nascimento do Noah, era brega, mas me fazia sorrir e ao entrar é como se um turbilhão de emoções me atingisse, me seguro na parede sentindo uma dor quase física me atingir e ando devagar pelos cômodos que estão decorados com esmero, Zett fez um ótimo trabalho e ando até o quartinho do meu bebê, ao entrar eu vejo o berço branco com azul, as paredes tem os desenhos de nuvens, o quarto era como o pequeno céu do Noah e ando até o closet que está cheio de roupinhas e fico olhando para elas, os brinquedos estão organizados em caixas organizadoras e já imaginava a bagunça que ele faria ali, me sento no tapete interativo, enquanto tento não chorar, mas era impossível não fazer isso agora.

Choro enquanto abraço os meus joelhos, era um choro de libertação de todo o meu sofrimento e das mentiras em que fui colocado, era o meu novo recomeço e ninguém iria roubar isso de mim, era o começo de uma nova vida e não iria parar a minha vida novamente. O meu celular toca e atendo sem ver quem é, enquanto olho o teto que tinha o desenho do sol e da lua, era um quarto lindo.

_ Olá.

_ Pete, sou eu a Rose, onde você está?

_ Em casa, porque? – Pergunto enquanto me sento, meu coração dispara pensando se algo urgente e Rose diz.

_ Estou na frente do seu apartamento, venha abrir.

_ Estou na minha casa, não no apartamento – Explico enquanto me levanto do chão e digo.

_ Mas já estou indo para ir, se você quiser me esperar.

_ O que você está fazendo aí? Está tudo bem? – Havia uma preocupação sincera nas palavras dela, Rose esteve comigo desde do início e além do processo ela se tornou uma verdadeira amiga e explico, para tranquiliza-la.

_ Está tudo bem e só vim matar os meus demônios e ver como a decoração ficou, o quarto do meu bebê está lindo e parece o céu. O céu do Noah. – Sorrio como um bobo ao dizer isso e Rose concorda.

_ O Zett não erra nunca, ele sabe como realizar os seus clientes e bom já que você não está aqui eu vou de dar as notícias por telefone mesmo, tenho uma que talvez você não goste muito.

_ Qual notícia? O que está acontecendo? – Pergunto preocupado com o que seja e ela manda.

_ Se sente, Pete.

_ Pode dizer – Me sento enquanto espero que seja uma boa noticia e Rose diz animada.

_ O juiz concedeu a guarda definitiva do Noah a você, amanhã no primeiro horário a assistente social, ira entrega-lo a você e estarei junto.

_ Amanhã? Ele vem pra casa amanhã? Ai meu Deus, Rose – Eu grito eufórico ao saber que o meu filho finalmente vem para casa amanhã, depois de meses longe e sem nenhum contato, eu finalmente vou tê-los nos meus braços e ela diz.

_ Sim amanhã as oito da manhã, o Noah estará com você, Pete finalmente.

_ Ai meu Deus Rose, eu nem sei o que dizer, parece que é um sonho tão irreal e em qual casa, ele vai vim? No da cobertura, não é? Preciso arrumar a minha mudança para cá hoje.

_ Vou leva-lo no endereço da cobertura, é bom que ele já vai se adaptar no quarto dele e com você.

_ Ele pode e com certeza vá me estranhar, sou um desconhecido para o meu filho – Havia dor em cada palavra, sinto as lagrimas caírem pela minha bochecha e pergunto, me recusando a sofrer, recuperaria o tempo perdido com o Noah.

_ Qual a outra noticia que eu não iria gostar muito?

_ O Sam entrou com um pedido de guarda compartilhada, exigiu uma pensão por está desempregado e alegou que você foi responsável pelo declínio financeiro dele, porém o pedido foi negado.

_ Ele ainda queria pensão? Meu deus, ele não cansa de passar vergonha e não consigo acreditar que foi por esse homem que eu me apaixonei? Não o reconheço.

_ Sinto muito por isso, mas os pedidos foram negados porque o Sam não é o pai biológico do Noah e aparentemente ele não sabia disso, ele foi preso por desordem ao tribunal.

O que o Sam, não era o pai do meu filho? Que porra era tudo aquilo, um livro onde o protagonista só se ferrava e pergunto sem entender.

_ Não entendo essa história está muito confusa pra mim, Rose, como ele não é o pai do Noah?

_ Segundo o novo DNA apresentado, ele não é o pai biológico do Noah, a doutora Claire informou que foi usado o sêmen do banco de doadores da clínica, porque o Sam não pode ter filhos e segundo a cópia do contrato de vocês, ela tinha autorização de usar um sêmen de um doador parecido fisicamente, em caso de incompatibilidade do sêmen de um de vocês.

Eu me lembrava dessa clausula e ignorei, porque o Sam sempre foi saudável e os exames estavam perfeitos juntos com os meus, então esse tempo todo o problema era o Sam e não eu como eu acreditei? E como ele me fez acreditar por eu ser um beta, estou em choque e aviso, antes de desligar.

_ Eu preciso digerir essa informação, Rose e até amanhã.

_ Até Pete.

Desligo o telefone enquanto fecho os olhos parecia que o ultimo ano da minha vida foi enrolado em mentiras e falcatruas, as pessoas que eu menos esperava me apunhalaram pelas costas e só queria que todo aquele inferno finalmente acabasse de uma vez por todas, minha vontade é ir atrás do Sam e mata-lo com as minhas mãos, mas não faria isso e precisava focar no que era importante: No Noah.

Mas eu tinha muitas perguntas, quem era o doador do sêmen? Geralmente era anônimo, era melhor assim, não é? Finalmente me livraria do Sam e isso era um alívio no meu coração, eu  tinha que ler aquele contrato depois e iria surtar até o fim da noite, era muita coisa acontecendo ao mesmo tempo.

Meu BetaOnde histórias criam vida. Descubra agora