Elisa - I . Continuação

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Concordei e segui na direção em que Mathews tinha ido, dando numa ampla sala de estar, ele estava sentado encarando o nada e eu suspirei longamente antes de começar a falar.

- É uma menina e é sua! Eu já andei me informando e tem algumas clínicas aqui em Nova York que realizam exames de Dna.

Mathews se virou para mim e sorriu triste.

- Veio só para me dizer que está grávida? - Mathews caminhou até mim parando aminha frente. - Porque não apanhou o telefone e me ligou. - sua voz não era de cobrança.

- Não queria contar de modo impessoal. Queria saber se vou poder contar com você?!

- É claro que pode. - ele sorriu amável apoiando as mãos na minha barriga. - Uma menina?

- Uma menina! - concordei sorrindo, eu sentia tanta falta do toque dele. - Você pode marcar o exame?

- Acredito em você, Elisa! Não iria mentir para mim. Afinal de contas não iria querer um empregado assumindo seu filho. 

Engoli em seco e me afastei dele. 

- Você é realmente muito bom nisso!

- Você também é. - ele cruzou os braços. - Vai ficar?

-Sou boa em quê? - ele não tinha o direito de se sentir magoado comigo.

- De fazer suas próprias escolhas sem consultar as pessoas envolvidas. 

- Eu pensei em voltar para França e viver lá, mas acho que uma criança precisa conviver com seus pais, ainda que não sejam um casal, então eu vou ficar, sim! - ignorei o que ele disse, porque não queria iniciar uma discussão.

- Muito bem! era o que esperava de você. - ele se sentou no sofá. - Me conte sobre o bebê e essa trajetória da gravidez. Está tudo bem? 

- Está! ela está no peso ideal, e de acordo com a minha obstetra em Paris, ela vai nascer bem comprida!

- Já escolheu um nome? - seus olhos brilharam. 

- Achei que você gostaria de participar disso! - afirmei. - Parei de beber, de comer tantos doces, diminui o café, parei de tomar chá, nada que possa afetar o sistema neurológico dela. Não tomo nem aspirina! 

- Olha! Parabéns pela determinação. E o que mais mudou? 

Dei de ombros 

- Odeio champanhe! - gargalhei. - O cheiro tem me causado repulsa.

- E o que não te da repulsa?

- Chocolates! - ri de soslaio e olhei o relógio 

- Eu preciso ir! Prometi almoçar com a minha mãe! Eu te ligo, Mathews.

- Elisa! - ele se levantou e se aproximou. - Me mande seu endereço depois para  conversarmos melhor.

- Claro! - concordei. - Eu te mando um e-mail.

- Continuo com o mesmo número de celular. - ele sorriu. - Bom almoço.

- Eu acabei de chegar e ainda não mobiliei o quarto da bebê! Se quiser me ajudar com isso.

- Vou gostar de te ajudar. Me ligue assim que estiver instalada e tranquila.

- Obrigada! - afirmei e voltei as costas para ele. - Tchau!

FINO TRATO 3 (HISTÓRIA COMPLETA)Onde histórias criam vida. Descubra agora