Mathews - I . Continuação

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Relaxei no sofá e fechei os olhos, parecia que o que tinha vivido com Elisa naquela cidade maravilhosa tinha reavivado dentro do meu peito.

Saber que seria pai me deixava um pouco apavorado e feliz ao mesmo tempo. Gostava de crianças e me orgulhava dos filhos do meu irmão e como ele era um ótimo pai, queria ser como ele. Também batia um certo nervosismo em pensar de ver a minha filha nas mãos de outro homem e ela a chamar de pai. Mas eu teria que ter calma e ter a certeza o que nós dois queríamos para as nossas vidas.

- Parabéns papai! - a voz de Eve tirou-me dos pensamentos - Foi uma baita surpresa, não é? Esta Feliz? - todos pareciam preocupados com a minha felicidade e isso era sufocante.

Sorri forçado e concordei com a cabeça.

- Acho que no seu lugar eu estaria um pouco brava! - ela sorriu. - Seis meses de silêncio e de repente, uma filha! Eu te entenderia se estivesse muito puto!

- Não sei se estar puto seria o sentimento correto que estou sentindo agora. - respirei fundo. - Acho que fiquei apavorado. Não esperava isso.

- Ninguém esperava ! - Eve sorriu - Mas a Elisa é bem surpreendente! Sem querer ser intrometida, estou orgulhosa dela. Ela me parece mais responsável, mais parecida com a Elisa que eu conheci na faculdade.

- Entendo. Você a conhece melhor que eu. Deve pensar que fui egoísta quando vim embora. Estávamos indo bem e... - dei de ombros tentando entender para mim mesmo o que estava acontecendo e o que aconteceu. - Não podia impedir que ela acendesse com a sua profissão. Ela é... Genial. Ela precisava disso.

- Não é a primeira vez que isso acontece. Há alguns anos ela criou uma coleção inovadora e conseguiu um montante de cinco milhões. Para uma jovem aspirante em moda era muito dinheiro, ela tinha uma grande amiga que sofria de uma espécie rara de câncer e não podia se tratar e ela custeou o tratamento, mas infelizmente a Sharon não resistiu e então a Elisa surpreendeu todo mundo. O hospital pioneiro no tratamento tinha muitas dívidas e precisava de muito dinheiro para manter as portas abertas e a Lizzie doou. Aquilo foi surpreendente porque ela abriu mão de todo o dinheiro, quando eu questionei ela me disse que o hospital precisava de sete milhões e ela só lamentava por não ter tido todo o dinheiro que eles precisavam. 

- Ela foi generosa... Fico feliz em saber disso. Mas o problema é que ela se apegou a casamentos ricos, achando que isso a faria feliz e não iria precisar trabalhar. O que Joshua queria é que ela visse que tinha capacidade para ser livre, era produtiva. Um casamento rico nem sempre é sinônimo de felicidade. Olhe para você e Joshua. Combinam porque vivem isso. Você precisa dele afetivamente, mas não financeira, entende onde quero chegar.

-Eu não consigo acreditar nessa Elisa que ela pinta para sociedade. Acho que ela só quer corresponder às expectativas dos pais! Eu acho que a Lizzie precisa de alguém que a cative, que cuide dela! Acho que ela está perdida.

Mal sabia Eve de que precisava do mesmo, por anos cuidei de meu pai, cuidei da minha ex-noiva maluca com depressão. Sempre cuidando e trabalhando. Desviei o olhar para a grande porta de vidro, mostrando o tempo ensolarado e frio de lá de fora.

- Mas eu sei de uma coisa que ambos precisam... Leveza! O último relacionamento da Lizzie foi um desastre, acreditando nas promessas do Victor, sendo subjugada pela mulher dele.

- Não sei como ela pode se envolver com aquele tipo. - respondi desgostoso.

- Carência... Um certo desespero por afeição.

- Tudo bem! não vou discutir com você sobre isso. Cada um faz aquilo que bem entende. - respirei fundo. - Acho que é melhor eu ir andando.

Me levantei para ir embora, precisava ficar sozinho e sem que alguém tentasse me convencer a fazer algo que ainda não estava preparado. Tudo ainda era novo e precisava avaliar com calma para não dar um tropeço na vida e num relacionamento.

***

FINO TRATO 3 (HISTÓRIA COMPLETA)Onde histórias criam vida. Descubra agora