Mathews

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Acordei na manhã seguinte com Elisa dormindo ao meu lado serenamente. Me levantei devagar constatando que já passavam das 7 horas da manhã.

Apanhei o celular e fiz o pedido de café da manhã para o seu endereço, aproveitei e corri ao banheiro, fiz minhas necessidades e voltei para a cama, dando beijos nela e acariciando a sua barriga.

- Acorda preguiça! - disse baixo beijando a sua barriga e sentindo Alice chutar. - O papai já fez o pedido do café da manhã... O que você quer comer meu anjinho? - espalmei as mãos na barriga e olhei Elisa acordar e sorrir.

- Quero pão e cappuccino descafeinado. Eu também quero um carinho gostoso.

- Eu não pedi descafeinado. Vai ter que ser na base da cafeína mesmo. - Torci a boca. - Na próxima eu compenso.

Ergui sobre ela e a beijei na boca enquanto acariciava seus cabelos louros.

- Eu adoro café mas estou evitando por causa da Alice!

- Alice não vai se importar por ser só na manhã de hoje. - Eu a beijei novamente.

O problema era ficar muito perto de Elisa. Eu a queria. Queria me enterrar nela.

- Vem namorar um pouquinho!- ela sou manhosa

- Eu não posso. - disse soltando o ar pela boca.

Eu vinha tendo um relacionamento aberto com Amanda, sexo sem camisinha e não podia por em risco a saúde das duas, pretendia marcar médico, fazer exames para saber se estava saudável para mergulhar de cabeça naquele relacionamento

- Nossa! - ela levantou frustrada. - Eu devo estar repulsiva!

Me joguei na cama respirando fundo.

- Posso usar preservativo? - perguntei olhando para o teto.

- Por que? Eu já estou grávida!

- Elisa! não acho saudável fazermos amor sem proteção neste momento. - a olhei. - Tive um - relacionamento aberto com uma outra pessoa... E eu não sei se ela era saudável ou não. Não quero por a sua saúde em risco.

- Ah e com ela você não pensou em prevenção! - ela emendou cínica - Acho que você está certo, vamos deixar o sexo para depois! - ela deu de ombros e voltou para cama, deitando ao meu lado. - Pode ser interessante! - ela riu. - Me conta como foi o seu retorno.

- Retorno? - a olhei não entendendo.

- De Paris! Como foi voltar? Você ficou bem?- ela acariciou meu rosto.

- Não fiquei! - disse quase engasgando. - Senti muito a sua falta. Por outro lado estava feliz pelo sucesso que estava fazendo. E isso me deixava... Animado.

- É! - ela deu de ombros - Mas, eu quase fiz besteira!

- Pensou em largar tudo e voltar? - minha curiosidade bateu.

- Pensei! Mas, eu não podia! Eu tinha batalhado muito e tinha a questão da confiança que depositaram em mim. E eu também achei que eu tivesse sido só um caso!

- Um caso. - Apoiei a cabeça na mão para olha-la. - Achou que o que tivemos foi um caso... Isso?

Pensando naquele ponto de vista, ela tinha até razão.

- Achei que tinha sido para você e por isso eu quase estraguei tudo.

- Entendo... - afastei seus cabelos do colo, deixando a mostra seus seios fartos por baixo da camisola de renda.

- Não, não entende! - ela suspirou. - Eu estive tão perto de cometer o maior erro da minha vida. Eu quase desisti da Alice! E eu me sinto muito mal por quase ter tomado esse caminho

Passei a mão pela sua barriga e dei um beijo demorado.

- Mas não fez! Alice está aqui, crescendo forte e arteira. - a olhei e sorri amável. - Não carregue essa culpa. Você não fez nada para se sentir culpada. Fez o certo quando desistiu.

- Eu já estava lá na clínica quando desisti. Só aguardando ser chamada. - ela pôs a mão na barriga. - Acho que eu nunca corri tanto na vida.

- Não quero que pense mais nisso. Já passou. Bola para frente.

Ela sorriu e me beijou

- Como conheceu sua amiga gostosona?

- Não me lembro! - fingi demência e rimos.

- Tá bom! Sabe quando me apaixonei por você, eu pensava... Como pode? Tão lindo, tão bom e tão inacessível para mim...

- Inacessível, eu? - dei risada e a campainha tocou. - Nosso café da manhã.

Me levantei indo para a porta, apanhei minha carteira, peguei um trocadinho para dar de gorjeta para o entregador e recebi agradecido por ter vindo rápido.

- Você era muito sério e estava sempre se esquivando - ela deu de ombros - O que temos?

- Café com leite e chatilly... Croissant amanteigado... Um litro de suco de laranja e... Salada de frutas. - coloquei tudo sobre a ilha da cozinha.

- estou com fome! - Lizzie sorriu.

- Bom apetite. - brindei com com o copo descartável do café. - Sobre eu ser sério... Você sabe que serei sempre assim, não é? é o meu jeito.

- Eu gosto! - ela sorriu. - Gosto de você exatamente como você é, mon amour!

Sorri para ele tocando em seu rosto que, se virou e beijou a minha mão.

- Quer almoçar com a minha mãe hoje? Ela vai ficar feliz de te conhecer!

- Você vai ao shopping ver o arquiteto? Se sim, vamos almoçar com sua mãe. - Tirei um pedaço do croissant e dei a ela.

-Vou sim!-ela sorriu

Elisa lambeu suavemente a ponta dos meus dedos.

-Você vê um futuro ao meu lado?

- Continua apressada. - brinquei. - Eu não sei. Tudo é novo... Não sei .

-É ,você tá certo! -ela pareceu triste subitamente

- Porque essa carinha triste? - segurei seu queixo e a fiz olhar para mim. - Estou errado em não fantasiar um futuro neste momento?

-Não! -ela sorriu e apanhou o meu copo com suco, dando um gole- Viu o Honey-pie?

- Não... Quando acordei ele já não estava mais na cama. - Olhei no relógio. - Vou até o meu apartamento trocar de roupa. Aproveite e se arrume que te pego em trinta minutos para irmos juntos ao Shopping. Tudo bem?

-Claro! Vou ficar irresistível! -ela sorriu

- Amor! Vá de social. Aquele lugar está cheio de homens... Fique linda só para mim, está bem? - me debrucei no mármore da ilha e a beijei.

- Quem vai paquerar uma gestante?

- Garanto que tem gente que é louco por grávidas! - Pisquei para ela e tomei do restante do meu suco. - Tenho que ir. Hoje tenho inspeção do agente da prefeitura.

- Vou me arrumar depressa. Pode confiar!

- Nos vemos em trinta minutos. - levantei indo para a porta, apanhei a carteira e o celular sobre a mesinha de canto, dei um beijo em Elisa e deixei seu apartamento.

Na minha mente tinha certeza que Panqueca estaria relaxado na minha cama. Aquele danadinho merecia uns tapinhas na bunda.

FINO TRATO 3 (HISTÓRIA COMPLETA)Onde histórias criam vida. Descubra agora