Catherine

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Cheguei da floricultura as pressas, pois tinha prometido para Elisa que iria conhecer sua loja e prestigia-la. Corri para o meu quarto, tomei um banho rápido e me arrumei. Estava mais magra por causa do divórcio, a floricultura estava sendo minha alegria no momento, ocupava minha mente e corpo.

Olhei-me no espelho contemplando aquele vestido preto de crochê de quando eu era jovem, a dez anos atrás. Perfeito para a noite.

Coloquei um salto alto envernizado, apanhei a minha bolsa deixando tudo na cama. Soltei os cabelos louros e fiz uma maquiagem leve.

- Senhora! O seu ex-marido está na sala a aguardando. - informou (?)

- Mas o que ele quer agora? - soltei o ar pela boca, pois não tinha tempo para ele. - Diga que estou descendo.

Ajeitei meus cabelos me levantando do banquinho da penteadeira, apanhei minha bolsa e o casaco preto que combinava com o vestido justo e segui para fora do quarto, seguindo para a escada. Desci elegantemente, me sentindo uma perfeita adolescente do tempo que éramos colegas de escola, e ele veio me buscar para o baile de formatura.

- Como vai, Hilbert! - joguei os cabelos para trás parando a sua frente.

- Estou bem, Catherine!- ele afirmou sorrindo e passando a mão nos cabelos negros recém-tingidos. - Esse vestido ainda lhe cai muito bem!

Olhei para ele no meu corpo, sorri.

- Obrigada! - ajeitei os cabelos. - O que devo a hora da sua visita?

- Prometi a Lizzie que a levaria para conhecer a loja dela. Vamos?

- Elisa não me disse nada? - deixei de sorri. - Sua namorada está no carro?

-Não disse?- ele pareceu estranhar- Tudo bem!- ele deu de ombros- Vamos Catherine, nossa filha está esperando! -ele ignorou minha pergunta

Revirei os olhos e o segui até a porta.

Ao sair procurei por alguém naquele carro, o problema eram aqueles malditos vidro escuros que não dava para ver nada.

Hilbert abriu a porta do carro para mim, antes de entrar sorri para dentro do carro constatando que ele estava só e me sentei, ajeitando a barra do meu vestido.

- Como estão as coisas, Catherine?

- Indo. - disse evitando de olhar para ele. - A floricultura está indo bem. Estou feliz com isso.

- É estranho pensar em você conduzindo uma floricultura! - ele riu. - Você sempre foi tão aristocrática!

Olhei para ele tentando entender aquela fala.

- Talvez você estivesse ocupado demais para notar o jardim de nossa casa. - rebati sem dó.

- Não estou falando do seu talento com plantas e projetos manuais. Sei que é muito boa nosso, mas lidar com pessoas não era o seu forte!

- Me poupe, Hilbert! - soltei o encarando. - Quem é que fazia os contatos para angariar fundos para seus projetos malucos ou do seu sócio? Quem ficava ao seu lado, sorrindo o tempo todo para agradar seus futuros clientes?

Deus! Eu estava explodindo por dentro, a anos eu queria falar tudo que estava entalado.

- Como eu disse, você sempre foi bem aristocrática! Uma dama da sociedade, a pedra de gelo ficava para mim e sua filha!

- Era assim que você queria que eu fosse. Não reclame. -virei a cara para ele.

- Ah, então a culpa é minha?

- Você queria a esposa exemplar. A cara dos Warner. Foi o que fiz.

- E em casa não dava para ser um pouco mais carinhosa, ao menos com a sua filha?-ele debochou.

FINO TRATO 3 (HISTÓRIA COMPLETA)Onde histórias criam vida. Descubra agora