Noah

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Aquela tinha sido a minha última tentativa de reaproximação de Elisa. Por mais que eu quisesse me casar com ela e ter o controle da empresa, não dava para ficar insistindo em bater na mesma tecla. Estava na hora de deixar Lizzie seguir com a vida dela e dar um rumo a minha. Talvez eu conseguisse comparar uma parte da empresa das mãos de Hilbert

Fui para a empresa me sentindo frustrado, e a frustração só aumentou quando liguei o computador, me conectei a internet e vi a notícia do casamento de Elisa.

- Minha nossa, ela foi rápida! - afirmei para mim mesmo

A Minha frustração foi maior ainda, mas busquei ignorar aquela sensação de derrota e me concentrar no meu trabalho

Uma hora depois de me afundar no trabalho e esquecer Elisa e o que aconteceu, escutei batidas na porta e minha secretária entrou.

- Reunião extra. - ela fez uma careta sabendo que eu detestava essas reuniões.

- O que é dessa vez?

- O Sr Hilbert, mandou chamá-lo.

Concordei com um abano de cabeça e fui para a sala de reunião, com uma pulga atrás da orelha. Reuniões extraordinárias, nunca traziam boas novidades

Ao entrar vi que todos os acionistas estavam na sala, inclusive Hilbert, Joshua e Mathews na sala de reunião.

- O que ele faz aqui? - indaguei receoso

- Calma Jovem gafanhoto! - respondeu Joshua passando a mão na mesa. - Sente-se, não seja mal educado com as visitas. Todos na sala riram com a piadinha de mal gosto de Joshua.

Encarei a todos e fui me sentar mau-humorado .

- Então, Sr Grant, o que o trás aqui?

Hilbert se sentou e passou a falar de como fundou a seguradora e os dias e meses que se passaram com muito empenho e trabalho com o meu pai. A seguradora cresceu e hoje atende os melhores escritórios, empresas e edifícios em Nova York e em outras localidades. Eu sabia que Joshua Grant usava a nossa seguradora para atender seus projetos, empreendimentos e até seus imóveis residenciais pessoal. Mas não estava entendendo o do porque ele estava ali, nem me preocupava em ver Mathews Smith, até escutar.

- Não é surpresa nenhuma para todos aqui, que eu pretendia deixar o Grupo, tão logo achasse um sucessor. Cheguei a preparar a minha Elisa para tal, mas quis o destino e o seu talento colocá-la em outro caminho, onde ela notoriamente está se saindo muito bem, mas ainda assim, minha filha foi muito generosa comigo e aceitou que eu passasse para ela a minha parte do Grupo. Lizzie compreende que eu estou cansado e que preciso de tempo para a minha esposa, no entanto, como ela não pretende assumir o cargo de presidente desse Grupo, ela delegou essa responsabilidade a Mathews Smith e eu acatei a sua decisão.

- Não pode ser! - dei um tapa na mesa e me levantei. - Vocês ficaram malucos? Esse... rapaz... acabou de entrar na vida de vocês, e você vai nomeá-lo o presidente desta seguradora.

- Estou apenas cumprindo um desejo da minha esposa e mãe da minha filha. Acho que já provei para o grupo KAVAN de que sou um ótimo administrados. Fui responsável pela administração de um shopping com mais de 3 mil lojas. Antes e depois da inauguração. As contas todas foram analisadas pelo corpo administrativo da KAVA e GRANT. Não houve nenhuma dúvida que foi muito bem administrada. O Sr. Warner teve reunião com os grupos para que meu currículo fosse apresentado para que não tivesse nenhum tipo de dúvida. Então, meu caro! A decisão do meu sogro não foi meramente aceitar o pedido de Elisa, e sim, por saber da minha competência profissional. - Mathews tomou uma postura que nunca tinha visto.

Joshua deu um tapa no ombro do irmão e vi a cara dos acionistas totalmente orgulhosos.

- Você não está nenhum pouco desconfiado das reais intenções do seu genro, Hilbert?

- Não! Eu não estou! - Hilbert afirmou.

- Por que está aqui, Joshua Grant?

- Representando o grupo KAVAN e GRANT... Apoio moral ao meu irmão.

- Que comovente! - encarei-os, me sentindo encurralado e deixei a sala. Que se fodam todos, apanhei o celular no bolso e liguei para Connie.

- Meu Deus, Noah! Me deixa em paz! - Soltou ela assim que atendeu o telefone.

- Coelhinha eu preciso de você! - ela tinha o dom de me acalmar.

- Não sou seu step, Noah! E se quiser me ver estou no aeroporto. - Ela respirou fundo.

- Seja razoável, Docinho! Eu estou com saudades. O que eu posso fazer para convencê-la a ficar?

- Ficar? Noah! Você já fez sua escolha... Agora corra atrás da sua ex para te consolar.

- Me espera e vamos conversar.

- Meu voo sai em uma hora.

Desliguei o telefone e segui pro estacionamento, tomei meu Maserat e praticamente voei para o aeroporto.

'Onde você está?" mandei uma mensagem de áudio assim que cheguei

' No café central'

Coloquei o telefone no bolso e segui para o Café, ela estava sentada com uma garrafinha de água mineral e um saco de algum salgadinho sobre a mesa.

- Veio de Helicóptero? - Ela estava mais linda do que costumava estar.

Cabelos ondulados e uma maquiagem marcante no rosto. Ri de lado

- Vim no carro que você adora!

Ela sorriu de lado desviando o olhar.

- Veio se despedir?

- Não estou pronto para me despedir.

- Noah! Não! - ela disse com pesar. - Você não está preparado para se relacionar seriamente. Se doar para a sua parceira. Você precisa de uma mulher dependente, que aceite ser submissa, humilhada.

Suspirei e a encarei

- Não é assim, Connie. Olha, eu fui um cretino com você, nunca assumi a nossa relação e... Eu tive um caso com uma mulher casada há dois anos, e eu sei que nós já estávamos juntos nessa época, eu também pedi a Elisa em casamento recentemente, você tinha razão, mas não foi por amor, foi porque eu queria o controle da empresa. Eu achei que teria a Elisa como a minha esposa modelo e você como amante, porque eu sou louco por você e não estava disposto a abrir mão... - ela me encarava estupefata. - Eu fui um idiota, canalha, narcisista! - soltei tudo de uma vez e senti o tapa estalar no meu rosto. - É... Eu mereço isso! Eu vim pedir perdão.

- O que você quer de mim realmente! - Seus lábios tremiam de nervoso e magoada.

- Quero você! - Suspirei. - Eu só tenho tomado rasteira ultimamente, mas você sempre esteve comigo, e eu quero que continue ao meu lado, Coelhinha

- Depois do que me contou... Não sei se posso confiar de que realmente sente algo por mim. - Ela respirou fundo, olhou no relógio.

- Uma chance,Connie!

- Eu tenho um vôo para pegar... - Ela se levantou apanhando a bolsa e a mala de mão, olhou para mim. - Vem comigo para Washington D.C.

- Eu... - ponderei por alguns minutos e sorri para ela. - Por que não? Será que eu consigo uma passagem de última hora no seu vôo?

Ela sorriu estendendo a mão para mim.

- O jatinho de papai está nos esperando. - Ela piscou para mim. - eu ainda estou muito brava com você mas, eu te amo.

- Eu também te amo, Connie! Fui um idiota por achar que conseguiria sem você.

- Nunca seria a sua amante, Bebê! - Ela segurou a minha camisa e me beijou.

- Agora eu sei Eu sou seu, Coelhinha!

- Noah! Eu estou te dando mais uma chance, e, se aprontar novamente não terá volta. - Ela me encarou séria.

- A patroa que manda!

Ela riu e me abraçou.

- Vamos embora. Depois providenciamos algumas roupas para você. - Ela me deu a bolsa e seguimos para o box da companhia aérea particular. Apresentei meus documentos e esperamos a autorização para poder embarcar.

***

FINO TRATO 3 (HISTÓRIA COMPLETA)Onde histórias criam vida. Descubra agora