Mathews

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Estava caindo a ficha pouco a pouco de que eu era pai naquele exato momento. Meu celular não parava de tocar, recebia mensagem de felicitação a cada cinco minutos, e não podia atender e responder a todas, pois Hilbert estava tagarelando ao meu lado, falando de como era Elisa quando nasceu e como se comportava depois que a levaram para casa. Escutava com atenção, e, louco para voltar ao quarto para ficar perto das duas.

Até que ele silenciou e me olhou com uma sorriso maroto no rosto.

- Creio que eu e Elisa vamos nos sair muito bem. - foi o que veio a minha cabeça.

- Vocês vão, tenho certeza! Catherine e eu só tivemos Elisa depois de seis anos de casados. Ela tinha nascido em berço de ouro e era o que eu achava que tinha que dar para a nossa filha, por isso demoramos. O meu sogro ficou tão fascinado com aquela coisinha pequena e roliça que até saímos para tomar um porre, ele me odiava! - Hilbert riu. - Me achava um caipira texano.

- Elisa me contou que ele costumava mima-la muito.

- Ah ele a adorava. Na verdade ainda adora, mas como se mudaram pro Canadá, há anos eles não se veem. Mas Lizzie sempre foi a princesinha do vovô!

- Porque seu sogro não gostava de você? - minha curiosidade era grande.

- Porque eu não vim de origem nobre. Meus pais arrendavam uma fazenda no Texas, eu tive que dar muito duro para vir fazer faculdade aqui e cada pequena conquista, vinha de muita luta. Catherine e eu nos casamos escondidos e ficamos vivendo no Campus da faculdade, o pai dela quase surtou

- uau! Foi... Muita coragem! - fiquei surpreso.

- Catherine sempre foi determinada. Eu estava estudando, ela entrou no meu quarto e disse, "meu pai não me quer com você!", e eu pensei "Já era! Ele vai me deixar agora" então ela me surpreendeu, ela disse "Eu falei com um juiz de paz e nós vamos casar na próxima semana." Eu só concordei, meu amigo! Eu sabia que queria ficar com essa mulher pro resto dos meus dias

- Então foi pedido em casamento? - Me recostei na cadeira imaginando Elisa fazendo isso. E por um instante tinha a certeza que ela faria isso.

- Pedido? - Ele riu. - Eu fui intimado!

Rimos gostosamente.

- Elisa é bem capaz de fazer isso. - comentei.

- É, Ela é mesmo! E você está pronto para ser intimado.

- Eu... não sei! - respirei fundo. - Tem algo gritando na minha cabeça, Hilbert! - nos encaramos. - Vão dizer que dei o golpe do baú... E isso me apavora, pois nunca foi a minha intensão. E eu não gosto do seu sócio! Tenho que ser honesto. Ele pediu a Elisa em casamento, mesmo sabendo que ela está em um relacionamento estável. E nem teve a cara de ir pedir pessoalmente, preferiu mandar flores com o bilhete para transformar numa discórdia e desconfiança.

- Está preocupado com o que os outros vão pensar, Mathews? Isso é bobagem, meu rapaz! Só há duas pessoas com quem deve se preocupar, Elisa e Alice! E que se dane o resto, mesmo eu e a Catherine...

- Obrigado! Confio em vocês... São a minha família agora.

- Quanto ao Noah, não se sinta inseguro com aquele idiota. Minha menina ama você, e você faz bem a ela. Noah não tem nenhuma chance

- Acredito no senhor. - disse agradecido em saber que nem ele confiava naquele rapaz. Eu não ia com as fuças dele e seria um desafio em tanto, acho que teria que fazer um intercambio com meu irmão Joshua. Como ele conseguia se livrar das pedras no sapato.

- Está pronto para as noites mal dormidas?

- Prontíssimo... Já até instalei o XBox na TV da Elisa. Meu irmão dizia que Hellena adorava ficar escutando o barulhinho dos jogos.

- Essas crianças já nascem conectadas. Quando precisarem de um tempinho para vocês, lembre dos vovôs babões

- Vou lembrar. - Sorri agradecido.

Tomamos o nosso café, pois o uísque que meu sogro tanto desejava não era servido no hospital, o café foi a nossa opção.

Voltamos ao quarto, Hilbert e Kate aproveitaram mais um pouco a pequena Alice e depois nos deixaram.

Elisa dormia tranquila enquanto enviava fotos para Evellyn, Joshua e para meu pai, eles viriam ao hospital no dia seguinte, pois já era tarde e Elisa precisava descansar.


***

FINO TRATO 3 (HISTÓRIA COMPLETA)Onde histórias criam vida. Descubra agora