Elisa

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Aquela primeira semana foi bem corrida. Fiquei alguns dias com minha mãe e no fim de semana fiz a minha mudança para o meu apartamento, eu tinha comprado o andar superior e agora eu tinha um modesto apartamento de dois andares.

Honey-Pie parecia mais feliz que eu por voltar para casa, porque lá ele tinha liberdade para desbravar a vizinhança.

Com ajuda de mamãe e Hetty, sua empregada, montamos o quarto da bebê.

Aproveitei aqueles dias para reorganizar minha vida em Nova York, marquei pré-natal, exames e entrei em um grupo de apoio a gestantes, que nos auxiliava com os cuidados com nosso corpo, dicas de como cuidar do bebê e outras coisas que envolvessem o universo materno.

Depois de quase dez dias resolvi contatar Mathews, na verdade eu vinha buscando coragem para falar com ele, invés de mandar um e-mail resolvi ligar para ele.

- Smith falando. - Ele atendeu e deu para perceber que estava no shopping, o barulhos de construção interna era nítida.

- Aqui é a Warner! - mantive a formalidade. - Como vai?

- Bem! E você, Elisa! - Ele quebrou a formalidade. - Número novo, posso salvar?

- Claro! - concordei - Eu...Nem sei bem porque liguei.

- Você ficou de me ligar, lembra? Para me dar seu telefone e seu endereço.

- Esse é meu novo número e eu vou ter consulta médica amanhã. Você quer ver sua filha?

- A que horas?

- As dez da manhã!

- Hum! - ele puxou o ar com força. - Me passe o endereço. Chego em cima da hora.

- Tá bom! - concordei - Como você está?

- Correndo como sempre. Achei que viria até o shopping para ver como estamos adiantados e para escolher a sua loja.

- E vou! Estava cuidando da minha mudança e vendo as coisas da bebê. Acho que você terá de providenciar um quarto para ela na sua casa. Já pensou nisso?

- Meu apartamento só tem um quarto. - ele disse parecendo envergonhado do outro lado. - Tenho que providenciar outro se eu quiser tê-la comigo. - rimos juntos.

- O meu também só tinha um, daí comprei o andar superior e mandei reformar. Estou me adequando aos poucos.

- Deve ter ficado muito bom a reforma. - ele puxou o ar com força. - E a nossa filha, como está? bagunceira?

- Me desculpa por não ter te contado antes. Tive medo da sua reação!

- Não... Não precisa. Talvez era o tempo que precisava. Eu te perdoo. - ele disse calmo, deixando o barulho longe dele.

- Nossa garotinha não para de se mexer. Ela chuta forte! - afirmei sorrindo, grata por ele ter compreendido. - Você não quer mesmo fazer o DNA?

- Você quer? Te deixaria feliz? Porque para mim não. eu ainda sei fazer conta de matemática. - ele riu.

- Tenho certeza de que calcular é a sua área! - sorri. - Obrigada por confiar em mim!

- Confio. - ele foi breve. - Bem! eu preciso ir trabalhar.... Não deixe de me enviar o endereço de onde será a consulta, está bem?

- Claro! Até amanhã, Mathews!

Desliguei o telefone e procurei me concentrar no que eu tinha para fazer, mas fiquei pensando em Mathews pelo resto do dia, ansiando para vê-lo no dia seguinte.

Mandei para ele o endereço da consulta por mensagem, imaginando se ele também pensava em mim.

Fui dormir aquela noite com as lembranças do nosso fim de semana e tive sonhos reconfortantes, acabei acordando bem cedo e resolvi ir até o shopping escolher a loja como ele me sugerira e torci para que ele estivesse lá.

FINO TRATO 3 (HISTÓRIA COMPLETA)Onde histórias criam vida. Descubra agora