Tiffany
Era a pior sensação do mundo. Nunca, nem nos meus piores pesadelos, imaginei estar passando por aquilo. Sempre tive o controle de tudo e era terrível a sensação de não saber o que fazer. Porque teve de ser assim? Taeyeon tinha mesmo que falar aquelas palavras terríveis? Meu coração estava doendo tanto... o mais estranho é que não conseguia deixar de pensar se iria vê-la novamente. Porque mesmo depois de tudo, por mais machucada que eu esteja, ainda quero vê-la. Quero abraçá-la. É tudo tão contraditório, tudo tão intenso.
O pior de tudo é que não poderia me isolar. Eu tinha que seguir em frente com todos os meus compromissos e isso era o mais difícil. Sempre foi tão fácil mentir. Tudo o que eu precisava era colocar um sorriso no rosto e todos acreditariam em mim. Fingir era quase como respirar porque ninguém se importava se eu estava bem ou não e isso não me incomodava. Mas nas últimas semanas tudo mudou tão de repente. Tudo o que eu pensava ou acreditava desmoronou. O que não era importante passou a ser, o que eu ignorava passou a chamar atenção. De repente eu queria que alguém se importasse com o que eu estava sentindo.
Não.
Eu queria que ela se importasse.
Queria que viesse até mim, explicasse que tudo não passou de uma brincadeira de mal gosto. Que nunca quis me dizer tudo aquilo e que sentia minha falta tanto quanto eu sentia a dela. Mas eu sabia que isso não aconteceria. Taeyeon não abriria a porta do meu quarto e correria até mim pedindo desculpas. Taeyeon não iria me abraçar e dizer que também gostava de mim.
Isso nunca iria acontecer.
Eu deveria aceitar.
[...]
Duas semanas se passaram.
Eu estava um pouco melhor. E não, a dor não tinha ido embora só acho que havia aprendido a conviver. Isso me permitia fazer tudo com um pouco mais de facilidade. Claro que ainda pensava constantemente nela.
Sinceramente eu havia tentado esquecê-la. Me concentrei em qualquer coisa que não me lembrasse dela. Mas aos poucos eu percebi que era uma tarefa muito difícil porque tudo, absolutamente tudo me lembrava dela. A foto que tiramos na nossa viagem ainda estava no plano de fundo do meu telefone e mesmo que doesse lembrar daquele dia, eu me sentia feliz. No fim eu havia criado algumas memórias com ela, mesmo que nem todas felizes.
Hoje era quinta-feira, eu estava com meu pai. Ele parecia muito animado por eu estar finalmente me interessando em participar pessoalmente dos assuntos ligados à empresa. Antes só de ouvir falar eu o ignorava completamente. Se ele soubesse que era só para ocupar minha mente ficaria louco. Meu pai foi pessoalmente em uma tour por todos os andares comigo.
Ele explicava tudo com muitos detalhes e gesticulava bastante, os funcionários pareciam um tanto abismados de vê-lo daquela forma andando para todos os lados como um guia turístico, mas acredito que ele não percebeu e continuou com as explicações. Fui apresentada para alguns acionistas e chefes de departamento. Permaneci a manhã inteira e boa parte da tarde. Saí de lá acompanhada por Minho e outro segurança. Entrei no carro e me joguei contra o assento.
— O que preciso fazer agora?
— A sua aula foi cancelada. — Minho informou. — Sua professora está gripada, então só terá aulas no domingo.
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Once in a lifetime
RomanceQuando dois mundos completamente diferentes se chocam não há como prever os resultados. Tudo o que se tem certeza é que nada será como antes. "O que preciso fazer para me livrar de você?" "Eu vou te seguir até o inferno se precisar"