Capítulo 45

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Tiffany



O ponto vermelho que indicava Taeyeon finalmente parou de se mover. Torcia para não terem jogado o telefone dela fora, pois ainda estava um pouco longe. Ultrapassei alguns sinais vermelhos e pouco me importava com isso já que a ansiedade estava crescendo conforme me aproximava do local.

Quase dez minutos depois cheguei no bairro indicado pelo gps. Era quase nos limites da cidade e havia apenas uma forma de sair, ou seja, pelo lugar que vim. Certamente que eles não a levariam para um lugar movimentado, chamaria muita atenção. Estacionei o carro alguns metros de distância tomando cuidado para não ser ouvida. Me inclinei sobre o volante para ter uma visão total do lugar. De acordo com o gps ela estava nessa rua. Haviam algumas casas abandonadas e uma fábrica antiga. Soltei o cinto de segurança e permaneci quieta. Várias mensagens de Jessica chegaram ao mesmo tempo que as de Sunny e Hyoyeon. Deixei no modo silencioso e voltei a olhar para frente. Precisava ter alguma ideia do que me esperava.

Se eu estivesse em desvantagem não seria nada bom para Taeyeon. Os segundos se passavam enquanto eu tentava decidir o que fazer até que avistei a van preta em frente à fábrica. Era a mesma do vídeo, pois tinha a placa coberta. Um homem de cabelo vermelho apareceu em meu campo de visão. Ele parecia frustrado pela forma como chutou o pneu carro. Ele não era um dos homens do vídeo. Nenhum deles tinha cabelo vermelho, o que dava o total de pelo menos quatro homens já que provavelmente o outro tinha pilotado a van. Eu poderia lidar com isso se fosse rápida. Respirei fundo sentindo minha mão tremer. Não é uma simples briga, Tiffany. Você precisa tomar cuidado, pois a vida de Taeyeon está em jogo. Vi ele sumir e concluí que havia voltado para dentro da fábrica.

De repente um som do telefone me chamou atenção. O ponto vermelho piscou algumas vezes antes de apagar de vez. Só poderia significar duas coisas, eles descobriram ou o telefone dela tinha descarregado. Torci para ser a segunda opção, obrigando a minha mente a não pensar em outra possibilidade. Abri a porta do carro e desci. Me abaixei tirando a sandália de tiras que usava e as joguei na sarjeta. A rua estava deserta então aproveitei para atravessá-la me distanciando do carro. Fiquei observando a entrada, mas era muito arriscado. Talvez pudesse ir pelo outro lado do quarteirão e entrar pelos fundos, então me virei correndo em direção a outra rua de onde havia vindo com o carro. Me escondi atrás de uma árvore e guardei o telefone no bolso do short. Respirei fundo e voltei a correr para onde achava que era os fundos da fábrica.

Chegando lá o muro estava parcialmente quebrado, mas ainda assim era uma altura considerável. Dei algumas batidinhas na estrutura para ver se aguentaria meu peso. Parecia bom então notei alguns buracos e rachaduras. Não dava para ver o outro lado então os usei para conseguir subir o muro com mais facilidade.

Quando tive visão do outro lado procurei por algum sinal deles, mas como não encontrei aproveitei e pulei tomando cuidado para não me machucar. Consegui achar uma porta caindo aos pedaços e rapidamente corri até ela. Percebi logo de cara que tinha bastante poeira, por isso levei minha mão direita ao meu nariz. Se respirasse o ar muito forte poderia causar uma crise de espirro por conta da minha alergia e isso denunciaria minha chegada. Se havia mesmo quatro homens eu tinha de ter ao menos o elemento surpresa.

Encontrei um corredor e segui por ele não tendo outra opção. Desviei dos vidros quebrados e partes de móveis jogados no chão. Estava um pouco escuro, mas a luz conseguia passar por frestas o que me ajudava a enxergar alguma coisa. No final do corredor eu pude ver que a luz estava mais forte. Fui andando com cuidado e tentei me esconder onde podia escutar vozes baixas.

Aquela área era bastante aberta. Aquilo explicava de onde vinha a luz. Vasculhei o local com os olhos e foi com imenso alívio que encontrei Taeyeon. Ela estava com as mãos amarradas e sentada em uma cadeira. Não conseguia ver muito bem seu rosto, pois estava longe. Respirei fundo tentando me concentrar, mas era difícil ao vê-la daquela maneira. Podia imaginar o quão assustada estava.

Once in a lifetimeOnde histórias criam vida. Descubra agora