Filmes de médico

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— A gente pode ir? — perguntou Sean para Ayan após colocarem o moreno no banco de trás.

— Vocês tem que ir. Vocês são os amigos dele.

Enquanto se dirigiam para a casa de Ayan naquela avenida extremamente movimentada, Black chegava até a delegacia antes de todos os inúmeros carros de polícia que passavam pelos garotos em alta velocidade do outro lado da cidade. Seus cabelos negros voavam ainda que estivessem dentro do capacete. Naquela viatura policial só haviam dois deles, Dan e um outro rapaz local. Black desceu da moto e tirou seu capacete. se aproximando dos policiais que logo notaram sua presença e ele não estava com aquele taco de baseball que eu mencionei antes, mas com uma das chaves de fenda que eram usadas para o conserto de suas motos na oficina e que estava escondida dentro da manga de sua camisa xadrez.

— White?! Você tá junto com eles nessa?!

— White? — riu breve e sombriamente e logo continuou — Gêmeo errado!

O rapaz baixo e de cabelos escuros soltou a ferramenta e a deixou deslizar até segura-lá em mãos e, com um movimento rápido, golpeou-a na cabeça de Dan que caiu por cima do capô do carro e logo foi ao chão. Rapidamente, o policial que o acompanhava apontou a arma na direção de Black, que o acertou na mão com a mesma chave de ferro fazendo-o soltar a pistola, mas logo reagir.

Enquanto Dan estava atordoado no chão, o policial e o ex-líder da gangue iniciaram uma luta física com socos fortes e golpes extremamente dolorosos. Mas Black era muito mais experiente que o policial que havia começado há apenas algumas semanas atrás. Ele treinava pesado todos os dias da semana na oficina junto de seus amigos, e por fim, Black o nocauteou. Dan que ainda estava caído no chão se arrastava para longe do rapaz a medida que ele se aproximava com a ferramenta em mãos.

— Black...

— Sou eu. Isso é por ter os entregado da primeira vez. — um soco foi dado no lado direito do rosto de Dan com a ponta da chave de fenda, mas o moreno não parou por aí — Isso é por ter feito Yok chorar naquele dia e por ter ido embora depois. — outro soco foi dado no lado esquerdo do rosto do policial — E isso é por ter voltado.

Um último golpe foi dado no queixo do homem que estava deitado e com isso teve sua cabeça jogada para trás, desmaiando em seguida.

— Presente de boas vindas, idiota...

Black pegou a moto e voltou a dirigir para a avenida onde os outros seguiam. Bombeiros e mais bombeiros seguiam para a propriedade com suas sirenes alarmantes na tentativa de combater o incêndio que acontecia no lado oposto para onde os garotos iam. Como ainda não havia dado tempo de ver as filmagens das câmeras de segurança da delegacia, não podiam saber que aquele grupo de motoqueiros que pilotavam de forma discreta foram os responsáveis pelo incêndio que a estas horas já havia consumido tudo. Aye dirigia depressa enquanto no banco de trás White cuidava do garoto que aos poucos ia perdendo a consciência e já havia fechado os olhos. Ele respirava com dificuldade e sempre que o fazia sentia seu peito doer. O sangue pulsava nos hematomas de Yok causando ardência em seus ferimentos e uma dor insignificante se comparada a dor que ele sentia no corpo inteiro. O líquido vermelho e gelado escorria por sua pele e atravessava o banco do carro do garoto que tentava dirigir o mais rápido possível depois de ver pelo retrovisor todas as expressões de dor que o mais alto fazia. Nas motos que os seguiam estavam Gumpa, Sean, Gram, Wat que pilotava a moto do moreno que estava quase desacordado dentro do carro, e Black, que acabará de se juntar à eles.

— O que você fez? — perguntou Gram e ele e Sean diminuíram a velocidade da moto para ficarem ao lado de Black.

— Dei um jeito nele.

— Morto?!

Sean perguntou animado, mas sua animação logo foi frustrada.

— Não, mas se voltar a aparecer para o Yok esse vai ser o próximo status.

— Ele sabe que foi a gente?

— Você ainda pergunta? Acelerem! Vamos embora antes que nós ganhemos o status que futuramente vai ser do Dan!

Eles pararam de conversar e retornaram a velocidade normal depois de entrar na avenida de um dos melhores bairros de Bangkok, era onde Ayan morava. O lugar era tranquilo e quieto. Ruas sem movimento e casas com grandes muros, cercas elétricas e câmeras por todo lado. A casa do mais baixo tinha uma garagem grande o suficiente para todas as motos caberem lá dentro, mas eles não podiam ficar, pois caso um fosse descoberto, todos os outros estariam em apuros. Depois de levar Yok que estava desacordado para a cama do quarto de Ayan, os rapazes voltaram a se reunir na frente da garagem da casa.

— Nós não podemos ficar. Se formos pegos pode dar muitos problemas para vocês.

Gumpa estava ciente dos riscos que os três garotos corriam se eles ficassem na casa cuidando do amigo, então o mesmo o deixou sob a responsabilidade de Ayan que não pareceu se incomodar com isso, afinal, ele tinha Kan e Wat para ajudá-lo a lidar com tudo caso precisasse.

— Nós vamos arrumar um lugar bom e limpo pra ele ficar e quando acharmos, viemos buscá-lo.

— Façam o que tiverem que fazer. Nós assumimos daqui e não temos pressa.

— Obrigado por isso... — hesitou esperando o nome do outro como resposta.

— Ayan!

— Obrigado por isso, Ayan!

Os cinco rapazes acenaram com a cabeça para os três em forma de agradecimento e foram embora em suas motos, mas deixaram a de Yok escondida nos fundos.

— Não imaginei que você soubesse pilotar uma moto, Wat. — brincou Kan e chamou a atenção de Aye para si.

— Caras, vocês sabem quantos filmes de ação que envolvem motos eu assisto?! Eu só não sei pilotar um avião porque não assisto e não gosto desse tipo de filme.

— Já que assiste tantos filmes, que tal assistir a série Grey's Anatomy ou The Good Doctor e dar um de médico lá em cima? — perguntou Aye.

— Exato. Por que não assiste, Wat?

— Vocês sabem quantas temporadas tem aquela série? Tô fora.

— Vamos deixar isso pra depois e vamos lá pra cima, preciso de ajuda pra cuidar dele.

Aye entrou primeiro enquanto Kan e Wat o seguiam fazendo brincadeiras atrás de si. Não havia tempo ruim para os dois, mesmo quando o tempo estava absolutamente ruim.

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