Tempo escuro

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Em dias de chuva a gente só quer ficar na cama, sem hora pra levantar, vendo um filme e enrolado com a coberta. Um quarto escuro parece tentador quando o mundo cai lá fora. Ayan se desfez com lamento do abraço apertado de Yok e isso o fez acordar lentamente enquanto o mais baixo levantava da cama e Yok só o via fazer isso, estava sonolento.

— Conseguiu dormir? — perguntou Ayan depois que Yok sentou-se na cama com os cabelos bagunçados e olhos inchados, ele parecia ter chorado antes de dormir.

— Consegui — mentiu —, e você?

— É, pouco, mas sim.

— Eu sinto... — antes que o moreno pudesse terminar o que estava prestes a falar, seu celular tocou — eu sinto muito, me dá um minuto? — Aye assentiu e Yok saiu do quarto com o celular na mão.

— Yok! Precisamos que volte pra oficina o mais rápido que puder, é importante!

— O que aconteceu, Gram?!

— Só vem embora, não dá pra falar por celular!

— Talvez demore um pouco, eu tô sem a moto, esqueceu?!

— Pede pro Ayan, a gente não tem tempo.

Yok desligou a chamada e voltou depressa para onde o outro rapaz o esperava. A voz de Gram era alterada e preocupada. Todas as palavras saíam com força total na hora de pedir para que Yok voltasse a oficina.

— Pode me levar de volta pra oficina?!

— Tá tudo bem?! — perguntou assustado enquanto via Yok vestir a camisa que não tinha achado na noite anterior.

— Eu não sei, só me leva de volta. Eu prometo terminar a conversa de antes, mas só depois!

Ayan e Yok entraram no carro e no caminho para a oficina incontáveis viaturas policiais passavam em alta velocidade para o lado oposto de onde eles estavam indo. Algo estava muito errado, então Aye acelerou ainda mais seu carro, chegando rapidamente na oficina e os dois saltaram para fora. Yok empurrou fortemente o portão a sua frente e isso estrondou no lugar, então logo entrou sendo seguido por Aye. O lugar estava revirado, parecendo que um furacão havia passado apenas ali dentro.

— Gram?! Gram! — o moreno gritou e passou seus olhos por todo lugar na esperança de ver seu melhor amigo, então ele o viu vindo dos fundos do lugar com as mãos vermelhas de sangue — Gram! O que aconteceu aqui?!

O rapaz de cabelos platinados estava sério enquanto atrás dele Black apareceu o seguindo. Ambos estavam sérios e se aproximaram dos outros dois rapazes. Aquele silêncio era ensurdecedor, pois nenhum dos dois falou até estar perto o suficiente,

— Black, o que aconteceu aqui?! O que aconteceu com sua mão, Gram?! De onde é esse sangue?! Falem! — gritou e deu alguns passos para a frente, mas o menor o segurou.

— Não é dele... — respondeu Ayan depois de analisar o rosto preocupado dos garotos e Yok o olhou — o sangue não é dele...

— Alguém entregou a gente, Yok, de novo... — respondeu Black — A polícia apareceu e revirou tudo, só o Sean estava aqui, bateram demais nele.

— Alguém?! — paranóias começaram a surgir na mente de Yok e por um breve momento ele encarou com os olhos furiosos o garoto que o segurava — Você entregou a gente?!

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