Uma das piores coisas é negar os sentimentos por uma pessoa quando você já sente tanto. Quando você já se envolveu tanto.
— Para de tentar mexer comigo...
— Então me responde! Afinal, o que nós somos? Não temos nada? Isso aqui é só diversão? Se você não responder eu vou entender que você realmente não quer e o deixarei ir. Eu nunca mais o procuro — disse, mas sua voz era hesitante —, mas se você me disser como se sente em relação à mim, eu irei entender de outra forma e não vou deixá-lo ir.
— Ayan...
Yok não conseguia manter seus olhos fixos nos de Ayan. Eles sempre estavam inquietos e passeando perdidamente pelo quarto sem conseguir encarar aqueles olhos amendoados a sua frente. É realmente muito difícil acreditar em alguém depois da primeira mentira. Do primeiro trauma...
— Você não consegue, não é? Você não consegue me dizer isso porque tem medo de alguma coisa, mas tem algo dentro de você que anseia por mim! — disse enquanto batia o dedo indicador no peito de Yok — Você só não quer admitir!
Aye acalmou sua mão no peito de Yok enquanto falava e sentiu aquele coração confuso bater de forma totalmente errada, mas parecia que nada que dissesse iria fazer com que o moreno se abrisse com ele sobre seus sentimentos. Sobre como se sentia sobre ele. O relacionamento passado o deixou com cicatrizes, Dan o deixou traumatizado e isso ainda estava ali, escondido numa parte escura do peito, quieto... Sempre que alguém se aproximava, o velho Yok voltava.
Por hora isso parecia ter sido superado, esse medo de novas pessoas, novos sentimentos e sensações parecia ter sido curado, mas era só alguém novo chegar perto demais do rapaz que os muros ao redor de seu coração automaticamente se erguiam de novo.— Quem cala consente — falou, tristonho —, obrigado pela sua resposta. Pode ir embora agora. Não preciso que fique, ou melhor, eu não quero mais que fique.
Antes de tirar sua mão do peito do rapaz, ele sentiu os batimentos de Yok perdendo a velocidade, mas porquê? Tais palavras teriam um efeito catastrófico em algumas pessoas, mas o moreno não era esse tipo de pessoa. Quando Ayan deu as costas para o mais velho ele o segurou pelo braço e o puxou de volta, colando o pequeno corpo ao seu e juntando seus lábios aos do mais baixo num único movimento. Ele queria ter feito isso muito antes, mas o maldito medo o impediu. O fogo que o mais alto sentia queimar por dentro de si não cessou, pelo contrário, ele só parecia ficar mais quente a cada segundo que passava.
Depois de estar tão perto de Yok novamente, as mãos de Aye foram diretamente para a camisa do mesmo puxando-a para cima e tirando-a sem rodeios. Os beijos eram vorazes e cheios de um desejo incontrolável, eram quentes e os dois ansiavam por mais. A regata de Yok fora jogada no chão com força e aquelas mãos geladas voltaram com pressa para o corpo magro que arrepiou e que Ayan queria tanto sentir. Elas deslizavam na pele pálida e fria, querendo explorar cada área daquele corpo.
Eles estavam desesperados. Há quanto tempo esperavam por isso? Eles esperavam pelo dia que finalmente iriam ter o outro em suas mãos.
O mais baixo empurrou Yok contra a parede e sem deixar de beijá-lo,, desceu suas mãos até o zíper da calça jeans que o moreno usava e quando ele o abriu, um sorriso delirante surgiu no meio do beijo, um sorriso tentador. Depois do pequeno gesto que foi abrir o zíper, as mãos de Aye puxaram a calça de Yok para baixo, então ele a tirou por completo, ficando seminu e fazendo o rapaz ansiar ainda mais por ele.Yok, que estava preso contra a parede do quarto tirou de forma violenta a camisa branca de Aye.
Tudo isso fora feito sem que suas bocas se afastassem um centímetro sequer da outra. Nenhum segundo poderia ser perdido, nenhum toque!— Eu não vou dizer pra você o que nós somos, baixinho... — disse Yok separando suas bocas e levando seus lábios até o pescoço de Ayan onde depositou beijos molhados, então o mesmo o empurrou pelo peito até a cama e subiu na mesma.
— Eu não me importo com o que nós temos... Yok... mas você vai ser meu... não importa com quem eu tenha que competir...
Ayan não conseguia dizer uma frase inteira sem que fosse interrompido pelo prazer que sentia todas as vezes que o moreno o beijava ou puxava a pele de seu pescoço com os lábios.
É claro que o mais baixo queria sentir Yok, queria sentir o gosto de seu corpo. O gosto de seu beijo. O seu gosto por inteiro. Sua vontade de beijar o rapaz era quase incontrolável, mas ele estava entregue demais para atender os desejos de seu próprio corpo. Ayan deixou o mais velho percorrer todo seu corpo com a boca enquanto o mesmo segurava e apertava forte a cintura do mais baixo, puxando-o para mais perto de si e desgrudando suas costas do colchão. Yok deixava suas mãos curiosas e inquietas passearem pelo corpo de Aye enquanto ele deixava uma trilha de beijos até chegar a barriga do mais novo.Ele mantinha seus olhos no rapaz, analisando cada expressão que fazia enquanto tinha seu corpo explorado e tudo que via era alguém com a cabeça jogada para trás cheio de prazer.
O rapaz mais velho puxou o shorts de tecido para baixo e o dono dele se apoiou nos cotovelos para olhá-lo. Yok parecia faminto olhando tudo aquilo à sua frente!— Vai mesmo ficar só olhando?...
No final dessa frase Yok voltou para cima do mais baixo e enquanto o beijava, com os joelhos afastou suas pernas uma da outra, abrindo espaço para si. Ayan puxava os cabelos do moreno tentando controlar o que sentia todas as vezes que ele o beijava de forma avassaladora e sempre que aquelas mãos chegavam perto demais e não o tocavam.
— Achei que estava bêbado e precisando de um banho...
— Foda-se o banho, Ayan...
— Por que não termina o trabalho...? — perguntou com a respiração ofegante no ouvido de Yok.
— O que você quer, baixinho...?
— Você...
Pela segunda vez aquela noite ele puxou Yok pela nuca e o beijou, esticando em seguida sua mão para pegar a camisinha atrás de um porta-retrato no criado mudo.
— Vou perguntar de novo... o que você quer...?
— Eu quero você...

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Bed Friend
Fanfiction"E agora, te odiando ou não, mesmo que eu tente, eu não consigo ficar longe de você..."