Cuidado, frágil!

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Submissão. Isso não está relacionado apenas ao comportamento quando você está com uma pessoa da qual gosta. Existem várias maneiras de se submeter a alguém, seja no ato sexual ou até pedir desculpas por algo. Já ouviram a frase: "eu não vou me submeter a isso.", não já? Pois é.

— Estou em suas mãos...

— Você está nas minhas, ou eu estou nas suas?

Yok perguntou provocativo para Ayan e deslizou o polegar nos lábios do menor, o beijando logo depois e mordeu seu lábio, puxando-o fracamente no final do beijo. Fazia tempo que ambos não provavam lábios tão gostosos como aqueles. O beijo encaixou; a pele arrepiou; as mãos suaram; o frio na barriga apareceu e o abraço apertou. Seus lábios tinham o encaixe perfeito. Eram tão macios e saborosos que eles poderiam facilmente ficar só naquilo.

— Nós só vamos ficar, não vai passar disso hoje.— Aye falou sério, mas sorriu ao sentir a mão de Yok deslizar em sua barriga e descer até sua tatuagem onde suas unhas a arranharam — Você ainda está machucado e eu não vou conseguir me segurar se me provocar.

— Não quer me machucar?

— Não quero te machucar mais! Nesse exato momento seu corpo é muito frágil nas minhas mãos. É perigoso perder o controle com você desse jeito. Por isso, só vamos ficar.

— Me pergunto o que você faria comigo se eu não estivesse desse jeito... — Yok sussurrou no ouvido de Aye e mordeu o lóbulo de sua orelha, fazendo-o apertar a cintura que estava em suas mãos. Yok tocava o pescoço de Ayan enquanto sua outra mão acariciava a tatuagem em seu quadril. Ele era quente.

— Você vai descobrir quando melhorar...

— Você não me quer?

— É claro que eu quero... Eu quero você desde o dia que te vi no parque...

Aye respondeu com dificuldade e começou a depositar beijos estalados seguidos de pequenas mordidas no pescoço do mais alto, que segurava forte seus cabelos e, sem que ele esperasse, Ayan puxou sua pele com os lábios e a chupou, deliciando-se do gosto do garoto, o fazendo arfar e revirar os olhos enquanto jogava a cabeça para trás.

— Eu já falei que eu quero você, grandão. Eu posso ter isso?! — perguntou contra a pele desnuda.

— Você ainda pergunta, baixinho?

O moreno tinha em seu pescoço uma marca vermelha-arroxeada incrivelmente visível deixada por Aye, foi exatamente no mesmo lugar em que dera uma mordida mais cedo. Suas mãos agora agarravam o pescoço de Yok e ele voltou a beijar aqueles lábios rosados.

— Você tem um gosto bom... — disse Ayan enquanto sorria no meio do beijo.

— Então prova mais...

Aye beijava Yok e seus dedos adentravam nos cabelos negros do rapaz enquanto sua língua explorava de forma lenta cada centímetro da boca do moreno. Os movimentos da cintura do maior já não eram controlados pelo mais baixo, Yok fazia questão de se movimentar devagar sobre o colo de Ayan aumentando assim o desejo do garoto. No meio do beijo e dos toques ousados, o celular de Aye tocou, atrapalhando os dois rapazes. O mais novo estava frustrado quando atendeu a ligação, mas ainda mantinha Yok em seu colo e do outro lado da linha um amigo gritava furioso. Kan estava parado há pelo menos dez minutos na frente da casa de Ayan junto à Wat, mas como estava ocupado de mais não ouviu a campainha e muito menos ouviu os garotos chamarem seu nome.

— Porra, Ayan! Onde caralhos você está? Cara, Wat e eu estamos aqui há dez minutos, você entendeu? Dez minutos! Onde você está?!

— Estou descendo...

— Ah... Então quer dizer que você está aí dentro esse tempo todo?! — falou Wat depois de tomar o celular da mão de Kan, mas Aye logo desligou e jogou o celular na cama.

— Kan e Wat estão lá embaixo...

Yok sorriu um pouco desconcertado e encostou no ombro de Ayan onde chupou sua pele, provocando-o.

— Esses dois estão sempre juntos?

— É... com certeza tem algo errado quando você os vê separados. Mas é melhor, assim eu não perco o controle com você, como estava acontecendo.

Ayan pegou o moletom ao seu lado e o colocou sobre o corpo do maior, que levantou e vestiu o casaco do garoto que fez o mesmo com sua camiseta. Mesmo depois do que acabará de acontecer havia uma tensão sexual entre os dois garotos. A maldade naqueles olhos. As marcas pelo corpo. O prazer sentido há pouco... O moreno arrumava seus cabelos na frente do espelho quando se deu conta das pequenas mordidas em seu pescoço e da enorme marca vermelha-arroxeada que estava incrivelmente visível.

— Eu não posso acreditar que você fez isso... vai querer me dizer que isso também foi uma mordida? — falou virando para Aye.

— Nem que quisesse! Tá na cara que eu deixei um chupão no seu pescoço. Você sentiu, mas estava tão entregue pra mim que isso o causou uma anestesia temporária...

— Tantos lugares pra você deixar e você deixou aqui?!

— Senti vontade... tava exposto de mais, então... — sorriu mordendo o lábio e saiu do quarto.

— Que babaca...

— Eu ouvi! — gritou Aye enquanto descia as escadas.

— Quem disse que eu ligo?! — gritou em resposta.

Depois de esconder com o casaco a marca em seu pescoço, Yok também desceu para o andar de baixo. Aye havia acabado de chamar seus amigos para levar o moreno de volta à oficina quando ouviu a porta de seu carro bater e chamar a atenção dos três para ela.

— Yok?

— Oi, Wat. Kan.

— Agora eu entendo o porquê da demora...

— Vai me levar de volta pra oficina ou vai querer um segundo round?

Perguntou Yok, sorrindo e fazendo os amigos de Aye sorrirem com o que acabará de dizer. Os garotos não estavam mais com raiva por Ayan ter os feito esperar, pelo contrário, eles estavam se divertindo com a situação embaraçosa em que os dois rapazes se encontravam.

— Você sabe o porquê de não termos tido um segundo round... Sequer tivemos o primeiro. — sorriu presunçoso.

— Ih... Então, Yok... o Aye não aguentou? — brincou Kan, tirando uma gargalhada alta e engraçada de Wat.

— Eu vivi pra ver o Aye se dar mal. — Wat falava enquanto tentava controlar a risada.

— Por que não mostra pra eles, Yok?

— Mostrar o que?!

Kan e Wat perguntaram ao mesmo tempo e olharam para o moreno dentro do carro, que sorriu ao lembrar do chupão em seu pescoço. Ele mordeu o lábio de uma forma nada discreta e os outros sabiam que tinha história por trás daquilo, mesmo que eles negassem.

— Yok?!

— Nada! Ele está brincando. Não aconteceu nada entre nós dois e nunca vai acontecer. Ayan não faz meu tipo, sabe.

Quando o moreno terminou de falar o menor o olhou, vendo que Yok acabará de esconder o que aconteceu entre os dois. Mas isso não queria dizer nada da parte de ambos. Esconder não quer dizer muito e dizer não quer dizer muito também. Eles apenas ficaram.

— Uh... essa doeu, Aye...

— Agora eu acredito no carinha da fanta.

Você não faz meu tipo.

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