Luau

412 37 15
                                    

"O mar estava deslumbrante aquela manhã e os ventos traziam o seu cheiro, cheiro de algo novo, vida nova... O marulho que a praia fazia era a música, e o balançar das árvores soava como poesia para quem soubesse escutar. O sol estava bem quente, assim como a areia abaixo de nossos pés. A sensação de ter alcançado o mundo... O prazer de ter tudo aquilo a sua volta, ter todos os seus amigos juntos de novo... O prazer de aproveitar a vida como se nunca mais fôssemos voltar.
O azul do céu refletia no mar e em meus olhos, então o som de uma risada alta e gostosa soou pouco atrás de mim, me fazendo encarar a origem do som. E lá estavam eles, brincando como as crianças que eram. Vê-los daquele jeito me fez entender que eu tinha tudo que precisava bem ali."

[...]

Ao chegar a cidade, a mesma recebeu o grupo de rapazes com uma recepção calorosa, literalmente. O calor era tremendo e a ânsia pelo mar só aumentava.

Todd não perderá tempo para alugar a velha barraca de sempre. Aquela num lugar mais afastado das outras pessoas, aquela onde eles podiam ser eles mesmos, sem rótulos e medição de palavras.

Suas roupas leves e suas sandálias brancas davam a eles um ar de... Brasil. Sol, mar, cervejas e afins.

— Nem nos preparamos direito antes de vir. — reclamou Kan enquanto vestia outra camiseta.

— Só não deu tempo pra você se arrumar, não é? Todo mundo conseguiu fazer as malas a tempo.

— Wat... pode me fazer um favor?

— Qual?

— Fica quieto! — retrucou fazendo os outros sorrirem.

— Aproveitem o dia! Nós finalmente podemos aproveitar isso sem ter medo do fim. No final da tarde vamos para o apartamento, tomamos banho e voltamos para à praia. O luau não é longe daqui, mas o lugar é bem frequentado.

— Ih... gente chata não é comigo — respondeu Gram e Sean assentiu, concordando com ele.

— Eles não são pessoas chatas, mas digamos que... como eu posso dizer...

— Não tem o mesmo estilo de vida que nós.

— Isso, Black! Qual é... viemos nos divertir, só por hoje vamos deixar as diferenças de lado e vamos viver.

— Sim, você tá certo. Vamos aproveitar que não temos que voltar tão cedo para Bangkok!

O tilintar das garrafas de vidro soou no ar e o grito de saúde saiu de suas gargantas.

A sensação de liberdade era tão boa... Era algo que dinheiro algum poderia comprar. Algo que eles esperaram por tanto tempo... Estar livre de todas as acusações e de pessoas ruins, era surreal. Saber que havia um mundo lá fora e que agora era inteiramente deles. Ver todos aqueles garotos bebendo e se divertindo como se não tivessem passado por tantos dias difíceis era mágico. Saber que apesar de tudo que deu errado, eles permaneceram no mesmo lugar, lutando e apoiando uns aos outros, até em seus piores momentos.

Risadas eram ouvidas pelas pessoas das mesas vizinhas e, por serem tão gostosas, era impossível não sorrir junto, mesmo não tendo ideia sobre oque eles falavam. Todos se e enturmavam bem, conversavam como se, se conhecessem há muito tempo, muito tempo.

O dia passou depressa com todas aquelas conversas e brincadeiras, e no início da noite todos voltaram para o apartamento de Todd, para assim tomar banho e se trocarem.

A brisa leve e fresca da noite soprava nas árvores e trazia o cheiro do mar, um cheiro único e nostálgico para todos aqueles garotos que andavam de forma despreocupada, chutando a areia abaixo de seus pés.

Estava tão agradável que palavra alguma descreveria aquele sentimento. A mais bonita das noites. O mais bonito céu estrelado que já passou acima daquele mar. A paz sentida era de outro mundo, e eles logo chegaram à pequena área onde aconteceria o luau daquela noite. Um espaço "pequeno", mas cheio de vida e uma música animada. As luzes do lugar davam a ele a vibe boa de praia, vibe leve.

Ao adentrarem no lugar, cada um dos garotos se separou, indo para lugares e mesa opostas para beberem coisas diferentes, mas em todo o tempo Aye esteve com Yok.

— Vocês já se resolveram? — perguntou Gram para Yok, mas havia uma malícia em seu tom de voz que só ele havia entendido.

— Aye, pode pegar uma água pra mim, por favor? Tá muito quente aqui... — pediu, forçando a respiração e o menor levantou da mesa, enquanto Yok o via se afastar.

— Por que pediu que ele saísse?

— Porque eu entendi oque você quis dizer, e não, não nós resolvemos desse jeito que você tá pensando... Eu quero ir com calma, ele acabou de voltar, eu acabei de me recuperar... A gente só conversou e o primeiro beijo que a gente deu depois de tudo, foi oque você viu hoje cedo.

— Sério?

— Eu preciso mentir? — respondeu friamente — E mais uma vez, eu não quero o Ayan só pra isso, entenda!

— Eu entendo! Calma aí...

Quando Aye voltou para a mesa entregou para Yok a água que ele havia pedido, então sentou-se ao seu lado e ambos ficaram ali, curtindo a companhia do outro e curtindo a música enquanto seus amigos dançavam com as outras pessoas.

Conforme o tempo passou e a bebida entrou mais no organismo de Aye, ele também se soltou e dançou com os outros por alguns minutos enquanto Yok o olhava com graça. Então seus olhos se encontraram em meio a música animada e as luzes de neon que eram transmitidas pelos jogos de luz.

— Por que me olha assim? — perguntou Aye ao se aproximar o suficiente da mesa e então sentar-se no colo de Yok e aconchegar seu rosto em seu pescoço.

— Eu não posso admirar o que é meu? — Yok acariciava a cintura do garoto por dentro da camisa e sentia como ele arrepiava com isso, mas não tinha malícia em seu toque, era apenas carinho. Ayan sentiu falta daquilo, ele estava manhoso, e ele não era assim — Por que tá tão manhoso?

Bed Friend Onde histórias criam vida. Descubra agora