Um Nome

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Olá pessoal, sinto muito pelo sumiço no último mês. Infelizmente só vou poder postar capítulos mensais. Mesmo amando escrever o passado do Asmus, a vida real está ainda mais difícil :(

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Shivani ficou surpresa ao descobrir a liberdade que tinha dentro da Mansão do Ditador. No dia seguinte, ela percorreu toda a extensão dos jardins e da casa e ninguém disse uma palavra.

Sua voz tinha melhorado, mas uma fisgada ainda ocorria vez ou outra. Seu irmãozinho pagaria por isso, ela não deixaria passar. Dormir na cama de hóspedes da Mansão havia feito milagres para suas feridas. Os arranhões de sereia e os cortes já não a incomodavam.

Ela desfez os pedaços da espada e a guardou em uma pequena bolsa de couro na cintura. Era pesado, mas era melhor do que andar com a arma divina exposta.

Principalmente depois do que a lâmina fez no dia que o Arcanjo se foi.

Agora, sua mente trabalhava com engrenagens fumegantes. Ela tinha tudo. O apoio, a espada, o final do mapa... Quase tudo. Faltava apenas uma coisa.

Ela encontrou Reinier confortavelmente lendo numa poltrona da sacada, nem mesmo a sacada do seu quarto. Sem seguranças, sem armas, nada. Isso era a fé que ele tinha em seu deus? Ele era tão descuidado. Seria tão fácil.

Ela poderia fazer de forma limpa, rápida e ainda fugir por aquela mesma sacada. Seria tão simples. Um corte no pescoço, a mão na boca para silenciá-lo.

Mas Shivani tinha planos melhores para ele vivo.

- Por que você está aqui ao invés de... Cuidando de assuntos do Estado?

Reinier sorriu quando ela chegou. Ele era mais dado a sorrisos do que ela imaginara.

- Você não soube? - Ele riu, jogando os braços para cima na poltrona. - Eu estou doente. Mangata inteira está passando a notícia agora. - deixou o livro no apoio para olhar melhor para a pirata. - Estou tão terrivelmente doente que Adonis está pensando nesse exato momento que alguém conseguiu me envenenar.

Ela se inclinou contra a sacada.

- Eu espero que você fique doente por tempo o bastante. - Se ela queria fazer aquilo, ia precisar enganar os dois. Precisava de tempo.

Ela o observou. Ele a encarava. Os dois em um silêncio confortável, em suas próprias mentes, como se não fossem completos estranhos e inimigos.

Aquele era o Pontífice. O grande nome. O Senhor. O Sacerdote. Aquele por quem criancinhas eram afogadas nos porões dos templos.

Ele usava um pijama de seda, azul escuro como céu noturno, tinha um óculos de leitura na gola e uma mente dada a planos que não contabilizava os perigos. Ele parecia ter acabado de acordar, os cabelos escuros bagunçados e os pés descalços.

Ela se lembrava da história contada pelo general da marinha. Uma coisa ridícula e fantasiosa, cheia de riquezas e lendas e cidades perdidas, que mais o colocavam como um deus, que não era nenhum pouco próxima daquilo que estava a sua frente.

E mesmo agora era completamente diferente da noite anterior. O rosto duro e as costas retas tinham desaparecido.

Era por isso que Axel Adonis estava tão cauteloso com ele? Se Axel tinha dúvidas que aquele homem podia ser o ser místico que ela procurava, Shivani já tinha certeza que não. Ela conhecia o verdadeiro deus da fortuna e ele com certeza estava em seu encalço, as notícias corriam, como Reinier disse, e a notícia do Arcanjo ter afundado já devia ser manchete em todo o mundo.

Era bom ela estar ali com o ditador tolo, estava mais segura do que em qualquer outro lugar. Ele por outro lado, não poderia garantir o mesmo. Parecia indefeso, inofensivo até.

Preto Cinza e Tempestade - FortunataOnde histórias criam vida. Descubra agora