Velhas Memórias 5/5

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A menina abandonara seu nome, suas roupas e sua vida. E principalmente, tudo o que fizera para sobreviver.

Juntou toda sua herança, dissera que cuidaria de sua fábrica com a própria vida, deixou tudo preparado. Quando deu um passo para dentro do convento, tudo que ela tinha era uma missão.

As freiras fizeram uma comoção ao encontrar a pobre garotinha nua e suja nos portões, cheia de cicatrizes e provavelmente uma órfã. Todos sabiam quem a havia marcado, então não disseram uma palavra, como sempre faziam quando encontravam uma vítima da passeata.

- Pobre criança. - Disse a freira mais velha cobrindo-a com um casaco. - Levem-na.

A menina evitou o sorriso que se forçou em seus lábios quando foi levada cada vez mais para dentro e mais perto do seu objetivo.

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As paredes do convento eram feias, amarelas e gastas. Os órfãos caminhavam pela propriedade como fantasmas, eram poucos os que se salvaram dos trabalhos forçados pela cidade de seu pai.

O convento possuia um orfanato, um templo e a grande casa da Madre Superior. Era fácil adivinhar onde estava a magia proibida.

A menina foi banhada, esfregada, cuidada e alimentada. Por fim, as freiras a empurraram de joelhos no templo. As janelas eram fechadas com parafusos.

Seu pai nunca tinha sido religioso, ela percebeu ao juntar as mãos cheias de anéis que por sorte não foram jogados fora. Ela pensou se deveria rezar, e desistiu da ideia.

Os horários regrados tornavam difícil circular pelo lugar. Um dia se passou, e a menina soube que seria mais difícil do que pensava. As freiras tinham seus olhos nela o tempo todo. Os muros tinham ouvidos e o chão era movediço.

Pela manhã, missa, coral e reza. Pela tarde, a limpeza do templo e a cozinha. Pela noite, todas as freiras desapareciam para seus afazeres enquanto as portas dos quartos dos órfãos eram fechadas como celas.

Preto Cinza e Tempestade - FortunataOnde histórias criam vida. Descubra agora