Leilões e Surpresas

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Especial de ano novo com três capítulos
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Os lances começaram altos. Alguns comerciantes menores mantinham as apostas em alguns milhares.

Victor e Wagner estavam nas pontas da fileira. Shivani deu um sorriso para eles e um aceno.

O leilão continuou sem que eles dissessem uma palavra.

Bastardos, por que não faziam o melhor lance logo? Esse joguinho era deles, e mais do que isso, era dela.

Ela cruzou as pernas e se aproximou mais de Asmus, mandando um olhar furtivo para os alvos. Os lances estavam em 3 milhões. Ela precisava acelerar aquilo.

- Lance dez. - Ela sussurrou. - Vamos provocá-los um pouco.

- Dez milhões. - Asmus acenou.

- Dez milhões, alguém dá mais? - O leiloeiro, um homem careca que parecia um ovo bem vestido, anunciou.

- Quinze. - Victor anunciou pela primeira vez.

- Quinze milhões. - O leiloeiro passou os olhos pela platéia. - Alguém cobre?

- Vinte milhões. - Asmus continuou.

Asmus lançou um olhar cauteloso para sua acompanhante. Eles não tinham aquele dinheiro ali, mas o plano não era comprar, como Shivani havia dito.

- Trinta. - O olhar malicioso de Wagner cruzou o da pirata. Asmus abriu um sorriso travesso.

- Quarenta milhões. - Um corsário do Ditador continuou. Shivani o estudou. Eles não pareciam tão interessados, mas esse lance era relativamente alto.

- Cinquenta milhões. - Victor rebateu.

- Cinquenta milhões e quinhentos. - Asmus respondeu. Alguns sussurros interessados foram ouvidos.

- Sessenta milhões. - O corsário cobriu.

- Setenta milhões. - Asmus riu acelerando a corrida.

- Oitenta milhões. - Victor estava ficando vermelho, ele não parecia acostumado a barganhar e perder.

- Oitenta milhões e trezentos. - Wagner ainda não desistira.

O leiloeiro mal podia acompanhá-los agora. Eles estavam prestes a atingir cem milhões. Shivani se preocupou um pouco, ela segurou a manga estrelada de Asmus, para que ele não causasse mais problemas. O objetivo era fazer esses idiotas gastarem e depois roubá-los. Não fazê-los perder.

- Noventa. - Asmus brincava com as unhas longas da pirata, sem prestar real atenção no lance, ou talvez fingisse desinteresse para provocar.

O investidor hesitou. Victor era um bom colecionador, mas não um tolo. O corsário e Wagner pensavam.

Ainda assim, o orgulho dele e a fortuna do pai eram maiores que a sensatez. - Cem milhões. - lançou Victor.

O silêncio foi mortal. Ninguém o cobriu, nem mesmo Wagner.

- Cem milhões. - Disse o leiloeiro devagar. - Estamos encerrando.

- Cem milhões e cem. - Wagner arriscou, desacelerando os lances agora. O olhar de Victor sobre ele foi mais pesado do que aquelas montanhas de dinheiro.

- Cem milhões e duzentos. - Cortou o orgulho de Victor dizer aquilo, mas ele não perderia após fazer um lance como aquele.

- Duzentos milhões. - O corsário disse por fim. Não. Eles não pode vencer.

- Duzentos milhões e um. - Victor se apressou. Era um lance ridículo, mas era assumir que os outros não pudessem pagar mais um centavo.

Shivani observou. Ela havia dado a corda agora, e deixava que os outros se enforcassem. Era questão de minutos até que um dos dois levasse o prêmio e a garota para casa. A partir dali, ela roubaria o fragmento e Asmus o dinheiro do leilão, fácil como tirar doce de criança.

Preto Cinza e Tempestade - FortunataOnde histórias criam vida. Descubra agora