Capítulo 15

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Micael riu na cara de Sophia, que sentiu raiva na mesma hora, fechando os punhos.

— Você? Grávida? — Ficou sério novamente. — Então me prova! Cadê o teste de gravidez? — Chegou mais perto, apertando os braços da menina.

— Eu não posso ficar longe de você.

— E eu não posso namorar com você, Sophia. Coloca isso na sua cabeça! — Se irritou de novo, deixando seus braços. — Me dói em dizer isso mas não tem como a gente ficar juntos. — Micael andou de um lado para o outro. — A não ser que você queira aceitar todos os desafios de namorar um garoto de programa.

Sophia ficou em silêncio, remoendo suas palavras. Secou suas lágrimas e saiu andando, deixando Micael que gritou seu nome, enquanto a via andar para longe.

— Onde você vai?

— Para casa. — Continuou andando, magoada.

Escutou o primeiro barulho de trovão.

— Sophia, espera! — Correu atrás da loira. — Como você vai embora? A gente ainda não terminou de conversar.

— E o que mais a gente tem pra conversar?

Ela se virou ao moreno, lhe encarando. Outro trovão ecoou, seguido de alguns pingos grossos.

— Será que a gente pode ir pra um lugar mais calmo? — Micael se referiu a chuva, que havia lhes pegado. Sophia não respondeu, apenas sentiu a chuva grossa e gelada em seu corpo.

— Adeus, Micael! — Se virou de novo mas foi surpreendida por um solavanco, se aproximando do corpo de Micael.

Estava chovendo mas seu corpo era mais quente do que nunca. Beijou os lábios de Micael, gostando do momento, se sentindo acolhida. Nunca havia beijado na chuva e adorou essa experiência. Nem se deu conta que estava no meio da rua, literalmente. Ambos molhados, bem molhados.

— Deixa eu te levar pra um lugar. — Micael sussurrou em sua testa, dando um beijo no mesmo lugar, em seguida. — Por favor!

— Sim. — Sophia cerrou os olhos, não queria saber de mais nada.

Saíram da localização onde estavam, andando mais um pouco sobre a chuva que caía forte em São Paulo.

Sophia riu quando se escondeu debaixo das marquises de estabelecimentos antigos, tendo Micael correndo atrás de si, brincando com ela. Pararam em frente à um caminho para estacionamento, com um portão dourado. Estavam em frente à um motel três estrelas, perto da Lu$h.

— Entra aqui. — Micael redirecionou Sophia, que andou por um caminho de pedrinhas brancas, até chegar na recepção do motel.

Nunca esteve em um motel antes e estranhou totalmente o ambiente. Sentiu vergonha ao ver suas roupas, encharcadas. Torceu-as perto da porta, vendo a recepcionista fazer uma careta.

— Boa noite. — Micael parou em frente à recepção. — Tem quarto vago aí? — Tirou a carteira do bolso.

— Quantos anos ela tem? — A recepcionista apontou para Sophia, que encolheu os ombros.

— Ela já é de maior!

— Ela tem documento?

Micael virou para encarar Sophia.

— Você tem documento, amor? — Perguntou à mesma, sem paciência.

Sophia vasculhou o bolso da calça em que estava, altamente encharcado. Retirou seu documento com alguns cartões, que já estavam desmanchando por conta da água.

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