Capítulo 30

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Micael correu na frente, ficou no meio da escada, impedindo que Carolina subisse mais alguns degraus.

— Sério mesmo que você quer conhecer ela ao invés da gente ficar junto? — Seduziu a mulher, que revirou os olhos.

— Ela deve ser horrível! — Soltou um riso. — Mas eu concordo com você. Eu não quero perder o único momento que eu tenho. — Carolina se jogou nos braços de Micael, que lhe deu um beijo.

— Quer ir pra um lugar melhor? Dessa vez, eu que mando. — Micael soltou, impressionando Carolina, que deu outro risinho.

— Huuum, então quer dizer que você vai pagar tudo? — Cheirou o pescoço do moreno.

— Tudo e mais um pouco! — Os dois se beijaram. — Vamos?

— Agora! — Carolina saiu na frente, puxando as mãos de Micael, que nem se deu ao trabalho de avisar Sophia.

A mesma desceu alguns minutos depois, ainda nua. Procurou Micael pelos cantos do apartamento, porém, nenhum vestígio.

— Micael? — Andou pela cozinha americana. — Micael, cadê você? — Procurou até na lavanderia.

Bufou enquanto colocava as mãos na cintura, vendo que ele havia saído com a cliente boazuda, que nada mais se passava por sua mãe.

— Merda! — Soltou quando o telefone residencial tocou. Sophia atendeu em um instante. — Borges? — Mudou um pouco a voz.

Tinha combinado com Micael que atenderia todas as ligações, sendo sua secretária de faixada. Daria o preço para as clientes, contando a mais nova novidade, de que também atendia no apartamento.

— Duas horas só ele ou duas horas com a gente? — Correu até uma agendinha, anotando. — A gente faz ménage, brincadeirinha, tudo que você quiser! — Mordeu a ponta da caneta. — Aí é mais caro! — Torceu o nariz. — Não, ele não come cu de homem. — Sophia negou com a cabeça, anotando na agendinha o que havia sido necessário.

Um pouco longe de onde Sophia estava, Mariana e Alice caminhavam para ir ao colégio. Bella não pôde ir, faltando na caminhada até o local, que faziam sempre de manhã. Agora, sem Sophia.

— Eu sinto falta dela! — Mariana bufou, se entristecendo.

— Todo mundo sente, Mari. — Alice complementou. — Mas porra, que ideia também, hein? Sair de casa pra se prostituir?

— Ela não está fazendo programa. — A amiga defendeu. — Certa é ela!

— Credo, Mari! Por que? A Sophia sempre teve tudo que quis.

— É, mas a mãe dela é uma puta, né Alice! — Soltou. — Só o burro do Alex não sabe que ela trai ele.

— Tá sabendo demais, hein Mariana. — Alice olhou de cima à baixo.

— Eu tenho os meus truques. — Mordeu a ponta dos dedos. — Eu sei de tanta coisa da vida dos Abrahão que daria um filme.

— E não me conta por que? — Alice deu um empurrãozinho em Mariana.

— Porque você é linguaruda! — Pausou. — Eu te contaria se você não contasse tudo pra Bella.

— Eu não conto nada pra Bella.

— Ah não? Deus tá vendo! — Mariana blefou. — Eu só quero saber aonde a Sophia está morando com aquele gostoso.

— Sério que você gostou dele? — Alice torceu o nariz.

— Alice, ele é um tremendo gostoso! Imagina o tamanho da piroca daquele cara. — Mariana esfregou as mãos. — Sortuda é a Sophia, que deve está levando pirocada de graça.

— Você é muito insensível, cara. — Alice negou com a cabeça, incrédula. — Ela precisando de ajuda e você nessa aí.

— Amor, quem precisa de ajuda sou eu! A Sophia deve está linda e maravilhosa abrindo as pernas para aquele gostoso moreno. — Mariana sonhou estar no lugar de Sophia. — Agora vamos logo! A gente precisa estudar, se não, vamos ser iguais à Sophia. — Cutucou a amiga, que apressou o andar, já que estavam quase atrasadas.

— Eu sou louco por você, sabia?

Micael deu um beijo demorado em Carolina, que estava em cima de si, nua. Ela jogou um charme, saindo da posição enquanto buscava suas roupas pelo chão do quarto.

— Sei. — Fez uma careta à Micael.

— É sério! — Micael colocou as mãos atrás da cabeça. — E se a gente fugir e se casar.

— Fugir e casar? Tá doido, garoto? — Carolina soltou um riso. — Se eu fizer isso, o Alex me mata!

— Mas aí você não vai estar mais com ele, né? — Micael sentou na cama. Buscou seu celular no criado-mudo, vendo três mensagens de Sophia.

"Onde você está? Preciso falar com você!".

"Tem programa meio-dia. Ela não pode se atrasar!".

"Onde você está? Me liga!!!!!!!!!!".

— Gatinha. — Micael subiu o olhar para Carolina. — Eu preciso ir nessa!

— Suas clientes te chamam? — Carolina engatinhou em cima da cama, ainda de trajes íntimos.

— A vida não é um mar de rosas, meu bem. — Micael mordeu o lábio de Carolina, que deu um pequeno grunhido, gostando.

— Está certo! — Sorriu leve. — Quando eu vou te ver de novo?

— Quando você quiser.

— Mas agora eu preciso marcar com você, né? Já que a sua visita íntima não permite transarmos no apartamento.

— Ela só está trabalhando lá, Carolina. — Micael cerrou os olhos, cansado. — Só por enquanto! Até ela se reerguer.

— Ela podia achar um prostíbulo barato em algum fim de mundo, tem tanta cafetina precisando de gente.

— Isso tudo é ciúmes? — Micael achou graça.

— Só estou cuidando do que é meu. — Deu outro beijo no moreno.

Seu celular havia tocado novamente, retirando Micael do beijo com Carolina. Ele olhou no visor, se apressando em ir embora.

— Agora é sério, eu preciso ir! — Procurou suas roupas, vestindo rapidamente.

— Eu também vou! Te vejo algum dia?

— Já falei que você pode me ver quando você quiser. — Micael jogou charme enquanto abotoava a calça jeans, jogando beijos e saindo. Carolina não conseguiu dar um até logo digno, Micael estava com muita pressa.

Atendeu o telefone enquanto ajeitava os cabelos no espelho do elevador.

— Eu já estou indo!

— Sério, onde você se enfiou? Eu te liguei dez vezes! Quem liga pra uma pessoa dez vezes?

— Você.

— Muito engraçadinho!

— Eu já disse que tô indo. — Micael parou no hall do hotel onde estava. Achou a saída. — Chego aí em minutos!

— Ok.

Micael saiu às pressas de lá, afinal, tinha um programa meio-dia. E já estava quase na hora!

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