Capítulo 51

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Micael tinha ficado na sala, folheando os cadernos com todos os clientes que haviam marcado para fazer programa com Sophia. Já tinha contado o dinheiro que ela havia feito, e não estava nem na metade do dia.

Ela faria um ótimo caminho para pagar tudo que tinha roubado de Micael, demoraria séculos mas ela tinha que lhe pagar.

— Falou aí. — O homem desceu as escadas, arrumava o cinto.

— Foi tudo de boa? — Micael perguntou, como um bom cafetão.

— Tranquilo! A mina é quente! — Os dois sorriram.

— Se quiser marcar a próxima... — Micael levantou os ombros na defensiva, o homem assentiu mas não marcou nada, saiu às pressas com o celular na orelha.

Ele trancou a porta e viu Sophia descer as escadas com uma cara terrível, tinha um roupão no corpo e não aguentava mais nada. Estava sentindo dor!

— Caguei que você não se importa mas eu não quero atender mais ninguém. — Se escorou no balcão.

— Tá com cólica? — Micael olhou a menina de cima à baixo.

— Eu tive que trocar a porra do lençol três vezes, Micael. Três vezes! — Ficou com raiva.

— Você é muito frouxa, Sophia.

— Frouxa? — Indignou-se.

— É! Frouxa! Eu aposto que se você for nesse fim de mundo de vintão, vai achar menina que faz programa até com as pregas saindo pra fora.

— Que horror, Micael.

— Eu tô mentindo?

— Não. — Ficou em silêncio. — Mas eu não quero atender, não desse jeito. Eu tô morrendo de cólica, não tem como. Está descendo demais! — Forçou os olhos. Micael lhe encarava com ironia. — Quanto eu fiz hoje?

— Três, até que está bom. — Deixou passar. — Como eu sou um cafetão bonzinho, você pode tirar o resto do dia pra descansar mas eu vou descontar as horas, tudo bem?

— Que? — Sophia soltou um riso inesperado. — Você vai descontar as horas que eu tirei pra descansar?

— Óbvio! Nem tudo são flores e você precisa me pagar. — Micael tinha as notas de dinheiro nas mãos, enrolou em um elástico. — Isso aqui não chega nem na metade que você está me devendo.

— Irônico isso, né? — Sophia alfinetou.

— O que?

— Você está devendo um traficante daqueles e quer me cobrar igual à um agiota.

— Acontece que o dinheiro do traficante estava guardado! Ninguém mandou você me roubar e dar a boceta na rua, igual à uma garotinha mimada. — Micael rosnou, cerrando os dentes, ficando irritado. — Vai pra cama agora! Eu vou te comer e aí sim, você pode descansar depois.

Sophia sentiu um nó na garganta, fez uma careta e subiu as escadas novamente, esperando por Micael.

Não estava com vontade de transar, nem um pouco. Ele entendeu perfeitamente isso quando retirou o roupão da menina, vendo os seios inchados, deitando ela delicadamente na cama, abrindo suas pernas. Sophia soltou um suspiro.

— Quietinha. — Micael beijou o seu pescoço, dedilhando sua fenda e abrindo. Encontrou a cordinha do absorvente interno, puxando devagar. — Tá doendo?

— Não.

— Eu não tenho nojo de você. — Sussurrou mais uma vez, entregando um beijo em seus lábios. — Eu amo você! Sabe disso, não sabe? — Massageou os seios sensíveis de Sophia, mas não lhe machucou, o que surpreendeu a mesma.

Micael estava fazendo sexo cuidadosamente com ela, sabendo das questões e sabendo também que ela havia trabalho demais naquele estado. Desejou Sophia, mesmo menstruada, e lhe tratou bem, como deveria ser feito.

Ela se sentiu acolhida quando começou a transar com Micael, gemendo baixinho ao sentir toda sua carne lhe preenchendo. A cólica havia sumido e Micael ficou feliz com isso, vendo que Sophia não sentiria mais dor.

Quando terminou, retirou a camisinha suja de esperma e sangue, jogando no lixinho que havia ao lado da cama. Deu um beijo na testa de Sophia, que ainda estava nauseada com o orgasmo recente.

— Vou te dar um banho. — Micael lhe tirou da cama, tendo ela no colo.

— Obrigada. — Ambos sorriram. — Você não está com raiva de mim?

— Eu não tenho raiva de você, meu amor. Só fico irritado com as coisas que você faz.

Deixou Sophia no chão, mediando a temperatura da água, preparando o seu banho.

— Micael, eu preciso te contar uma coisa.

Sophia soltou, tendo a atenção de Micael. Ele estava esperando enquanto um filme passava em sua cabeça. Ela decidiu contar que estava se viciando, assim como Micael se viciou mas lembrou que ele ficaria extremamente irritado, mais do que já estava.

— Me conta. O que aconteceu?

— N-nada. — Sophia sorriu leve.

— Nada?

— Eu te amo.

Nada mais foi dito, mas óbvio que Micael iria sondar o que estava acontecendo.

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