— Caraca, as vezes eu tenho vontade de matar você!Micael grunhiu enquanto conversava com Sophia, o mais baixo que podia, com medo de alguém escutar.
— A gente pode esconder em algum lugar.
— Por que você trouxe essa merda com a gente?
— Sei lá, proteção. — Levantou os ombros. — A gente precisa ser rápido, daqui a pouco chega a nossa vez de passar no detector de metal.
— Pois é, mas como a gente vai fazer isso? — Ficou um pouco irritado.
— Meu Deus. — Sophia passou a mão na cabeça, tentando achar um jeito. — Já sei!
— Não, você não sabe.
Ele estava andando pelo imenso espaço do aeroporto, na procura de Micael e Sophia. Na sua cabeça, não deveria estar longe. E não estava mesmo!
— E se a gente esconder debaixo de alguma terra? Sei lá. — Sophia optou, fazendo Micael perder a cabeça de vez.
— Sophia, não viaja! Daqui a pouco é a nossa vez de passar no detector de metal, não vai dar tempo.
— Eu tô tentando ajudar.
— Mas só está piorando! — Fez uma careta.
Estavam na fila para irem até o detector de metal. Micael entreolhou Sophia e a retirou da fila, o mais rápido que pôde. Foram até o banheiro feminino mais próximo, onde entrou com tudo.
Mas não esperavam encontrar Raquel lá dentro.
— RAQUEL? — Sophia gritou, os olhos arregalados e... Algo batendo em sua nuca.
Micael? A mesma coisa! Apagaram de vez.
Micael acordou, horas depois. Não sabia bem aonde estava mas acreditava que ainda estava vivo. Amarrado com as mãos para trás, a cabeça dolorida, suado e nu. Observou as prateleiras ao lado de si e uma luz gigante em cima de seu corpo.
— Bem vindo ao inferno, Borges!
Ele havia ficado em sua frente, dando uma risada maléfica. Fim da linha ao Borges.
— Olha só, você me pegou. — Deu um risinho falso, recebeu um soco no rosto.
— Pois é, eu te peguei. — Ainda estava em sua frente. — Acolhi você, fui seu amigo, te vendi tudo o que você podia cheirar na sua vida. Mas aí, você me deixou na mão, como sempre.
— Eu juntei a sua grana todos esses anos, pode ficar tranquilo. — Se encararam.
— E cadê a porra da minha grana então?
Deu um chute certeiro no saco de Micael, o fazendo revirar na cadeira. Grunhiu de dor, acompanhado de lágrimas finas no canto do olho.
— Você é um merda, Micael! Sempre foi um merda! — Cuspiu em seu rosto. — Eu quis te ajudar mas você não foi muito hospitaleiro.
— Eu já disse... Que a sua grana tá guardada comigo!
— ENTÃO CADÊ A PORRA DO MEU DINHEIRO, CARALHO? — Segurou na nuca de Micael, o machucando. — Você não guardou merda nenhuma, você não tem o dinheiro pra me dar.
Se afastou, apontando um revólver em sua direção.
— O negócio é o seguinte, Borges. Fim da linha pra você, parceiro! — Foi direto. — Não sei se a sua mãe dizia mas, escreveu e não leu? O pau comeu! — Fez uma careta, ajeitando os dedos no gatilho. — Já brincou de roleta russa?

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LU$H
RomanceCom uma dívida de um milhão de reais, Micael foge de casa para as ruas de São Paulo, se prostituindo. Quem o ajudaria? Jovem, loira e de olhos azuis. Ela não sabia no problema que iria se meter, sendo totalmente oposta que ele.