Sophia agradeceu de joelhos quando o mesmo passou pela porta, apressado. Tinha um roupão felpudo no corpo e um chinelo de quarto que Micael usava. Ele lhe observou de cima à baixo, arqueando uma sobrancelha.— Me apressou à toa por que? — Micael passou por ela, subiu as escadas.
— Não apressei você à toa. Está atrasado! — Ela o seguiu.
— Tá. E cadê eles? — Levantou os ombros.
— Se atrasaram.
— Nossa, como você foi útil. — Micael debochou. Retirou a calça que estava usando.
— Você foi transar com ela? — Sophia cruzou os braços, tirando satisfação.
— Fui e aí? Vai chorar? — Micael buscou outro roupão felpudo, se vestindo.
— Só acho que você deveria ter me contado e não me deixado plantada aqui!
— Você diz como se eu fosse você, né? Não tenho quinze anos, não vou fugir da minha própria casa. — Alfinetou Sophia.
— E alguém aqui disse em fugir? — Seguiu Micael, de novo. — Eu só disse que você poderia ter me avisado, eu fiquei que nem idiota te procurando.
— E me achou, não achou? — Foi irônico.
— Para de ser grosso!
— Eu sou grosso! — Micael ficou frente à frente com ela. — Só acho que você não está entendendo como funciona as coisas.
— Agora tô vendo como funciona.
— Não, você ainda não tá! — Negou com a cabeça. — A gente precisa pelo menos se unir e fazer mais programa do que parece. Até agora, você conseguiu fazer dois programas comigo. — Micael se irritou. — Vai ser bem difícil te manter aqui dentro!
— Ah, então agora a culpa é minha? — Abriu os braços. — Eu nunca fui prostituta, Micael! Mas se você quiser virar o meu cafetão, como aconteceu ontem, fique à vontade. — Debochou. — Cinquenta da casa e cinquenta da garota? Como você vai querer fazer?
— Eu não vou virar o seu cafetão. — Cerrou os olhos. — Eu só quero que você trabalhe junto comigo, pra gente se manter juntos. O aluguel é caro! É isso que eu tô com medo.
— Não é ela que paga o aluguel?
— É! Mas eu pago ela de todo o jeito. Não sou esses garotos que ficam abusando.
— Você já abusa dela, dizendo que ama ela e depois fazendo a mesma coisa comigo!
Sophia empurrou o ombro de Micael, saindo. Desceu as escadas quando a campainha tocou, nublando seus pensamentos para não brigar com o mesmo.
Atendeu a porta, revelando um casal.
— Oi. — Foi simpática. — Entrem!
— Oi. — A mulher ruiva ficou um pouco sem graça, mas foi se acostumando com o ambiente.
— Olá! — O homem respondeu Sophia, do mesmo jeito. Colocou as mãos no bolso da calça, observando ao redor.
— E aí. — Micael desceu, cumprimentando os dois. — Vocês são...
— A gente prefere não dizer o nome. — A mulher sorriu amarelo à Micael, que entendeu perfeitamente. — Mas a gente te conheceu na Lu$h.
— Na Lu$h? Você já frequentou lá? — Micael ficou surpreso.
— Na verdade a gente se conheceu lá. — O homem respondeu a pergunta, tomando em frente.
— Caraca, que maneiro! — Micael sorriu.
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LU$H
RomantiekCom uma dívida de um milhão de reais, Micael foge de casa para as ruas de São Paulo, se prostituindo. Quem o ajudaria? Jovem, loira e de olhos azuis. Ela não sabia no problema que iria se meter, sendo totalmente oposta que ele.