Capítulo 23

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Micael estava em um sono gostoso quando acordou molhado, recebendo um copo de água em seu rosto, frio. Ficou assustado, sentando na cama e querendo saber o que havia acontecido.

— CARALHO, TÁ MALUCA? — Gritou com Sophia, seu rosto pingava.

— Seu amigo está lá em baixo, te esperando. — Disse irônica.

— Que amigo? — Se levantou.

— Luiz. — Pausou. — Não sabia que você estava dando o seu novo endereço para os outros.

— Pera aí, pera aí. — Micael mostrou a mão, imaginando o por que de Sophia dar o seu chilique. — Você está putinha porquê o Luiz veio me visitar?

— E minhas amigas não podem!

— Haaaaaaaa! — Micael riu incrédulo. — Garota, cresce, né? O apartamento é meu! Eu recebo quem eu quiser, agora, suas amigas eu não quero aqui.

— Eu já entendi que o apartamento é seu, que tudo aqui é seu. — Foi irônica. — Mas você não acha que está precipitado chamando o Luiz pra conhecer o seu novo espaço?

— E por que eu estaria? Tem algo que aconteceu entre vocês e eu não estou sabendo? — Cruzou os braços.

— Que? Claro que não! Eu só acho que está muito cedo pro Luiz saber da sua conquista rápida na Paulista. — Sophia andou de um lado para o outro. — Eu não confio nele!

— Foda-se. — Micael deu de ombros. — Eu vou descer e ver o meu amigo. — Vestiu um roupão. — Você não deveria estar na escola?

— Não fui. — Sophia ficou em transe. — Eu não quero mais ir.

— Chega, pra mim já deu! — Rendeu as mãos. — Minha cota de babá já deu por hoje. — Micael vestiu um sapatinho de quarto, descendo ás escadas.

Mudou de feição ao ver Luiz, sentado no sofá, lhe esperando. Os dois se abraçaram, matando a pouca saudade de não se verem mais, como antes.

— E aí, mano. — Luiz sorriu, animado. — Teu cafofo é muito foda!

— Tu gostou? — Micael colocou as mãos na cintura. — Eu consegui aí, de um jeito meio arriscado.

— Foi cliente, né? — Viu Micael assentir. — Vai dar calote na mulher, hein. Te cuida!

— Tá doido? Eu vou pagar ela direitinho. Nota por nota! — Explicou. — Só preciso achar uma forma de chamar toda a clientela pra cá.

— Tu não tem o número delas? Só ligar! — Luiz deu de ombros. — Anuncia na internet, faz cartaz, qualquer parada assim.

— Sei não, Luiz. — Micael pensou. — Eu tô bem desanimado, na real.

— É a menina, né? — Micael assentiu de novo.

— Ela saiu de casa e agora quer morar aqui comigo.

— Bota ela pra trabalhar, porra! Está esperando o que?

— Não, isso não é coisa pra Sophia não. — Micael não gostava de pensar. — Ela só está passando por aquela fase de adolescente que a gente conhece.

— E tu vai ficar bancando ela?

— Ela me ajuda com o cartãozinho dela que o papai deu. Se não, já tinha ralado peito.

— E quando a grana do cartão acabar?

— Sei lá. — Micael franziu o cenho. — Pra que tanta pergunta, Luiz? Eu, hein!

— Tô preocupado com você, mano! Tá ligado que agora você mora na Paulista, né? Bagulho aqui é top de linha, se vacilar, é fora.

— Eu sei Luiz, mas a Sophia morando comigo não estava nos meus planos. — Micael ficou pensativo. — E eu não posso virar cafetão dela, ela nunca transou com outro homem.

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