Capítulo 37

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Sophia acompanhou Raquel, cambaleando entre os cantos de tão bêbada que estava. A mulher segurou em sua mão, fazendo a loira subir um lance de escada até chegar na área VIP. Raquel estava acompanhada de três amigos, dois homens e uma mulher.

— Galera, essa aqui é a Sophia! — Apresentou enquanto sorria. — A gata do pole-dance.

— Oi princesa! — O homem de cabelo cacheado e barbudo sorriu. Não fazia o tipo de Sophia, mas era sexy.

— Oi. — Sophia ficou receosa quando se sentou ao lado dele, no imenso sofá redondo que a mesa continha.

A área VIP tinha os seus privilégios.

— E aí, gata. Você vem sempre aqui ou é a primeira vez? — Raquel serviu uma taça para Sophia, que aceitou.

— Primeira. — Mostrou o indicador, não estava aguentando parar em pé. — Vocês são namorados? — Deu risada quando encarou o homem barbudo, virando o rosto e olhando para Raquel.

— Não, só somos bons amigos. — Raquel bebeu um pouco da sua champanhe. — Você trabalha com o que?

Sophia gargalhou sozinha, caindo entre os braços do homem, que gostou da atitude da loira. Estava bêbada, porém, assanhada!

— Sexo. — Sophia lambeu a borda da taça. Raquel riu, junto com os demais.

— Tu é garota de programa? — O barbudo se interessou, mexendo nos cabelos de Sophia.

— Aham. — Ela assentiu. — Tem o meu namorado também!

— E quem é o seu namorado? — Raquel se interessou.

— Eu... Não posso apontar, se não ele vai me ver aqui e. — Pausou, sentindo ânsia. — Ele vai brigar comigo!

— Relaxa, ele não vai ver você. — Raquel deixou Sophia mais tranquila. — Quem é o teu namorado, gatinha?

Sophia virou para ver se conseguia achar Micael no meio da multidão. Avistou ele conversando com Mariana, os dois com os rostos franzidos, provavelmente em busca da mesma, que estava na área VIP da boate.

— O moreno ali. — Apontou. Raquel entreolhou o barbudo, fazendo contato visual.

— Ele é lindo também. Os dois são lindos! — Chegou próxima de Sophia, alisando a perna da loira. — Vocês dois atendem juntos?

— Aham. — Sophia estava bem próxima dos lábios de Raquel. — Você quer uma hora com a gente?

Raquel retirou um cartão do meio dos seios, logo após, um minúsculo saquinho zip-lock com cocaína. Abriu, enfileirando o pó na mesa enquanto tinha a atenção de Sophia.

— Quer dar um tapa? — Perguntou.

— E-eu não uso isso. — Sophia se assustou.

— Ah, para! Você é careta? — Raquel fez uma careta. — Aposto que fuma maconha mas não tem coragem de dar um tapinha?

— É sério! Eu não uso. — Ficou séria.

— Só um tapinha, gata. — O barbudo sussurrou no ouvido de Sophia. — Você vai entrar em outra dimensão, onde os teus problemas vão se acabar e seu êxtase vai ir lá em cima. — Gesticulou.

Raquel arrumou o pó para que Sophia aceitasse de uma vez. Enrolou o cartão que estava no meio de seus seios, entregando à loira, que estava criando coragem para fazer a pior burrada da sua vida. Não pensou em como Micael foi parar naquela vida! No momento, só existiu Raquel e seus amigos.

Teve o cartão em mãos, se inclinando na mesa, tendo o papel colado em seu nariz e na outra ponta, colado com o pó, cheirando tudo de uma vez. De início, seu nariz doeu mas a sensação de estar ligada no 220 foi maior do que todas. Combustão! Sophia estava mais viva do que nunca!

Raquel e o barbudo bateram palmas, se orgulhando de Sophia.

— E aí, como você está se sentindo? — Quis saber o que se passava na cabeça de Sophia.

— Elétrica. — Tinha os olhos arregalados, as pupilas dilatas e uma onda energética no corpo. — É gostoso!

— É maravilhoso! — Raquel sorriu.

Sophia estava gargalhando com os três quando se assustou, vendo Mariana invadir a área VIP, bastante brava.

— PORRA, QUE TU TÁ FAZENDO? — Gritou com a amiga. Sophia se levantou no mesmo instante. — Quem é esse povo, Sophia? Eu e o Micael estávamos te procurando lá em baixo feito dois idiotas!

— Essa é a Raquel. — Sophia apresentou, se escorando no corpo de Mariana. — E... Eu não sei o seu nome. — Franziu o cenho enquanto perguntava ao barbudo.

— Luccas. Com dois "C"s. — Jogou um beijo à Sophia.

— Ah, me poupe! Vamos embora. — Mariana empurrou a amiga para a saída. Raquel lhe chamou, parando as duas novamente.

— Gatinha! Ó! — Chamou a atenção de Sophia, entregando outro cartão e mais um pacotinho pequeno de cocaína. — Presentinho pra você lembrar de mim.

— Vamos embora, Sophia! Rala! — Mariana ficou brava, empurrando ela que quase caiu ao descer às escadas.

Estava mais bêbada ainda quando parou em frente à boate. Micael lhe esperava, puto. Esfregou as mãos e ficou com o semblante esbravecido quando viu Sophia com Mariana, se escorando no corpo da amiga.

— Onde você estava, porra? — Segurou forte no braço da garota.

— Você é meu dono por acaso? — Enfrentou Micael. — Eu fui me divertir! — Deu de ombros.

— Ela estava lá em cima, Micael! Com um monte de gente estranha. Seus novos amigos? — Mariana cruzou os braços, irritada, não gostando do que viu.

— E te interessa? — Sophia rolou os olhos. — Vocês são chatos! — Gesticulou, bastante bêbada. — Vem pra porra de uma boate e quer ficar mariolando em ideia errada. VAI SE FODER! — Gritou.

— Chegou, hein? — Micael sacudiu Sophia, que ficou séria. — Quer fazer showzinho? Eu faço dez vezes pior!

Sophia ia responder mas acabou vomitando toda a bebida na calçada. Recebeu olhares de estranhos e o apoio de Mariana, que segurou os seus cabelos. Micael estava chamando um táxi, não tinha condições de andar com Sophia até o condomínio, não daquele jeito.

— Você quer dormir em casa? — Micael perguntou à Mariana, que ficou confusa.

— Não sei. Ela tá bem mal! — Observou o estado de Sophia. — Muito tarde? — Franziu o cenho.

— Quatro e quarenta. — Micael apagou o visor do celular. — Eu chamei um táxi, já deve estar chegando.

Mariana não respondeu, ficou a par de cuidar da amiga, que nesse momento, já estava dormindo sentada na calçada, suja de vômito. Não demorou muito para que o táxi chegasse, levando os três de volta para o condomínio.

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