Capítulo 53

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— Então você foi lá?

Luiz sugou o suco de laranja pelo canudo. Estava em um restaurante perto da Lush, Raquel havia lhe convidado.

— Eu contei pro Micael as atrocidades que a Sophia está fazendo. É o único jeito de começar a encaminhar as coisas pra trazer ela pra cá.

— Cara, você é louca! — Luiz negou com a cabeça. — Deixa a menina.

— Luiz, quantas vezes eu preciso te explicar que...

— Eu sei, eu sei, eu sei. — Revirou os olhos. — Mas do que adianta? Se a Sophia vir pra cá, o Micael nem vai querer ver mais ela. Você concorda? Ainda mais com esse negócio de pó.

— O Micael ama ela, seu idiota! Quem ama faz burrices por amor. — Gesticulou. — Graças a Deus que faltam três semanas pra Lush finalmente ficar pronta.

— Três semanas? Já? — Luiz se impressionou. — Essa obra parece que não vai acabar nunca, os cara morre pra quebrar uma parede. — Reclamou.

— Amor, se liga! Quando isso começar a funcionar, você vai trabalhar o dobro que trabalhava com aquela velha fedorenta que você comia. — Raquel retirou um cigarro do maço, lhe acendendo. — Aliás, o Micael comia ela, não comia? — Tragou a fumaça.

— Ninguém comia a Vera, Raquel! Tu tá de marola com essa ideia da Sophia vir pra cá. Mas acho que o seu plano não vai colar muito não.

— Por que você acha isso, Luiz? Sua boca de sacola vai contar pro Micael o que eu estou planejando fazer? — Arqueou uma sobrancelha.

— Eu não vou contar nada, não sou X-9.

— Aham, eu que sou. — Tragou a fumaça mais uma vez.

— Só quero ver onde isso vai dar, só quero ver. — Luiz terminou o seu suco, olhando Raquel com desprezo.

Micael estava na cozinha quando abriu a embalagem de comida pronta que havia pedido. Viu Sophia descer com um roupão, segurando a mão de um cliente que já estava indo embora. Os dois se despediram e ela pôde respirar fundo, finalmente! Era meio do dia e já estava cansada de tanto atender, aquilo não era vida pra ninguém. Mas ela escolheu esse caminho.

— Pediu comida? — Passou por Micael, vendo a sua embalagem ao lado da dele.

— Eu peço todo o dia. — Soou grosso.

— Vai ficar com raiva de mim até quando?

— Até você me dizer a verdade.

— Micael, eu já te disse toda a verdade do mundo. — Levantou os ombros. — Se você não quiser acreditar, aí o problema é seu.

— Acontece que eu tô puto, Sophia. — Deixou a comida de lado, encarando a loira. — Se você não tivesse me roubado, eu não teria que optar por isso.

— Isso o que?

— Ficar compartilhando você com esse bando de cara imundo. — Gesticulou, irritado. Sophia sorriu leve, ficando em sua frente.

— É o meu trabalho, amor. — Colocou as mãos no ombro do moreno.

— Não, não deveria ser o seu trabalho! É o seu trabalho porque você precisa me pagar.

— Mas eu sou sua, quando você quiser. — Sophia beijou o pescoço de Micael, abrindo o laço do roupão que estava usando.

Sentiu a mão de Micael alisar sua barriga, subindo para os seios. Estava nua debaixo do pano, esperando qualquer avanço de Micael, já que sentiu falta do sexo dele. Ela sempre sentia!

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