Capítulo 12

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Micael teve alta, saiu acompanhado de Vera, Luiz e mais alguns amigos. Pediram um táxi até o prostíbulo, conversando sobre os acontecimentos da despedida de solteiro, já que Micael não conseguiu participar até o final.

Chegaram em menos de vinte minutos, Luiz se prontificou de pagar o táxi, deixando Micael agradecido.

— Isso já é o dinheiro da festinha? — Brincou com o amigo e ganhou um dedo do meio. Vera os parou.

— Se você não bebesse, poderia ter ganhado. — Alfinetou Micael. — Tá se sentindo melhor? Consegue trabalhar? — Vera encarou Micael, que bufou.

— Sou eu que tô ruim, não o meu pinto. — Soou grosso. — Posso muito bem trabalhar!

— Ótimo! Então faça o seu trabalho porque eu já estou por aqui com você. — Gesticulou, irritada. — As beldades, a mesma coisa!

Viram Vera sair, Luiz fez uma careta, encarando Micael novamente.

— Ela é uma vadia, né? — Torceu o nariz.

— Aí Luiz, tu precisa me ajudar. — Micael disse um pouco mais baixo. — Eu preciso sair daqui antes que me achem. Na real, eles já me acharam, né!

— E você vai pra onde, Micael? Vai se enfiar no vintão da vida?

— Não existe só a Lu$h não, porra. Tem vários puteiros que pegam gente, ainda mais com experiência como eu. — Micael se gabava. Estava nessa profissão há dois anos, todos lhe procuravam. — Não posso mais ficar aqui!

— Você está fazendo cagada, Micael. — Luiz advertiu. — Faz o que eu te falei, pede ajuda pra menina!

— NÃO VOU. — Ficou irritado, de novo. — Eu não vou pedir ajuda pra ela, eu não vou pedir ajuda pra ninguém.

— Você é quem sabe. Vai ficar aí sofrendo à toa! — Luiz negou com a cabeça, achando a ideia de Micael péssima.

Pararam de conversar quando viram Carolina adentrar o espaço. Tinha uma bolsa entre os ombros, salto alto e sua roupa um pouco social, para o trabalho. Retirou o óculos escuro, sorrindo ao ver Micael conversar com Luiz.

— Tua cliente chegou. — O amigo saiu de fininho.

Micael chegou mais perto, dando um beijo em seu rosto.

— Está linda! — Elogiou Carolina.

— Você gostou? Pelo menos você é o único que ainda me elogia. — Tinha um sorriso enorme no rosto.

— E quem não te elogia? — Micael ficou sem graça. — Um mulherão desses dando sopa. Melhor o teu marido ficar esperto, hein! — Brincou.

— Bobo. — Carolina tocou o rosto de Micael. — Vamos sair? Eu conversei com a Vera, ela deixou você vir comigo.

— Sair? — Micael se impressionou. — É que eu tô...

— Micael, fala sério. — Carolina revirou os olhos. — Eu vou pagar tudo, faz parte do programa. Esqueceu?

— E se alguém ver a gente?

— São Paulo é enorme, ninguém vai ver a gente. — Carolina o deixou mais tranquilo, dando um selinho no mesmo. — Vamos?

— Só posso trocar de roupa?

A mulher assentiu, esperando que Micael trocasse sua roupa suja, já que estava no hospital. Ele foi às pressas, saindo com Carolina, que dirigiu até um restaurante fino no centro de São Paulo.

Sophia ficou em casa, sem fazer nada. Como Kelly havia faltado no serviço, não iria cozinhar, e também, Alex não viria na hora do almoço. Não sabia mexer em uma panela se quer! Porém, estava com fome.

Ligou em vídeo chamada à Bella, esperando a boa vontade da amiga de atende-la.

— Oi amiga! — Sorriu.

— Oi amiga! Você está bem?

— Com fome. — Sophia se espreguiçou. — A Kelly não veio trabalhar e eu não sei o que eu vou comer.

— Quer vir pra casa? Minha mãe fez um almoço ótimo!

— Hummm, não. — Sophia torceu o nariz. — Você já almoçou?

— Ainda não, eu fiquei fazendo umas coisas de um trabalho antigo aqui.

— Que tal a gente ir no Taj?

No Taj, amiga? Não é muito longe não?

— Eu adoro a comida de lá! Faz tanto tempo que eu não como um risoto de caviar. — Sophia imaginou saboreando o prato. — Vai, vamos! Eu pago o táxi dessa vez.

— Tá bom. Eu chego aí na sua casa em vinte minutos!

— Beleza. Espero você! — Sophia sorriu animada, desligando a ligação.

Foi rápida ao subir às escadas, se arrumando. Tinha alguns minutos até Bella tocar sua campainha, para irem até o Taj, um restaurante fino no centro de São Paulo.

Como dito, Sophia ficou um tempo sem frequenta-lo, já que os pais não estavam saindo muito. No fundo, ela sabia que havia algo de errado entre Alex e Carolina mas nunca se atreveu em se meter. Jamais deixaram transparecer um clima ruim à filha.

Bella chegou o mais rápido que pôde, sendo assim, indo até o restaurante onde iriam almoçar. Foram conversando sobre baboseiras no banco de trás, olhando a paisagem do centro de São Paulo e tirando algumas fotos. Não postaram em nada, deixaram em segredo para Mariana e Alice.

— Obrigada! — Bella agradeceu enquanto descia do táxi, fechando a porta.

— Parece que está bem cheio. — Sophia analisou o ligar, bastante movimentado. — Também né, a gente veio no horário de almoço. Impossível não recusar um prato do Taj. — Sorriu animada, puxando a mão da amiga.

As duas adentraram o restaurando, buscando um lugar tranquilo para se sentarem. Bella ajudou Sophia, que ficou alguns minutos analisando o espaço do restaurante.

— Achou algum lugar? — Perguntou à Bella, pois ainda estavam procurando.

— Nenhum! Tá lotado isso aqui, tem alguma promoção?

— E o Taj tem promoção quando, Bella? — Sophia riu leve. — Pode ser que tenha lugar perto da janela! — Puxou as mãos da amiga novamente, que lhe acompanhou.

— Ali, tem um lugar sobrando. — Bella achou uma mesa vaga, apontando.

— QUE? — Sophia franziu o cenho.

— Eu disse que tem um lugar sobrando, amiga. Vamos!

— Eu quero saber o que a minha mãe está fazendo aqui. — Sophia ficou séria, vendo Carolina de longe, sozinha na mesa.

Por segundos, deixou Bella de lado e andou até à mesa onde Carolina estava, tirando satisfações. Parou em frente, cruzando os braços.

— Posso saber o que você está fazendo aqui?

— Eu é quem te pergunto! — Carolina levantou às pressas. O olhar em choque, estava até suando frio. — O que você está fazendo aqui?

As duas se encararam, com ódio no olhar.

De um lado: Sophia magoada por ter sido deixada.

De outro: Carolina com medo de que Sophia visse Micael, ambos juntos.

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