— Como está indo no trabalho?Carolina perguntou à Alex, que estava deitado, lendo um livro. Era tarde, haviam acabado de transar mas perceberam que não foi uma grande opção.
— Você perguntando do meu trabalho, desde quando você se interessa? — Não deu ouvidos à mulher.
— A gente não conversa mais, Alex. — A mulher passava creme em seu corpo, estava de banho tomado. — Eu sinto falta quando a gente conversava!
— Que bom que a gente não conversa mais, querida. É um favor que você me faz! — Alex fechou o livro, desligando o abajur.
— Escuta. — Carolina deixou o creme na penteadeira, caminhando até à cama. — Você quer o divórcio?
— Claro que não, Carolina.
— Então por você me trata desse jeito? Você não gosta mais de mim?
— Carolina, não começa, pelo amor de Deus. — Passou as mãos no rosto. — Você tem essa mania de encafifar tudo nessa sua cabeça.
— Alex, só você não vê o que você está fazendo comigo, caramba. — Bateu as mãos na perna. — O nosso casamento está desgastado, mas...
— Não existe mais casamento há anos, Carolina. A gente só está junto por causa da Sophia, que também não liga pra gente. — Pausou. — Eu só quero viver em paz, trabalhar, ganhar o meu dinheiro e focar no futuro da minha filha.
— Que por sinal só faz coisa errada e você não vê!
— Que tipo de coisa errada, Carolina? — Alex estava perdendo a paciência. Passou a mão no rosto, cansado.
— Eu já disse que não gosto dessa amizade dela com essa tal de Bella, que parece uma Zé ninguém. — Gesticulou. — Até gosto da Mariana mas agora aquela lá, não dá.
— E por que você não gosta da menina? Por acaso ela já fez alguma coisa pra você?
— Ela fuma maconha, Alex!
— E como você sabe?
— Dá pra sentir o cheiro de maconha perto dela, você nunca sentiu? — Carolina estava revoltada.
— Então se ela fuma maconha, fique sabendo que a sua filha fuma também!
Pararam de conversar quando escutaram um barulho alto vindo do quarto de Sophia, Alex saiu da cama às pressas, andando apressado até lá.
Abriu a porta com tudo vendo a filha, de pé em meio ao quarto. As roupas, agora, pouco úmidas por conta da chuva que havia pego. Estava tarde e nesse meio tempo, eles já sabiam que ela estava fora de casa.
— Sophia, onde você estava? — Carolina ficou atrás de Alex, esbravecida.
— No quarto? — Tentou mentir.
— No quarto você não estava, você chegou agora. — Disse para filha. — Onde você estava?
— Pai...
— Sophia, aonde você estava? — Se irritou, querendo saber onde Sophia estava.
— Eu sai. — Contou. — Fui dar uma volta.
— E está chegando agora? — Carolina cruzou os braços.
— Eu já tenho dezoito anos. — Se defendeu.
— Mas você não sabe andar em São Paulo, Sophia. É perigoso! Eu e sua mãe já cansamos de dizer isso. — Alex reprimiu. — E aonde você estava pra chegar agora em casa?
— Eu sai com as meninas, pai. A gente foi em uma boate se divertir!
— BOATE? AH, PELO AMOR DE DEUS! — Carolina andou de um lado para o outro. — Aposto que estava fumando maconha com a sua amiguinha que não toma banho.
— Carolina, sai daqui. Por favor! — Alex cerrou os olhos, perdendo a paciência com á mulher. — Eu converso com ela.
— Eu sou mãe, Alex! Eu necessito saber onde ela estava, essa hora da madrugada.
— Tem certeza mesmo que você é mãe? — Sophia rebateu. — Você já contou pro seu marido que estava almoçando no restaurante, digamos, sozinha? — Alfinetou.
— Que restaurante? — Alex encarou as duas.
— Ela tá tentando fazer a gente brigar, Alex. — Carolina se defendeu.
— Não tô não! Eu tô contando o que eu vi. — Sophia continuou. — Ela estava sozinha no restaurante, me deixou sozinha pra almoçar sozinha? Eu não entendi essa sua lógica. Você estava com alguém, mãe? Amiga ou amigo? — Deu ênfase.
— Eu vou matar você, Sophia! — Carolina cerrou os dentes.
— Já chega, as duas! — Alex interviu. — Carolina, sai daqui e você, vamos conversar. — Apontou para Sophia, que encolheu os ombros.
A mulher saiu brava, batendo os pés. Bateu a porta com tudo deixando Alex sozinho com Sophia, que se escorou na parede, esperando o esporro do pai.
— Onde você estava?
— Já falei! Na boate, com as meninas.
— Você está usando droga, Sophia?
A filha soltou uma gargalhada.
— Não achei graça.
— Muito menos eu! — Sophia ficou séria de novo. — Por que eu não posso ter vida, hein? Eu tenho dezoito anos! Minhas amigas tem dezoito anos!
— Mas é uma ninguém perto de todos, se ninguém ainda te falou isso. — Alex cruzou as mãos. — Repetiu de ano, não estuda, só quer gastar o nosso dinheiro com besteira.
— Eu não sou assim. Sua mulher quis me dar um carro e eu não aceitei!
— Minha mulher que é a sua mãe, respeito como você fala dela, Sophia. — Pausou. — E a partir de hoje eu vou monitorar você. Está entendendo?
— Você quer monitorar a sua filha de dezoito anos que já é de maior? — Riu incrédula. — Sério, eu odeio essa casa! Eu não vejo a hora de sair daqui e me livrar de vocês.
— Você quer ser adulta? Então tá bom. — Alex mexeu os ombros. — Arranje um emprego!
— Ainda estou estudando.
— Com a sua idade eu estudava e trabalhava, não tinha tudo de mão beijada. — Soltou. — Mas se você quiser me mostrar que está disposta à ser adulta de verdade, então arranje um emprego.
— Tá bom. — Sophia assentiu. — Vou arranjar um emprego e sair dessa casa.
— Ótimo! Assim eu não preciso ficar dando mesada pra uma adolescente de dezoito anos. — Alex sorriu falso. — Fim da conversa!
— Isso não vai ficar assim.
— E você acha que eu tenho medo de você, Sophia? — Alex ficou perto da filha, dando medo na mesma que ficou em silêncio. Foi embora, deixando a porta aberta.
Sophia grunhiu baixo, fechando a porta com tudo e trancando. Jogou algumas coisas longe e procurou sua mochila, colocando algumas roupas dentro, seguido de peças íntimas. Iria sair de casa! Quando amanhecesse, assim que fosse para a escola.
Estava decidida quando arrancou uma folha do caderno, escrevendo uma carta. Não iria mais passar por aquilo, queria liberdade.
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LU$H
RomansaCom uma dívida de um milhão de reais, Micael foge de casa para as ruas de São Paulo, se prostituindo. Quem o ajudaria? Jovem, loira e de olhos azuis. Ela não sabia no problema que iria se meter, sendo totalmente oposta que ele.