Capítulo 66

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Sophia chegou cedo no flat, já que Micael estava trabalhando, poderia pensar no que fazer com Mariana. Encarou a caixa mais uma vez, analisando o revólver reluzente e extremamente caro. Se matasse, seria presa! Não poderia fugir, todos saberiam o fim de Mariana.

Mas também, não queria que sua melhor amiga tivesse um filho de seu pai. Não aguentaria passar por isso.

Ousou apontar o revólver para um espelho que havia na sala, mas foi surpreendida pela porta se abrindo, revelando ele.

Como ele tinha a chave do flat? Simples! O flat era dele! Sempre foi dele.

— Olha ela, brincando de bandida. — Fechou a porta e trancou. — Onde você arrumou isso?

— Com a Raquel. — Deixou o revólver em cima do balcão, um pouco trêmula. — Você não pode chegar aqui do nada.

— Eu faço o que eu quero, piranha.

Bateu a mão no mármore do balcão, assustando Sophia. Ela balbuciou algo quando o viu pegar o revólver, tendo em mãos.

— Onde você arrumou isso?

— Já disse, com a Raquel. — Umedeceu os lábios.

— E por que ela te deu isso? — Analisou o revólver.

— Por nada.

— Por nada? — Riu incrédulo. — Ninguém em sã consciência tem um revólver por nada.

— Aconteceu uma coisa mas eu não quero falar sobre isso. — Sophia fechou os olhos e passou as mãos nos cabelos, saindo de trás do balcão.

Andou calmamente pela sala ampla, tendo os olhos dele sobre si, ainda com o revólver em mãos.

— Me fala o teu problema. — Se escorou no balcão, cruzou os braços.

— O que?

— Tu é surda, porra? Me fala o teu problema!

Sophia ficou em silêncio.

— O meu pai traiu a minha mãe com a minha melhor amiga. — Encarou os próprios dedos, não gostava de contar aquela história de novo. — E ela engravidou do meu pai.

— Pera aí, deixa eu ver se eu entendi. — Mostrou a palma da mão. — O teu pai engravidou a sua melhor amiga e agora você quer dar um fim nela, é isso?

— Eu não disse em dar fim. — Sophia se apressou ao dizer.

— E tá com uma arma em casa por que?

— Foi a Raquel que me deu, eu já disse isso pra você duas vezes. — Soou grossa.

Ele voou em cima de Sophia, estrangulando a garota que ficou desesperada. Jogou a mesma no sofá, os dentes cerrados prestes a fazer atrocidades com ela.

— Não grita comigo de novo, sua arrombada. — Chacoalhou a sua cabeça. — Eu mato você na frente do bosta do seu namoradinho, tá entendendo?

Sophia assentiu, tentando tirar suas mãos de seu pescoço.

— Seguinte. — Largou o seu pescoço devagar. — Você quer dar um fim nela? A gente dá! É só você me dizer aonde essa biscate mora que vamos dar um jeito. — Soltou, não tendo nenhuma dó.

Sophia jamais teria sangue frio para fazer isso com Mariana, mesmo chateada. Viu ele andar diversas vezes sobre a sala ampla, esperando uma resposta dela.

— Você mataria a Mariana? — Arqueou uma sobrancelha.

— E traria a cabeça dela pra você, se você quiser. — Mexeu em seu nariz, asqueroso. — Então, vai querer ou não vai?

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