Capítulo 39

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Sophia acordou com uma dor de cabeça tremenda, queixou-se quando colocou a mão no local, que estava latejando. Estava aninhada nos braços de Micael, que ainda dormia. Foi acordando aos poucos quando Sophia resolveu sair da cama.

— Ai. — Foi até a suíte. — Minha cabeça! — Fez uma careta horrível ao se encarar diante do espelho.

Abriu a tampa do sanitário, fazendo sua primeira urina da tarde, já que perderam a noção do horário.

— Boa tarde! — Micael apareceu no batente da porta, bagunçou os cabelos enquanto bocejava. — Dormimos demais.

— Você jura? — Sophia ainda tinha a cabeça doendo. — Parece que meu cérebro vai explodir! — Se secou e entrou no box, disposta a tomar um banho.

— Ninguém mandou você beber como se não houvesse o amanhã. — Micael cruzou os braços, assistia Sophia tomar banho.

— E Mariana? — Encarou o mesmo.

— O que tem ela?

— Ela dormiu aqui?

— Provavelmente não. — Pausou. — Eu tenho que te contar uma coisa!

— O que? — Sophia fechou a torneira, prestando à atenção em Micael, que não sabia como dizer aquilo.

Ela saiu do box, se enrolando em uma toalha. Não tinha terminado seu banho, só queria saber o que havia acontecido.

— A Mariana fez programa comigo ontem. — Disse por fim, direto.

Sophia rolou os olhos, não sabendo o que dizer.

— A Mariana? Minha amiga? — Ficou um pouco chocada.

— Tem outra Mariana?

— Quando?

— Depois que a gente chegou! Ela queria transar comigo, me pagou. — Micael mexeu os ombros. — Não vi problema algum.

— É claro que você não viu, não é? Seu nojento! — Empurrou Micael. — Comeu ela e depois me comeu!

— Eu disse que fiz programa com ela! Se você não entendeu.

— Programa o caralho, ela tava doida pra dar pra você! — Se irritou. — E VOCÊ COMEU! COMEU ELA ENQUANTO EU ESTAVA DORMINDO! — Segurou o choro.

— Quatrocentos reais. — Se defendeu. — Não comi ela de graça.

— Foda-se. — Estapeou Micael, que segurou suas mãos. — Então é assim? Você vai comer todas as minhas amigas? É isso?

— Sophia, porra! — Empurrou a mesma para que parasse. — Eu já disse pra você que foi programa. Ela me pagou, eu comi ela, tá tudo certo.

— Na sua cabeça está tudo certo, Micael. Só na sua cabeça! — Saiu da suíte, Micael lhe seguiu.

Sophia retirou a toalha, andando de um lado para o outro.

— VOCÊ NÃO PODIA TER FEITO ISSO COMIGO! — Gritou com ele, apontando o indicador. — Ela é minha amiga! A gente tem uma convivência fora do normal.

— Nossa, e eu posso saber que convivência fora do normal é essa? — Micael debochou. — Foda-se que ela é tua amiga, a gente precisa de grana!

— Você precisa de grana, Micael. É você! — Cerrou os dentes. — Não fui eu que cheirei até meu cu fazer bico e agora está devendo sei lá quem.

Micael voou em cima de Sophia, prendendo seus pulsos enquanto jogava a mesma na cama, ficando em cima de si.

— Escuta aqui, ô putinha! — Tinha os dentes cerrados, de puro ódio. — Você tá achando que é quem pra falar assim comigo?

— Eu moro com você, eu sei de tudo da porra da sua vida.

— Ah, mas não sabe mesmo! — Prendeu seu pulso mais ainda. — Você esquece rápido das coisas, né?

Sophia teve os lábios colados com o dele, iniciando um beijo feroz. Saíram da cama, onde Micael sentou-se no tapete do quarto, tendo Sophia em cima, que não esperou nenhuma delonga e já se pôs a quicar, em uma velocidade tremenda. Estavam transando freneticamente, sem o uso de preservativos. Micael gozou rápido, parando de fazer o que estava fazendo, se pondo a respirar fundo e tranquilizar seu corpo.

Ela o encarou, se levantando naturalmente enquanto cruzava os braços.

— Seiscentos. — Soltou.

— Que? — Micael franziu o cenho, se levantando.

— Você acha que vai me comer de graça? — Os dois se encararam. — Seiscentos! — Abriu a palma da mão.

Micael soltou uma gargalhada, não acreditando que estava realmente escutando aquilo.

— Não tô achando graça, Micael.

— Muito menos eu! — Terminou de rir.

— Vai, vamos! Meu dinheiro! — Tinha a palma da mão aberta. — Ou você quer que eu chame a polícia pra você?

— É sério que você vai me cobrar?

— Me comer de graça é que você não vai! — Saiu por cima, deixando o moreno irritado.

Ele bufou, resmungando. Foi até o seu cofre onde guardava os lucros dos programas, contando seiscentos reais para dar à Sophia. Achou o cúmulo! Jogou o dinheiro em sua mão, a mesma sorriu.

— Então vai ser assim? — Micael estava irritado. — Você vai me cobrar?

— Já te cobrei.

— Pois fique sabendo que agora, se você quiser ficar aqui, vai ter que trabalhar! — Disse sério.

Sophia desmanchou o sorriso, não entendendo as palavras de Micael.

— Eu já trabalho. — Disse. — Com você.

— Cansei do seu jogo, porra! Quer cobrar? Então vai trabalhar.

— Micael...

— A partir de hoje eu sou o seu cafetão e você vai dar a boceta até esfolar, está entendendo? E se você não completar o quadro de programa, é rua!

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