Capítulo 33

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— Anda logo com essa porra, Luiz!

Vera gritou para o garoto, enquanto puxava duas malas grandes, saindo do antigo prostíbulo que viraria boate, em alguns meses. Raquel estava com a equipe de engenheiros, lidando com todo o suporte para demolir a casa antiga.

— Tô indo, Vera. Oxe! — Luiz ficou irritado. — E pra onde a gente vai, hein?

— A gente uma ova. — Parou o que estava fazendo. — A magrela anoréxica aí disse que vai arrumar um lugar pra você. — Vera apontou como a cabeça, Raquel estava sorrindo diante dos engenheiros.

— Não fala assim dela.

— Dele, né Luiz? Isso aí deve ter um pau imenso e você jura que é mulher. — Debochou. — Eu vou pra casa da minha irmã, lá na Sé. — Comentou. — Agora que eu estou com bastante dinheiro, eu vou ver o meu passaporte pra sumir daqui! — Esfregou as mãos e voltou a puxar as malas, agora, sem a ajuda de Luiz.

— Vai pela sombra então, Vera. — Ele se despediu da ex-cafetina, pensando onde iria ficar. Sua única preocupação no momento era aquela.

Raquel se aproximou de Luiz quando um táxi lhe pegou, em frente à Lush. Colocou as mãos delicadas com alguns anéis no ombro do moreno, o assustando pela forma que chegou.

— Preocupado, gatinho?

— Já que você perguntou, eu tô sim. — Cerrou os olhos para Raquel. — Eu quero saber aonde eu vou ficar. — Cruzou os braços.

— Já te disse que a gente vai organizar um hotel pra vocês, enquanto fazemos as obras. — Comentou. — Enquanto aos trabalhos...

— Vai dar pra gente trabalhar no hotel?

— Aí não, né amor? — Raquel foi irônica. — Você que dê os seus pulos e arranje alguma casa pra você trabalhar.

— Eu sei que esse não foi o combinado mas só de estar em um hotel, eu já tô aceitando. — Sorriu animado. — E vem cá, quando essa obra vai ficar pronta?

— Uns meses, por ai. Não te digo a data exata! — Raquel sorriu leve. — E quando tudo estiver pronto, você pode trabalhar pra gente. — Tocou o peito de Luiz, que ainda estava coberto pela regata.

— Sabia que vinha bomba por aí.

— É melhor do que não fazer nada, né amor? — Raquel se afastou. — Quem sabe o Borges não volte, não é mesmo?

— Iiiiih, você tem cisma com ele, hein? O maluco está longe, trabalhando no apê dele. Sai dessa, garota! — Se irritou o bastante para que Raquel desse uma ótima gargalhada.

— O negócio dele é com o meu patrão, eu só faço o básico.

— Básico, sei. — Luiz levantou os ombros. — Eu vou confiar em tu, hein? Se você não me colocar nesse hotel aí, bagulho vai ficar louco.

Raquel chegou mais perto de Luiz, ficando frente à frente com o seu rosto.

— Eu te pago, caso isso não acontecer. — Piscou ao moreno, deixando o mesmo atordoado.

Sophia e Micael decidiram caminhar pelas redondezas de onde estavam habitando. A loira, com um sorriso contagiante no rosto enquanto tomava uma casquinha mista, caindo pelas beiradas, recebeu um tapa na bunda de Micael, que fazia graça enquanto andavam pela calçada. Estavam terríveis!

— Vontade de comer a sua bunda aqui e agora, sabia? — Micael a encoxou, mordiscando o lóbulo da sua orelha.

— Hummm, aqui não. — Soltou um riso sincero, afastando seu rosto e seu corpo de si.

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