Capítulo 21

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Carolina arfou quando passou pela imensa porta da mansão, sorrindo. Só não esperava encontrar Alex, ainda cedo, não costumava chegar à esse horário.

— Alex? — Ficou normal rapidamente. — O que houve?

— A tua filha sumiu! — Tinha o celular na orelha, andando de um lado para o outro. — Kelly disse que nem a mochila dela está no quarto.

— COMO ASSIM SUMIU, ALEX? — Carolina ficou preocupada, indo atrás de seu celular. — Já conseguiu falar com ela? Com as amigas? Não sei. — Se apressou, querendo chorar. — KELLY, VEM AQUI! — Gritou, chamando a doméstica, que correu com os gritos da patroa.

— Carolina, não adianta ficar eufórica. Não vai achar a Sophia rápido. — Alex tinha a voz neutra, tentando manter tudo sob controle.

— É A MINHA FILHA QUE SUMIU, ALEX! — Tinha lágrimas nos olhos. — Kelly, não deu pra ver na câmera? Nada?

— E-ela sumiu, dona Carolina. Eu fui limpar o quarto dela e as roupas estavam reviradas, a gaveta, essas coisas.

— Roupas? — Alex franziu o cenho. — Ela fugiu, Carolina!

— Pra onde, Alex? — Carolina tinha a voz embargada. — Ela não tem pra onde ir!

— Liga pra aquela amiguinha dela e vamos acionar a polícia. O dia já está caindo mas é o único jeito de encontrarem ela. — Alex soltou, sumindo pelo cômodo.

— Kelly, liga pra amiguinha de cabelo colorido dela, que eu ligo pra Mariana. Pode ser? — A doméstica assentiu, deixando Carolina trêmula diante ao celular. Queria encontrar a filha mas estava nervosa demais com isso!

No apartamento, Micael ajeitou algumas roupas no guarda-roupas, deixando um espaço para Sophia, que estava lá em baixo, pensando no que fazer. Desceu as escadas quando terminou, encontrando a menina vasculhando o celular.

— Deixei um espaço para as suas roupas. — Avisou.

— Ah, obrigada. — Sorriu leve.

— Você acorda muito cedo pra ir à escola?

Micael foi até a lavanderia, jogando algumas roupas no cesto de plástico.

— Seis e quarenta, por aí.

— Então você acorda atrasada?

— Você vai ficar me monitorando? Por que, se não...

— Você quer viver o mundo à fora? Digo, dentro de uma casa, dividindo quarto com vinte meninas ou mais? — Foi irônico.

— Eu quero liberdade mas estou vendo que não será possível.

— Sophia, a vida é sua! Você faz o que você quiser. — Micael se escorou no balcão de mármore. — Mas a partir do momento que você tem tudo e quer sair de casa, aí começa ficar um pouco preocupante.

— Por que preocupante? — Encarou Micael.

— Não vou discutir com você! — Estava sem paciência.

O celular de Sophia tocou pela quinta vez. Ela desviou o olhar quando leu o nome pai, no visor. Porém, Micael se atreveu em dizer para ela atender.

— É o meu pai. — Avisou.

— Atende de uma vez. Uma hora ou outra ele vai saber que você quer ser adulta. — Debochou de Sophia, saindo do cômodo.

Ela respirou fundo enquanto atendia a ligação, ficando em silêncio.

— Sophia? Sophia, cadê você? — Alex estava irritado do outro lado da linha.

Ela não respondeu.

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