Capítulo 62

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Carolina desceu as escadas da mansão, não havia trabalhado durante à tarde, tirou o dia para descansar e pensar no que Alex poderia estar fazendo.

— Já vai! — Andou até à porta, atendendo. — Mariana? — Franziu o cenho. — Aconteceu alguma coisa?

— Oi. — Mariana sorriu sem graça, tinha as bochechas vermelhas por vergonha. — É literalmente estranho eu estar aqui, né?

— Sim? — Carolina queria saber. — Aconteceu alguma coisa? Você tem notícia da Sophia? — Quis saber.

— Na verdade... Eu queria saber se o Alex está aí. — Mariana mexeu nas próprias mãos.

— Ah... Você queria saber se o Alex está aqui? — Mariana assentiu. — E o que você quer com o Alex?

— Um pedido do meu pai, eu infelizmente não posso te contar. — Mentiu. — Problemas financeiros.

— Ah sim, problemas financeiros. — Carolina não acreditou. — O Alex está trabalhando! Eu até poderia deixar o recado mas você disse que é... Problemas financeiros. Seu pai precisa de dinheiro? Estão endividados?

— É total isso. — Mariana sorriu amarelo. — Carolina, eu sei que você não gosta muito de mim mas a nossa família precisa de ajuda. E só o Alex pode nos ajudar!

— Na verdade o Alex não pode ajudar muito, querida. Ele não tem cara de presidente! — Sorriu falsa a menina. — O seu pai poderia mudar de emprego, abaixar o status de vida, te trocar de colégio...

— Mariana? Carolina?

Alex apareceu atrás de Mariana, franziu o cenho após ver as duas, iniciando uma discussão

— Olha só quem chegou. — Carolina foi debochada. — A Mariana queria conversar com você, Alex. Parece que precisam de dinheiro! — Encarou o marido.

— O teu pai já conversou comigo, Mariana. Eu fiz um cheque e depositei na conta. — Entrou na mentira de Mariana, deixando Carolina desconfortável. — Só preciso te passar outro cheque, esse ele vai ter que me pagar.

— Ótimo, Alex. — Ela respirou fundo. — Obrigada por nos... Ajudar.

— Não precisa agradecer. Mais alguma coisa? — Foi grosso, encarando a menina que não gostou muito.

Carolina coçou a cabeça e sorriu falsa à Mariana, que assentiu, entendendo que já era hora de ir embora. Deu às costas e saiu andando, porém, não imaginava o carro de luxo cantando pneu em sua direção, minutos depois.

Ficou com medo, correndo até um muro mais próximo. Alex saiu do veículo, batendo a porta furioso e fuzilando Mariana com o olhar.

— Você ficou maluca, porra? Indo na minha casa, durante o dia, me procurar? — Segurou no braço da menina, lhe chacoalhando.

— Você não quer me ajudar então eu vou contar pra ela! — Cerrou os dentes.

— Conta! Eu acabo com você. — Ameaçou.

— Você é um covarde, Alex. Me comeu, fez um filho em mim e agora não quer que ninguém saiba.

— Olha a tua idade, caralho! Eu ainda vou ser preso se você abrir essa sua boca de sacola. — Largou o braço de Mariana. — Você está achando que a vida é festa?

— Tô achando que você é um covarde! Eu não vou me segurar por muito tempo, você vai ter que fazer alguma coisa.

— Eu já te dei a porra do dinheiro pra você sumir com essa criança. Mas você não quer! O que eu posso fazer?

— Eu não vou abortar o meu filho, Alex. Você o fez, você vai ter que assumir com as consequências.

— Eu não vou assumir porra nenhuma, Mariana. Acorda! — Gesticulou. — Ou você aborta essa merda de uma vez, ou eu vou acabar com você se fizer isso de novo.

— Beleza. — Ela cruzou os braços e assentiu. — Você não quer que ela saiba, né? Mas uma pessoa vai saber, ah se vai!

— E pra quem você vai contar? — Alex segurou o riso. — Pra pobre da sua mãe? Ou melhor, pra aquela esquisita da sua amiga?

— Pra Sophia.

Alex ficou um tempo rindo, deixando Mariana desconfortável. Ela sentiu raiva na hora mas não havia muito o que fazer.

— A Sophia virou puta, Mariana! Nesse momento ela deve estar dando a bunda pra poder comer alguma coisa, se ainda estiver viva.

— É assim que você fala da sua filha? Lastimável, Alex. — Negou com a cabeça. — Lastimável!

— Eu sou a própria lástima desse lugar, Mariana. Eu já falei que comigo não se brinca, entendeu?

— Entendi. — Engoliu seco. — É melhor você pensar em fazer alguma coisa.

— Por que? O que você vai fazer se eu não fizer alguma coisa?

— Eu vou fazer a tua vida um inferno! Eu vou te contar coisas que você jamais pensa que já aconteceu. — Disse séria.

Alex ficou tenso e irritado, deixando Mariana sozinha, entrando novamente no veículo e partindo dali.

No flat, Micael terminava de fazer um sanduíche para Sophia. Estava comendo o seu quando levou o pequeno prato à ela, que estava no sofá, esperando pelo moreno.

Se aninhou novamente com ele, comendo o seu sanduíche.

— Hummm, que delícia! — Sorriu para ele e ganhou um selinho rápido nos lábios. — Você cozinha como ninguém.

— Amor, isso não foi cozinhar e sim... Colocar as coisas dentro do pão. — Micael soltou um riso, achando graça do comentário de Sophia. — Me diz uma coisa, como foi reencontrar com a sua mãe depois de tudo?

Sophia chupou o dedo sujo com maionese, se gelando por inteira. Tinha que pensar em algo, sua mentira não podia transparecer.

— Foi estranho. Eu tinha raiva da minha mãe depois de tudo, assim como ela estava com raiva de mim. — Contou, ainda mentindo. — Não é aquela coisa mas estamos nos dando bem.

— Ela vai vir aqui?

— Não, eu disse que não quero visitas. A minha mãe é bem chata quando quer. — Mordeu o seu pão, Micael soltou outro riso.

— Eu sinto bastante falta da minha mãe.

— E por que você não se reencontra com ela?

— É difícil, Sophia. — Micael ficou em transe. — É muito difícil!

A campainha tocou, os dois se entreolharam.

— Quem será? — Sophia saiu do sofá, caminhando em direção ao quarto. Ainda estava nua, Micael também.

— Cadê a minha cueca? — Procurou pelo quarto, vestindo rápido, em seguida, uma bermuda leve.

Correu até a porta, abrindo. Só não ficou feliz de ver quem estava por trás.

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