— E então?Sophia abriu as mãos quando ficou pronta, pedindo a opinião de Micael. Tinha um vestido curtíssimo no corpo, com lantejoulas em preto. O decote em V que vinha até o seu umbigo, dando total imaginação para quem olhasse de longe, observando seus seios dedilhados no tecido, livres. No rosto, a maquiagem pesada com o batom vermelho destacou em sua pele branca. Nos pés, um salto agulha sem perder a elegância e os cabelos lisos, de prancha. Estava perfeita! Realmente, igual à uma puta, já que agora, ela também era.
— Perfeita! Você é perfeita, meu amor. — Micael chegou mais perto, dando um beijo leve em seus lábios para não borrar o batom. — Vamos indo? Sua amiga deve estar chegando.
— Ela se atrasa às vezes. — Sophia buscou uma bolsinha de mão, combinando com o vestido.
Ia saindo com Micael mas lhe parou quando o mesmo teve as mãos na maçaneta.
— Espera! Eu esqueci uma coisa. — Tocou a camisa polo do moreno, correndo com dificuldade até o balcão da cozinha.
Buscou o par de brincos argola, imensos. Os colocou enquanto andava de volta até à porta, saindo com Micael, que achou graça da situação.
Estavam lá em baixo vendo Mariana de fora, esperando pelos dois. Sorriu animada ao ver a amiga toda arrumada, dando alguns pulinhos eufóricos.
— AMIGA VOCÊ ESTÁ MUITO GOSTOSA! — As duas se abraçaram.
— Eu sei. — Sophia sorriu para os dois. — Vamos andando ou táxi?
— Você consegue andar até lá? — Micael perguntou enquanto olhava o par de saltos.
— Se os dois me ajudarem. — Enlaçou um braço no braço de Mariana, enquanto o outro estava com Micael.
Caminharam juntos até a boate, que ficava há alguns quarteirões de onde estavam. Micael não aguentava mais Mariana contar histórias horrendas de suas aventuras sexuais, estava achando deprimente. E Sophia, caiu no encanto, contando mais de suas aventuras como prostituta. Aquilo foi um castigo à ele.
Chegaram próximo à boate, vendo a fila se formar na porta. Sophia se entristeceu ao perceber o tanto de gente que queria entrar, não aguentaria esperar aquilo tudo.
— E agora? — Mariana encarou a fila.
— E agora a gente espera, né? — Sophia bufou.
— O papai vai ensinar como se divertir de verdade. — Micael se exibiu para as duas, deixando Sophia e Mariana enquanto caminhava até o segurança. Parou o homem alto, que fazia o seu trabalho. — Boa noite! Tudo bem?
— Boa noite. — O homem não queria muita conversa.
— Eu estou com duas meninas ali, pra uma festinha no camarote. Sabe como que é, né? — Apontou em direção às duas. — Eu sou o cafetão mas o cliente já acertou comigo, ele só está esperando!
— Hum. — O segurança olhou mais uma vez. — Duas puta?
— É. — Micael assentiu. — Se o senhor agilizar mais rápido, ele não gosta muito de esperar! Essa gente do dinheiro é foda, tá ligado? — Torceu o nariz.
— Pode entrar. — O segurança liberou a entrada. Sophia arregalou os olhos e Mariana segurou o riso, vendo que havia conseguido.
Entraram na boate, as luzes em neon e o formigueiro de pessoas que já estava lá dentro. Aquilo na fila não era nada! Sophia se divertiu ao achar um pole-dance, apontando enquanto puxava a mão de Mariana. Micael por fim deixou, se divertindo.
As duas dançaram imensamente no pole-dance, pagando calcinha por conta de seus modelitos nada formais. Micael escorou na parede de canto, observando Sophia dançar e se divertir. Já suada e acabada! Parou de dançar depois de uma hora, precisando de algo para se recompor.
— Uau! As dançarinas terminaram? — Micael tinha graça nos lábios, procurando um lugar para ficarem.
— Agora sim eu tô viva. — Mariana sorriu. — Preciso beber! — Observou o local até achar algum bar. — O que vocês vão beber?
— Eu tô de boa. — Micael respondeu.
— Ah, eu acho que quero uma Ice. — Sophia fez manha. — Amiga, você compra pra mim?
— Claro amiga! — Mariana foi ao bar, deixando Micael e Sophia sozinhos.
Os dois se beijaram em meio à multidão, ambos sorrindo.
— Tava uma delícia você dançando naquele pole-dance, sabia? — Apertou a bunda da loira.
— Aham. — Cheirou o pescoço de Micael. — E por que você não foi dançar comigo?
— Eu não sei dançar. — Os dois sorriram.
Se beijaram novamente.
— Sua amiga deve demorar. — Disse no ouvido de Sophia, baixinho. — Dá tempo de sobra da gente conhecer o banheiro da boate. — Sophia riu cúmplice, assim como Micael, que lhe beijou novamente.
Alguns minutos depois, Mariana apareceu, com duas bebidas, entregando uma à Sophia. Dançaram mais um pouco, beberam, dançaram e por fim... Beberam de novo.
Sophia estava totalmente bêbada quando despistou Micael é Mariana, indo ao banheiro. Enlaçou as pernas quando entrou no ambiente sujo e cheio, lavando o rosto na pia, borrando sua maquiagem.
Não viu quando a mulher elegante entrou, ficando atrás da mesma. Só tomou um leve susto.
— Nossa gata, te vi dançar ali e você arrasou, hein! — Rondou Sophia, que fechava a torneira enquanto tinha o rosto pingando.
— Oi. — Sorriu para a mulher.
— Oi gata! — Agora, as duas estavam sorrindo. — Você é linda, sabia?
— Obrigada. — Olhou a mulher de cima à baixo. — Você também.
— Qual é o teu nome?
— Sophia. — Disse rouca, por conta da bebida. — E o seu?
— Raquel.
As duas se entreolharam. Raquel ficou frente à frente com ela, tocando seu rosto.
— Eu estou com alguns amigos ali na mesa. Bora ir comigo?
— Meu namorado não vai gostar. — Sophia lembrou de Micael. — Ele... Ele é chato!
— Quem é teu namorado?
— O Micael. Um moreno, alto, gostoso. — Sophia soltou uma gargalhada. — Eu posso chamar ele?
— Claro que pode! Eu tô no camarote, então, tô com vários amigos que vão adorar te conhecer. — Raquel sorriu maléfica. — E aí, você vem?
Sophia assentiu, segurou na mão de Raquel que lhe levou para fora do banheiro. A mulher ainda tentou convencer Sophia de levar Micael até o camarote, mas a mesma não quis. Decidiu conhecer os amigos de Raquel, sozinha.
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LU$H
RomanceCom uma dívida de um milhão de reais, Micael foge de casa para as ruas de São Paulo, se prostituindo. Quem o ajudaria? Jovem, loira e de olhos azuis. Ela não sabia no problema que iria se meter, sendo totalmente oposta que ele.