Capítulo 4

594 37 9
                                    



A música de boate estava comendo solta no prostíbulo. O bar lotado, mulheres em busca de prazer e Luiz fazendo sua graça para um grupo de mais velhas, bem mais velhas do que estava acostumado.

Micael apareceu perto de Vera, que observava o ambiente lotado.

— E aí, cadê a cliente?

— Calma Borges, a noite é uma criança. — Vera o tranquilizou. — Eu deixei uma bolsinha separada em cima da minha mesa, depois você pega.

— O que tem nessa bolsa?

— Os produtinhos de higiene. Tem um pacotinho de camisinha reforçada.

— Pera aí, você me dando camisinha de marca? Então a cliente é boa mesmo. — Micael se impressionou.

— Você vai pegar ou vai ficar de gracinha? Daqui a pouco elas chegam.

— Elas? São quantas ao total? Se for swing eu não vou dar conta não.

— São quatro mas você só vai transar com uma. — Vera contou. — Acho que são elas! — Deu impulso para receber as meninas, que estavam paradas na porta de entrada.

Mariana sorriu ao ver o ambiente lotado, já Sophia, não estava gostando nada daquilo.

— Boa noite, gatinhas! — Vera as recebeu. Tinha um sorriso estampado no rosto. — Meus parabéns, minha flor. Quantos aninhos?

— Dezoito e boa noite. — Sophia soou grossa, não estava gostando daquele lugar. Para ela, tudo ali era diferente.

— Podem ir entrando. Tem uma poltrona especial esperando por você, bem ali! — Vera disse à Sophia, mostrando onde seria o show particular, contratado por Mariana, semanas antes.

As meninas caminharam pela multidão até o outro lado da casa, onde a parte reservada já estava esperando por Sophia, que se sentou em frente à um palco improvisado.

De longe, Micael via a cena escorado no balcão, rindo sozinho ao ver as garotas totalmente diferentes do comum, indo à um lugar como aquele.

— Perderam o caminho de casa? — Brincou com o barman, que também ria.

— Se duvidar, todo mundo ali é virgem.

— E você ainda tem dúvida? — Soltou um riso gostoso. — Se bem que, faz tempo que eu não transo com uma novinha. Só velha com os peitos caído e a boceta parecendo uma floresta amazônica. — Reclamou.

— Tão fofocando de quem? — Luiz apareceu, já caracterizado para o seu pequeno show.

— O jardim de infância perto do palco. Quem são? — Micael perguntou.

— É a tua cliente, porra! — Luiz riu. — São quatro mas parece que é aniversário da loirinha.

— E você vai dançar pra ela?

— Vou. Daí depois é tu que vai dar os parabéns, aaaaaain, parabénsssss. — Luiz fez graça, Micael riu.

— Ela é gostosinha! — Micael observava Sophia, ainda de longe.

— Tem cara de safada! Você acha que rola um boquete da novinha?

— Se for novinha eu topo tudo, Luiz. Faz milênios de anos que eu não como novinha, porra. — Brincou mais uma vez com o amigo, que levou uma chamada de Vera, ainda de longe.

Do outro lado, Sophia ganhou línguas de sogra em formato de pênis, chapéus coloridos e uma venda. Achou ridículo de imediato mas acabou rindo quando bebeu um gole de cerveja, não querendo mais. Queria estar sóbria para ver tudo acontecer!

LU$H Onde histórias criam vida. Descubra agora