Capítulo 10

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— Vagabundos, missão!

Vera adentrou ao espaço em que estavam. Marcelo colocava as roupas no varal, Micael tomava sol e Luiz fumava um cigarro. Os outros jogavam baralho, em uma mesa antiga.

— Solta, Veroca. — Micael não ligou muito, fechando os olhos e se concentrando em tomar seu sol.

— Seguinte. — Tinha alguns papéis em mãos. — Festa de despedida de solteiro! — Encarou todos. — Vocês precisam estar IMPECÁVEIS. — Deu ênfase, gritando um pouco. — A dona é bem exigente e gosta de morenos. — Vera sorriu cúmplice, jogando beijo à Luiz.

— E a gente com isso? — Micael levantou os ombros, fazendo os amigos rirem.

— Tá bom pra você, né Borges? Fica comendo a loirinha simpática. Sua namoradinha! — Vera debochou.

— Será que dá pra você não falar dela? — Micael se irritou, levantando-se da cadeira de praia. Luiz ficou atrás, parando o amigo. — Fala aí o que tu quer falar. É proposta boa e grande? Tô dentro!

— Como eu estava dizendo, despedida de solteiro. São nove garotas, ambas entre vinte e oito anos, querem sexo fácil, dancinha, esse show de horror que o Luiz proporciona. — Vera gesticulou, tirando um riso de Luiz. — Entrada às dez e vocês saem às quatro e meia! Uma van vem buscar vocês, combinado?

— E o traje? — Marcelo cruzou os braços.

— O traje é por minha conta. E garanto que não vai ser nada sexy!

— Quanto a gente vai ganhar? — Luiz perguntou.

— Quinhentos para cada. — Vera escutou uníssonos felizes, nem estavam acreditando. — Me agradeçam muito por conseguir esse trabalho pra vocês!

— Eu transo com você se for possível, Verinha linda. — Luiz chegou mais perto, recebendo um fora de Vera enquanto os amigos riam.

— Menos, Luiz. Menos! — Abafou.

— Isso vai ser hoje? — Micael levantou uma sobrancelha.

— Não amor, vai ser no dia de são nunca. Aliás, eu vou escolher um dia na sua lista pra você começar a trabalhar, caralho! — Vera se irritou, xingando Micael.

O mesmo lhe deixou, resmungando. Vera foi rápida ao comentar mais sobre a festa, que aconteceria à noite.

Mais tarde, os rapazes se aprontaram com fantasias sexuais que Vera havia arrumado. Cafona! Luiz ficou dançando enquanto mostrava sua nádega, que havia um rabo de gato pendurado. Marcelo morreu de rir e Micael fez caretas, tentando ficar longe dos amigos.

A van contratada parou em frente à Lu$h, buscando os meninos. Vera foi também, dando coordenadas como um técnico de seleção brasileira. Micael como sempre, fingiu-se surdo.

— Façam tudo certinho, meninos! — Juntou as mãos. — Se elas gostarem, é melhor para gente.

— E tem como não gostar, Vera? — Luiz esfregou as mãos. — Todo mundo gama na minha bundinha, ainda mais com esse rabo de gato.

— Tá se achando, hein Luiz. — Micael rebateu, segurando o riso.

— Com inveja, Borges? Eu entendo! É muito difícil ser meu fã. — Luiz fez caras e bocas, tirando mais risos do pessoal.

— É um mané mesmo! — O mesmo negou com a cabeça.

Chegaram no local indicado, que mais parecia outro prostíbulo. Luzes em neon, segurança, música alta e somente as mulheres. Micael se sentiu tonto com as luzes ofuscantes, estava velho para baladas, pensou.

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