Capítulo 22

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Sophia tinha uma calcinha e um pijama curto em mãos, subindo as escadas para um banho quente, na suíte de Micael. Entrou no ambiente pequeno, mas ainda sim confortável. Passou a chave na porta e retirou sua roupa, se observando diante do espelho. Entrou debaixo da ducha, tomando um banho quente, lavando os cabelos e chorando. Havia segurado toda a sua dor de sair de casa para cometer aquela loucura, agora, chorando debaixo do chuveiro. 

Micael do lado de fora, afofava o travesseiro de Sophia. Ajeitando a cama para dormir. 

— Tudo bem? — Perguntou quando ela saiu, enrolada em uma toalha. Havia se esquecido de vestir o pijama dentro da suíte. 

— Acho que sim. — Apertou a toalha em seu corpo, se protegendo de algo. — Preciso me trocar! 

— Estou te impedindo de alguma coisa? — Micael cruzou os braços, rindo sarcástico pelo nariz. 

— Você está aqui! — Deu ênfase. 

— Tem alguma coisa que você esconde que eu não tenha visto? 

— Privacidade seria um bom começo. — Sophia se irritou, caminhando novamente para a suíte, se trocando de porta aberta. Micael não conseguiu assistir, pois estava em outro canto do quarto. Ela voltou, procurou sua escova de cabelos. 

— Eu vou deixar o café pronto pra você, amanha de manhã. 

— Não precisa se incomodar com pouco, Micael. Eu me viro! — Engatinhou na cama confortável, se deitando ao seu lado. — Você pelo menos trocou o lençol dessa porcaria? 

— Não, Sophia! Eu transei a tarde toda e deixei todo suado pra você. — Foi debochado. — Que pergunta ridícula. — Saiu andando, agora, indo tomar o seu banho. 

Ele tomou seu banho, saiu, se trocou e deitou-se ao lado de Sophia. Porém, não conseguiu dormir, já que Sophia chorou a noite inteira. Aquilo o irritou mas ele não preferiu dizer nada! 


Na manhã seguinte, Carolina acordou mais cedo que o normal, conversando com a polícia que havia ido em sua mansão. Explicaram a situação para o homem, que não sabia como resolver aquilo. Sophia tinha fugido e deixou bem claro esse assunto. 

— Não tem como a gente saber pelo celular? Rastrear? Qualquer coisa? 

— Ela é adolescente! Até podemos tentar rastrear o celular dela mas acredito que seja impossível. Eles são inteligentes até demais. 

— Não adianta, Carolina. Ela deixou claro que fugiu e não vai voltar para casa. — Alex disse suave, tomando uma xícara de café — É por isso que eu tive uma ideia mirabolante! 

— E tá esperando o que pra contar? — Viu a esposa cruzar os braços. 

— Eu vou ao banco agora cedo pedirem para cancelar todos os cartões de crédito da Sophia. Incluindo o de débito! — O homem se levantou da cadeira, respirou fundo. — Ela quer ser adulta? Então que seja. 

— Alex... — Carolina andou até ele, colocando as mãos na boca. — Amor, isso é incrível! Com isso ela vai ver que não tem dinheiro e vai voltar para casa. — Carolina ficou surpresa, sorrindo. 

— O senhor tem certeza que vai fazer isso? Ela pode estar em situação de risco. Sem comida, sem teto pra ficar. — O polícia atreveu na conversa. 

— Eu tenho certeza que com o cartão que ela está, obviamente sem teto e sem comida ela também não está. — Alex soltou um risinho. Esticou a mão para o policial. — Obrigado por sua boa vontade de vir até aqui e desculpe por qualquer incomodo! 

— Não precisa se desculpar. Estamos aqui para isso! — O policial se despediu, virando ás costas e saindo. Kelly o levou até a porta. 

— Amor, por que não me disse isso antes? — Carolina ainda estava feliz com a armadilha feita por Alex. 

— Porque você é escandalosa demais, Carolina! A Sophia sumiu e você quase chamou o Papa pra perguntar sobre ela. 

— Ela é nossa filha, Alex! Nada mais anormal de chamar a polícia e ver onde ela está. 

— Eu conheço a filha que eu tenho, Carolina. E tenho certeza absoluta que ela não vai voltar pra casa. 

Carolina ficou em choque, perdendo o sorriso que tinha em sua face. 

— E por que você acha isso? 

— Estamos em São Paulo, meu amor! — Foi irônico. — Hoje em dia você consegue ganhar dinheiro com tudo. — Deu ênfase. 

— Ela não teria coragem de fazer isso, Alex! — Carolina negou com a cabeça. 

— Bom, isso é o que nós vamos ver. — Saiu andando, deixando Carolina sozinha e indo ao trabalho. Mais precisamente, ao banco. 


Sophia acordou bem cedo, vestiu o uniforme e desceu, deixando Micael ainda dormindo. Foi até a varanda, fumando seu cigarro de maconha que o mesmo não havia deixado. Encarou a vista dos prédios, entrando na brisa da droga e pensando mais do que deveria! Estava chapada quando seu celular tocou, vendo que Mariana lhe ligava, aquela hora da manhã. 

— Oi. 

Oi. Você vem pro colégio? 

— Acho que não. — Tragou mais um pouco do cigarro. — Eu não quero mais fazer nada nessa bosta de vida, Mariana. 

Tá chapada? — Soltou um riso. — Me passa teu endereço! Eu quero ver você. 

— Se eu te passar, o Micael me mata! 

Ele não vai fazer isso, eu sou sua amiga, só quero ver se você está bem. 

Sophia ficou em silêncio. Ia passar mas escutou a campainha tocando, aquela hora da manhã. 

— Pera aí, eu te ligo depois. — Avisou a amiga, desligando a ligação e indo até á porta. 

Estranhou pois o porteiro não havia avisado. Andou em passos largos e silenciosos até a porta, observando pelo olho mágico que tinha. Franziu o cenho ao ver a pessoa que estava pensando. Na sua cabeça, ela não estava tão chapada assim! 

— Luiz? 

— Sophia? — Ele teve a mesma reação que ela. — O que você está fazendo aqui? 

— Eu que te pergunto, quer dizer... — Cerrou os olhos. — O que você está fazendo aqui? — Repetiu a pergunta, no automático. 

— Eu vim visitar o Micael, ele me passou o endereço. — Disse simples. — Ele está aí? 

— Ele te passou o endereço? — Ficou irritada ao saber daquela notícia. — Bom saber! 

— Mas e aí, cadê ele? 

— Dormindo. — Sophia ficou recuada. — Eu vou chamar ele, fica á vontade. — Deu abertura para que Luiz entrasse, ainda irritada. 

Subiu ás escadas com raiva, chamando por Micael. 

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