Capítulo 27

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— Eu me sinto uma vadia.

Sophia se encarou no espelho, enquanto Micael ajustava a regulagem do seu sutiã preto em bojo, com renda.

— Mas agora você é uma vadia! — Encarou a mesma. — Ele vai chegar daqui á pouco. Você precisa fazer o máximo de esforço pra dizer que está gostando, beleza?

— Isso é mais difícil do que eu pensei. — Sophia revirou os olhos.

Micael deu um beijo em sua testa quando o interfone tocou, avisando aos dois que o cliente com fetiches inusitados havia chegado. Sophia vestiu um roupão enquanto Micael foi atender, ainda vestido.

— Boa tarde! — Micael sorriu ao homem com quarenta anos. Cabelos ralos, um cheiro de perfume insuportável e os dentes amarelados pelo cigarro.

— Boa tarde. — Não respondeu no mesmo tom. — É você que é o cafetão?

— Depende como você imagina, né? — Soltou um riso falso, ajuntando as mãos.

— É.

— Eu tenho total certeza que você vai amar a minha menina! — Micael andou com ele até a ponta da escada, vendo o homem retirar a carteira do bolso, entregando as notas de cem combinadas pelo telefone.

— É lá em cima?

— Fica á vontade! Ela já está chegando. — Micael sorriu e deixou o homem subir sozinho.

Nesse tempo, Sophia estava escondida no banheiro social de baixo, fazendo caretas ao ver o homem com quem iria fazer programa. Fez menção de vomitar!

— Ah, não é pra tanto! — Micael fez uma careta.

— Por que não é você, né? — Torceu o nariz.

— Sophia, você nem vai transar com ele. Por favor! — Micael andou até a cozinha, abriu a geladeira. — Toma logo.

— Eu estou sem sede.

— Mas vai ter que tomar. — Foi grosso, fazendo Sophia revirar os olhos e beber mais que a metade da garrafa, sem sede alguma.

Fez caretas á Micael enquanto subia, retirando o roupão e jogando pela escada. Entrou no quarto, vendo o homem sentado na bacia que Micael havia arrumado para ele. Sorriu ao ver Sophia, que ainda estava pensando em como ele coube lá dentro.

— Oi, meu bebê. — O homem mexeu com Sophia. — Fiquei te esperando e você demorou.

— Eu não demorei tanto assim! — Sophia entrou no clima, estava sabendo lidar com os clientes.

— Demorou sim! Eu fiquei morrendo de vontade de tomar chazinho. — Fez uma careta nada sexy á Sophia, que fingiu gostar.

O bloqueio de início tinha voltado: ficar nua na frente de outro homem. Para ela foi difícil, já que, Micael não estava acompanhando ela nesse programa e também, ela nunca havia ficado nua para outro homem, a não ser Micael. Retirou sua lingerie com dificuldade, ficando pelada na frente do homem, que sorriu ao ver o seu corpo.

Entrou na bacia junto com ele, que segurou suas pernas, agora, abertas.

— Dá chazinho pro bebê! — O homem repetiu de novo, querendo que Sophia fizesse xixi em seu corpo.

Uma loucura e humilhação ao mesmo tempo! Ela pediu socorro com os olhos quando encarou a porta, vendo que Micael não havia passado por ela.

— Vamos, dá o chazinho que eu estou com sede. — Ele pediu de novo, com toda a paciência.

Sophia não estava com vontade de ir ao banheiro e também, não estava com a mínima vontade de fazer xixi naquele homem. Era bizarro e esquisito, mas, ela teve que fazer, por puro dinheiro.

Demorou alguns minutos para que sua bexiga avisasse que estava com vontade de ser liberada, dando acesso á ela, de fazer o seu glorioso xixi, em cima do homem. Sua careta de espanto foi além quando viu o homem gozar com aquilo, literalmente. Fez caretas sem que ele visse.

— Que delícia! — Lavou os cabelos com sua urina, sorrindo.

Ficou espantada com a reação, colocando as mãos no rosto. Negou com a cabeça quando havia acabado, saindo da bacia ás pressas.

— Ei, por que você saiu? A gente ainda não acabou! — O homem saiu da bacia, ainda duro. Fez com que Sophia se encurralasse na porta, chegando mais perto. Ela ficou com medo, procurando a fechadura.

— A gente já acabou sim!

— Não acabou não. — Segurou em seu membro duro, alisando. Iria encostar em sua perna quando a mesma conseguiu escapar, chorando.

Desceu as escadas correndo, caindo nos braços de Micael, que queria saber o que havia acontecido.

— ELE TENTOU ME ESTUPRAR! — Disse aos prantos, apertando a blusa de Micael, que ficou irritado.

O homem desceu as escadas enquanto arrumava o cinto, já vestido. Micael ficou em sua frente, lhe abordando.

— Qual foi, tá maluco? O combinado não foi esse!

— Tua garota é ruim de serviço pra caralho! — Xingou Sophia. — Ruim de serviço pra caralho!

— Fala isso aqui pra mim, seu otário! — Revidou com o homem, dando um empurrão no mesmo, que tentou sair. — Você tentou estuprar ela, sabia que eu posso acabar com você?

— E você vai fazer o que comigo? Ela é puta e você é o cafetão dela. — Respondeu em deboche. — Fica com o dinheiro que vocês precisam mais do que eu!

Saiu pela porta, batendo. Sophia tinha se acalmado quando tentou cobrir seu corpo com as próprias mãos, querendo que aquilo não tivesse acontecido. Foi recebida por Micael, que lhe cobriu com uma toalha, dando um abraço na mesma em seguida.

— Vai ficar tudo bem. — Deu um beijo em sua cabeça. — Já passou!

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